Capítulo 31

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-- Por que não me acordou? -- Any fechou os olhos assim que ouviu a voz de sua esposa tão rouca e baixa no pé de seu ouvido; seus braços enlaçando a silhueta da menor.

-- Acordei muito cedo e vim comer algo antes de te acordar. -- Disse com a voz falhada. Estava encostada na mesa decidindo se comeria um morango ou dois.

-- E o que quer comer? -- Perguntou com a voz ainda arrastada igual da primeira vez, fazendo Any se arrepiar inteira.

Savannah deixou alguns beijos no pescoço de Any, fazendo a mesma se praguejar internamente por ver duplo sentido na frase dita por sua esposa. Não sabia o que estava acontecendo com seu corpo desde que experimentou a sensação de ter os lábios de Savannah colado nos seus. Deveria estar ficando louca, era a única explicação. Engoliu em seco e se virou para sua esposa.

-- Ainda não decidi. -- Falou, enlaçando seus braços ao redor do pescoço de Savannah.

-- Eu te ajudo. -- Savannah disse olhando para geladeira, mas Any levou uma mão até seu rosto e a fez olhá-la novamente.

-- Primeiro meu beijo de bom dia. -- Disse e Savannah sorriu amplamente. Jamais se acostumaria com Any pedindo beijos. Se inclinou e colou os lábios nos de sua esposa. Any sentiu o ligeiro gosto de menta assim que suas línguas se encontraram, devido ao creme dental que Savannah e ela usavam.

-- Pelo amor, na cozinha não! -- Sabina disse adentrando o lugar, fazendo elas terminarem o beijo. -- E você deveria estar pronta, Clarke.

-- Hoje não vou trabalhar. Preciso acompanhar o estado de Rosália de perto.

-- O que houve com ela?

-- Passou mal a noite, já, já o médico passa aí e saberemos.

-- Tudo sairá bem, não se preocupe. -- Sabina disse e Savannah sorriu fraco, caminhando até a geladeira e retirando algumas coisas de lá. -- Mas então... O casal finalmente se acertou, hm? -- Perguntou sorrindo enquanto lavava uma maçã.

-- Estamos... É... Nós... -- Savannah começou sem jeito. Não sabia o que Any pensava disso, portanto não sabia o que responder.

-- Definitivamente sim. -- Any respondeu, fazendo Savannah sorrir bobamente.

-- Mas e o chuchu? Já roçaram um no outro?

-- Sabina! -- Ambas gritaram juntas, fazendo Sabina parar no ar a maçã que levava até boca.

-- O que, gente? -- Perguntou finalmente mordendo sua maçã. -- Pelas caras ainda não.

-- É... Elly, será que eu poderia falar com você mais tarde? -- Savannah perguntou baixo e sua esposa assentiu. -- Perfeito.

Comeram em um silêncio calmo e quando estavam quase acabando Shivani, Mel e Britt chegaram.

-- Eba, vou repetir a refeição com vocês para não ser mal educada. -- Sabina disse sorrindo satisfeita.

-- Vou ver se o médico chegou. -- Savannah informou.

-- Vou com você. -- Any avisou, se levantando logo em seguida.

-- Por que médico? -- Mel perguntou preocupada. -- Você está bem?

-- Estou. Rosália passou mal ontem à noite. Teve dores no peito e os exames ficaram de chegar pela manhã.

-- Que horror. Tomara que ela fique bem. -- Mel disse.

-- É. -- Britt nada mais disse.

-- Tenham um bom apetite. -- E assim Savannah e Any saíram pelos enormes corredores da casa.

-- Sav...? -- Any chamou assim que descobriram que o médico ainda não tinha chegado. Estavam cruzando o jardim, indo para o quarto de Rosália. -- Você disse que queria falar comigo.

-- Oh, certo. -- Ela disse parando e se virando para Any. O sol fazia Any ficar com os olhos ligeiramente franzidos e Savannah podia se ver no reflexo dos olhos da mais nova. -- É sobre... sobre nós.

-- O que tem? -- Any perguntou.

-- Temos nos beijado e tudo mais... -- Savannah começou. Estava um tanto sem graça de tocar no assunto, mas precisava saber.

-- Sim. E daí? -- Any perguntou rindo.

-- Você...hm, se sente à vontade com isso? Digo, eu sei que é estupidez perguntar, mas realmente preciso saber. -- Disse fitando o chão. -- Não estou forçando a barra? -- Any abriu o mais lindo dos sorrisos e Savannah voltou a falar. -- Não é porque estou machucada que se sentiu culpada e está fazendo isso por favor, é? Digo, não creio que seja, mas eu realm...

Foi calada pelos lábios da mais nova, não um beijo de língua, um beijo casto, demorado, apenas para que Savannah parasse de falar.

-- Não seja paranoica. -- Any disse rindo ao afastar os lábios dos de Savannah. -- Eu que te beijo sempre e não, não estou fazendo isso por pena.

-- Então você realmente gosta de me beijar? -- Savannah perguntou. Em seus sonhos mais distantes Any diria um sim.

-- Deixa eu ver. -- Any disse sorrindo, enquanto levava sua mão à nuca de Savannah e colava suas bocas novamente. Savannah deveria ser cega se não notava o quanto Any amava beijar ela. A língua de Any invadiu a boca de Savannah, fazendo a maior suspirar e se entregar ao beijo. Any deslizou vagarosamente sua mão livre até as costas de Savannah, adentrando a mesma por baixo da camisa da garota e sentindo a maciez de sua pele sob o toque de seus dedos. -- Acho que ainda não decidi. -- Any sussurrou com a boca sobre a de Savannah ainda. -- Preciso tentar de novo. -- E voltou a beijar sua esposa. Savannah sorriu em meio ao beijo, enquanto puxava Any mais para si. Any sugou o lábio inferior de Savannah e suspirou, aplicando um último selinho antes de fitá-lo nos olhos. -- Será que isso responde a sua pergunta? -- Perguntou sorrindo.

-- Acho que não. -- Savannah disse rindo, mas logo ficou séria, respirando fundo. -- Eu não quero que faça nada que não queira. Não é porque nos casamos que precisa me beijar, tudo bem?

-- Mas eu gosto de te beijar. -- Any finalmente falou, deitando sua cabeça sobre o peito de Savannah.

-- Então tudo bem, mas se algum dia eu fizer algo que você não goste, por favor me diga. -- Ela sentiu Any suspirar e a abraçou.

-- Você é perfeita demais para ser de verdade. -- Disse sorrindo, levantando sua cabeça e depositando um suave beijo na clavícula de Savannah. -- E pela primeira vez na vida sou obrigada a concordar com a minha mãe. -- Savannah franziu o cenho e a olhou confusa. -- Ela me fez um grande favor quando mentiu para mim.

Savannah fitou o chão quieta demais. Esse era um assunto que ela não deveria tocar, mas era inevitável. Imaginar Any beijando a boca de outra pessoa causava uma dor insuportável.

-- Elly...

-- Não. Ela realmente me fez um favor. -- Any disse olhando fixamente para Savannah.

-- Você... o ama?

-- Não. Nunca amei. -- Disse convicta. -- Um dia pensei estar apaixonada por ele, mas minha mãe disse algo... -- Pareceu lembrar das palavras da mãe. -- E acho que ela tem razão. Acho que fiquei encantada, ele era gentil, mas se fosse algo mais forte não teria passado tão rápido, não acha?

-- Certo. -- Savannah disse. -- Então posso duelar com ele caso ele venha tentar reconquistar o coração de minha bela senhora? -- Perguntou falando igual seu pai. Any riu e negou com a cabeça.

-- Não é preciso duelo algum. Meu coração sabe muito bem com quem quer ficar. -- Savannah sentiu seu estômago se revolver ao ouvir isso, mas teve medo de perguntar sobre sentimentos. Ainda era cedo.

-- Certo. -- Ela disse contendo a vontade insana de sorrir. -- Vamos ver Rosália?

-- Vamos. -- E, enlaçando seus dedos nos de Savannah, caminharam para o quarto da mulher.

Over the Rainbow | Versão Savany Onde histórias criam vida. Descubra agora