-- Hey... Te achei. -- Any disse ainda arfando. Havia corrido muito, muito mesmo. Achou Savannah sentada no pé de sua cama, abaixada de um jeito que, se Any não entrasse no quarto, não conseguiria ver Savannah. -- Baby... -- Any disse ao fechar a porta. As únicas luzes ali eram as vindas do abajur, já que as cortinas estavam fechadas. Se aproximou dela, se sentando cautelosamente ao seu lado no chão.
-- Há quanto tempo? -- Savannah perguntou com a voz neutra. Seus olhos estavam escondidos, pois sua cabeça estava encostada em seu braço, apoiado nos joelhos, de modo que Savannah olhava para seu próprio colo e ninguém conseguiria ver seu rosto.
-- Desconfio há algum tempo, mas só ontem tive a certeza. -- Confessou deixando um longo suspiro se esvair. Savannah levantou a cabeça rapidamente e lhe fitou.
-- Jura? -- Any apenas fez um leve balançar de cabeça assentindo e Savannah se jogou em seus braços de supetão.
-- Pensei que tivesse me enganado também. -- Disse se entregando ao choro que estava preso em sua garganta. Any sentiu o abraço forte demais, mas como não a machucava deixou Savannah assim mesmo. Sua mão direita foi aos cabelos de sua esposa, em uma carícia calma.
-- Eu disse ontem a você que não me cabia te contar isso. -- Falou calma. -- Como está?
-- Horrível. -- Savannah disse chorando intensamente. Any odiava ver Savannah chorar assim, mas sabia que seria bom extravasar.
-- Eu sinto muito não...
-- Você não tem culpa de nada, Elly. -- Falou reprimindo alguns soluços. -- Ela não podia ter feito isso comigo. Não podia ser minha mãe. -- A frustração na voz de Savannah era notória. Any apenas continuou sua carícia por vários minutos em silêncio, deixando Savannah chorar e desabafar. Não seria fácil para ninguém passar por semelhante situação. Depois de algum tempo Savannah foi se acalmando gradativamente.
-- Babe... Eu não entendo algo... --
Any decidiu quebrar o silêncio. -- Se você ama tanto Rosália, que agora sabemos que se chama Amelie, por que é tão ruim a ideia de ela ser sua mãe?-- Você não entende...? -- Savannah disse se aninhando mais nos braços da mais nova. -- Ela mentiu para mim a vida inteira. Ela sempre esteve aqui, mas me fez acreditar que não, que minha mãe não me amava o suficiente. -- Falou com a voz embargada. -- Ela me traiu, Any. Me fez achar que eu não era digna do amor de uma mãe. Me fez pensar longas noites em qual seria meu defeito, no porquê de uma mãe abandonar uma filha tão pequena.
-- Vem aqui. -- Any disse retirando os sapatos e se levantando, se deitando na cama. Savannah a seguiu e em segundos voltou a se aninhar em seu abraço como um filhote de gato. -- Você deveria terminar de ouvir a história dela.
-- Any, você é a minha esposa. Deveria estar ao meu lado. -- Savannah disse fazendo um bico. Ainda chorava, mas Any soube que dessa vez era manha.
-- Hey... -- Any disse segurando seu rosto com ambas as mãos, fazendo Savannah olhar em seus olhos. -- Eu sempre estarei ao seu lado, certo? Só quero que clareie os pensamentos -- Savannah assentiu e lhe abraçou novamente.
-- Posso te pedir algo? -- Savannah sussurrou.
-- O que quiser.
-- Me dá um beijo? -- Falou ao erguer a cabeça, deixando seu rosto próximo ao de Any.
-- Não precisa me pedir algo assim. Meus beijos são todos seus. -- Any disse se inclinando e selando os lábios de Savannah. Só queria tirar toda a dor do coração de Savannah. Se pudesse pegar para ela a dor, pegaria, não suportava ver Savannah tão vulnerável.
-- Seu beijo me acalma. -- Savannah disse no intervalo de um selinho e outro.
-- Bom saber disso. -- Any disse sorrindo fraco no fim do último selinho, mas sua respiração oscilou ao ver Savannah lhe olhar de uma forma intensa. Sentiu seu coração se acelerar e seu corpo esquentar. Não era certo pensar nisso agora. Não era. -- Sav? -- Chamou baixo quando Savannah se inclinou mais e deixou um beijo em seu pescoço.
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Over the Rainbow | Versão Savany
Fanfiction[ADAPTAÇÃO] Over the rainbow é uma história romântica que se passa no século XX. A protagonista Any Gabrielly, contrariando as regras da aristocracia a que pertence, se apaixona por John Parker, um camponês da classe baixa, mas sua mãe, Andrea, des...