Capítulo 34

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--Hey... -- Any disse adentrando a cozinha. Fazia pouco mais de uma semana do ocorrido. -- Como está?

-- Surpresa por ela ainda não ter me despedido. -- Amelie disse. Any fazia questão de dar seu total apoio a ela. Sabia que a mulher amava sua filha incondicionalmente e a maior prova disso foi ter contado a verdade apenas porque entendeu que Any queria um relacionamento consistente com sua esposa e esconder coisas poderia afetar isso. Any também se sentia culpada, por culpa dela Savannah fingia não ver Amelie ali.

-- Ela não irá fazer isso. -- Tentou confortá-la.

-- Se fizer eu entenderei. -- Disse sincera.

-- Elly... -- A voz vinda jardim fez Any olhar para Amelie como se estivesse se desculpando.

-- Ela só precisa de mais um tempo. -- Falou, logo pedindo licença e indo ver o que sua esposa queria.

-- Oi. -- Any disse sorrindo.

-- Olá, olhos castanhos. -- Savannah disse sorrindo, fazendo sua esposa não resistir e se inclinar, tomando os lábios de Savannah em um beijo manso. Depois de muito chorar, dias atrás, Savannah voltou a agir como se tudo estivesse normal. Isso preocupava Any, mas pelo menos a garota não estava um caco.

-- Não acredito que vai sair, Sav. -- Any reclamou entre o beijo assim que viu sua esposa arrumada.

-- Não vou. Só vou ali na biblioteca resolver umas coisas sobre o trabalho.

-- Hoje não. -- Any disse enquanto tinha seus braços envoltos no pescoço de Savannah. Suas bocas praticamente encostadas uma na outra e Savannah caminhava lentamente, fazendo Any caminhar para trás. -- Hoje é domingo, então está proibida de sair de perto de mim. -- Disse se inclinando e sentindo o gosto dos lábios de Savannah novamente.

-- É coisa rápida, Elly. -- Disse rindo. Não podia deixar de sorrir diante das reações de Any. Cada dia mais atenciosa e carinhosa. Não falavam sobre isso, mas era inevitável a troca de carícias e a ação sempre partia de Any.

-- Não quero saber. -- Any disse mordendo o lábio inferior de sua esposa. Aquele gosto era mais do que viciante. -- Fica aqui comigo. -- Pediu fazendo cara de cachorro pidão e Savannah suspirou.

-- Te chamei para avisar caso você fosse me procurar. Volto em um segundo, prometo. -- Insistiu. Any assentiu bufando, resignada a isso e deixou um leve beijo no pescoço de Savannah, fazendo sua esposa quase desistir de ir para qualquer lugar que fosse longe de seus beijos.

-- Depois promete ir passear a cavalo comigo? -- Any perguntou e Savannah sorriu assentindo. Não tocavam no tema de Amelie, Any preferia dar um tempo à Savannah.

-- Prometo, vida. -- Any quase se desmanchou diante do apelido que ganhara.

-- Ótimo. -- Disse sorrindo, enquanto voltava a ficar na ponta dos pés, colando seus lábios nos de Savannah. A língua macia percorria sua boca livremente enquanto sentia Savannah agarrar com mais força sua cintura. Sorriu entre o beijo ao saber que Savannah provavelmente estava ficando excitada. Ótimo, porque ela também estava.

Any riu baixinho ao perceber a reação da pele de Savannah se arrepiando inteira ao ouvir Any gemer baixinho entre o beijo. Foi quando Savannah aprofundou ainda mais o beijo ao sentir Any arranhar as unhas de leve em sua nuca, deslizando sua língua deliciosamente pela de Any, que escutaram um pigarro, fazendo ambas olharem para o local.

Any quase se engasgou ao ver quem estava ali parado diante delas. Ficou pálida e sem reação ao ver ninguém menos que John ao lado de Sabina. Não imaginava que veria o rapaz tão cedo, aliás, não imaginava que voltaria a vê-lo algum dia.

Sentiu suas pernas fraquejarem e se soltou de Savannah. O rapaz lhe fitava sério, com olhos magoados. Any sorria entre o beijo com Savannah e isso ele presenciara, não havia sido dito por alguém, ele vira com os próprios olhos.

Enquanto ele havia passado meses de infelicidade, Any havia compartido a cama com outra pessoa, caído nos gracejos de outro alguém, beijado outros lábios. Ela não poderia negar que estava gostando.

-- Desculpem atrapalhar. -- Sabina disse segurando o riso.

-- Tudo bem, Sabina. -- Savannah disse calma, agarrando a mão de sua esposa da maneira que sempre fazia.

-- Esse aqui é Peter Leroy, o novo administrador. -- Sabina disse. Any piscou lentamente tentando entender o que acabara de ouvir. Ele estava se passando por outra pessoa. Com qual intuito?

-- Muito prazer, Peter. -- Savannah disse estendendo a mão livre para o homem, quem trincou o maxilar antes de segurá-la e sorrir falsamente. -- Será um prazer trabalhar com o senhor. Esta é minha esposa. Any Gabrielly Soares Clarke. -- Falou e o homem a olhou antes de se aproximar.

-- Com todo o respeito. -- Ele disse à Savannah antes de agarrar a mão de sua amada e deixar um beijo na mesma. A pele macia de Any não havia mudado, o que havia mudado era o jeito que percebeu que Any queria contrair a mão ao sentir seu toque. -- É um prazer, Senhora. -- Any estava atordoada. Não sabia o que pensar.

-- Eu... Eu preciso ir. Savannah... Eu tenho... lembrei de algo... -- Savannah a olhou confusa.

-- Está bem, Elly? -- Savannah perguntou acariciando sua mão. Any prendeu a respiração e assentiu.

-- Sim. Só... Vá resolver suas coisas. Mais tarde nos vemos. -- E ia saindo. Savannah segurou levemente seu pulso e se inclinou, tocando seus lábios no rosto de Any. Havia percebido que sua esposa havia ficado tensa e mesmo sem entender decidiu não forçar a barra.

-- Até mais tarde, então. -- Ela disse, acompanhando com os olhos Any sair dali visivelmente alterada.

Any não sabia o que fazer. Não esperava ver John. Não esperava que ele fosse ali, com um nome falso. Por que razão faria isso? Talvez não soubesse que Savannah havia liberado sua entrada na cidade.

Os olhos azuis do homem lhe fizeram sentir o estômago revirar e o coração acelerar, mas não por algum sentimento bom, senão por medo. E se Savannah achasse que ela combinou com ele sobre mentir? E se ela contasse a verdade à Savannah e a mesma decidisse que, pela mentira, John deveria ser castigado? Não amava o homem, mas não queria o mal para ele. Era um bom homem.

Tampouco queria perder Savannah. Nos últimos meses se viu caindo profundamente de amores por sua esposa. A queria, a desejava, era totalmente apaixonada por ela. Havia pedido à Deus para ter algo bom além do arco-íris e o que encontrara era muito mais do que bom. Nenhuma riqueza e nem nada poderia se comparar ao que sentia por Savannah.

Era algo puro, sincero, que crescia a cada dia. Mas quem poderia julgá-la? Savannah era a mulher mais doce, paciente e compreensiva que conhecia em toda a sua vida. Qualquer pessoa se apaixonaria.

-- E agora? O que faço? -- Sussurrou para si mesma.

Por semanas havia desejado John de volta, mas agora só queria que o homem fosse embora para ser feliz longe dali. Tentou, mas não conseguiu decifrar o que o rapaz estava fazendo ali. O que ele pretendia se passando por outra pessoa? Precisava descobrir.
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any agora:

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