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Muitas horas tinham se passado desde que Kyle foi reduzido de um jovem nobre com sonhos, para um trunfo de troca para um povo selvagem e violento.

Toda a simpatia que pensou nutrir pelo seu inconstante marido tinha naturalmente desaparecido, para piorar a situação de Ragnar, Kyle desprezava a forma que era constantemente tocado. Kyle detestava a forma agressiva com que Ragnar falava, detestava os seus modos selvagens e detestava a longa viagem. Ele não tinha descansado o suficiente e tinha medo de que estivessem sendo seguidos, mas era orgulhoso o suficiente para permanecer em silêncio por horas ao invés de tentar conversar.

E ele não conseguia parar de pensar no que poderia lhe acontecer ao encontrar a sua nova família, podia sentir o terror se alastrar pelos seus membros ao lembrar-se do irmão cruel e vil do seu marido. Ryan tinha tido a audácia de tentar forçá-lo quando percebeu que não o poderia possuí-lo, e Kyle torcia esperançosamente que Ragnar nunca o deixasse sozinho com o seu irmão.

No meio da tarde, quando o sol desapareceu no céu e o frio os alcançou mais uma vez, Ragnar adentrou mais profundamente na floresta em que os cercavam. Estava fazendo mais frio e era doloroso sentir o vento bater em seu rosto, então seria bom encontrar um lugar que pudessem ascender uma fogueira e um chão reto para descansar a coluna cansada pelas horas de cavalgada.

Pararam somente ao encontrar uma pequena clareira, o chão estava coberto por folhas secas e raízes sobrepostas das árvores ao redor. Era um lugar longe o suficiente das estradas para que ninguém que passasse pela estrada os encontrasse. Ragnar guiava o cavalo habilmente por entre as raízes e pedras, mas o animal estava cansado de sustentar os dois tropeçou em um ponto e quase os derrubou, então o mais velho pulou e arrastou Kyle mais uma vez.

— Sabe, você não precisa fazer isso todas às vezes! — Ele grunhiu enquanto se equilibrava, afastando as mãos do outro homem que persistiam em sua cintura. Sentiu seu rosto esquentar ao ouvir o sorriso do seu marido. — Eu sei montar muito bem.

— Mas, você ainda é lento e um pouco preguiçoso. — Ragnar murmurou enquanto caminhava para longe, para prender o cavalo a uma árvore caída.

— E você é um bruto! E selvagem! — Kyle disse irritado e sorriu vitoriosamente quando não ouviu nenhuma réplica de Ragnar, mas quando o homem se virou segurando uma machado e diminuiu a distancia entre eles com poucos passos e ergueu a mão para apontar o dedo bem diante do seu nariz, o jovem tremeu em espera.

— Se você está tentando me ofender, precisa melhorar muito e descobrir novas palavras. — Ele disse com um tom de voz diferente, o mesmo que tinha usado intimidar todos que tinham cruzado o seu caminho. — Adoraria ver como você iria conseguir se alimentar e se aquecer, sem esse homem bruto e selvagem. — Grunhiu lentamente, batendo com força no ombro dele enquanto caminhava até o outro lado da clareira.

— Você não pode me deixar aqui sozinho. — Kyle demorou a se convencer, mas gritou quando Ragnar começou a desaparecer entre as árvores, usando o seu machado aterrorizante para dilacerar os galhos que surgiam em seu caminho. — Eu posso fugir e você nunca vai me encontrar.

Então, ele parou e riu. — Gostaria de ver você tentar. Seria interessante te perseguir por uma floresta que conheço como a palma da minha mão.

Kyle bufou irritado ao se encontrar sozinho, tentou descansar ao deitar sobre as folhas secas, mas tinha medo de ser atacado por algum animal venenoso. Então, tentou ser produtivo e começou a colher galhos e gravetos para começar uma fogueira amontoando a madeira depois se limpar as folhas secas do chão, ficando satisfeito com o seu trabalho e lembrando-se do que seu marido tinha dito. Kyle podia pertencer a uma família nobre e tinha passado muito tempo trancafiado em uma biblioteca escura dedicado aos seus estudos, mas também tinha aprendido técnicas de luta, de equitação e sobrevivência.

Meraki | ROMANCE GAY (M-PREG)Onde histórias criam vida. Descubra agora