capítulo 3

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      Depois de pegar o coelho saio  correndo na direção de casa, a neve estaria mais densa, uma nevasca  está por vir, isso não é bom,mais seca de alimentos  , produtos mais caros,isso não é bom nada bom, eu acabei de conseguir alimento.
        Pulo o fino riacho que seria a divisa da minha casa e abro a porta,assim que entro coloco o sofá na porta, para evitar que abra e a neve entre, Pietro estaria dormindo ao lado da nossa lareira com um bolo de cobertores finos e antigos.
        Vou em direção a lareira e coloco um pouco de água pra esquentar e ferver o coelho, enquanto a água ferve ,retiro a pele do animal já sem o ar da vida, isso dar a ótimas luvas se eu conseguir linha.
          Ouço o som da água borbulhando e coloco o corpo do Coelho dentro, estou com fome, mas é importante ferver os alimentos, a chance dele ter uma doença que pode me matar é enorme.
          Me sento e começo a ler uma livro velho era da minha mãe,nunca conheci meu pai, ele sempre foi uma incógnita,Pietro não é meu irmão de sangue, isso é bem visível ele foi encontrado em uma sacola que deveria ser de frutas pela minha mãe, então nós acabamos cuidando dele, começo a leitura do livro "quando um oposto amou a luz" um nome peculiar mas a história é esplêndida.
             Pietro acorda e deita a cabeça no meu colo esperando o alimento ficar pronto.
              Pietro- o que você conseguiu ?
            
 

            Zendy- consegui um coelho!
              Pietro- um coelho! Uau a quanto  tempo não comemos esse tipo de carne refinada eu achei que nos comeriamos um sapo de novo ou uma lagarta

                Zendy- não disse que acharia algo bom
  
            Dou um sorriso e o garoto começa a observar as chamas da lareira esperando a carne ficar pronta ou melhor cozida, depois eu vou assar
            Me levanto e ele também como se monitorase a boa qualidade do Coelho já morto, isso é engraçado, mas mórbido ao mesmo tampo crianças não deveriam se preocupar com isso, eu não me preocupava.
             Depois de 35 minutos a carne do Coelho está assada eu coloco diretamente na mesa ( já que não temos pratos) ao lado de alguns legumes e verduras que eu tinha assado e colocado ao lado do animal. Antes mesmo de eu me sentar,Pietro já estava lá comendo ferozmente e arrancando as coxas do Coelho com os dentes.
            Eu começo a fazer o mesmo em menos de 5 minutos só sobraram os ossos do bicho que nos estariam os quase comendo também.
               Pietro- viu alguma coisa legal na caçada?
               Zendy- huum... tinha umas pessoas  estranhas .. homens estranhos  por que?
              Pietro- por nada... é que aquela garota hoje na feira não foi normal sabe, nunca vi alguem com cabelo daquela cor.
              Zendy- talvez ela estivesse de passagem aqui ... e acabou parando na feira , não a nada com o que se preocupar
          Pego ele e vou em direção a lareira.
              Zendy- deite-se e tenha sonhos bons.
           Ele se deita e rapidamente começa a dormir eu começo a cantar uma canção calma que faz até os poucos passarios seguirem a melodia
Como uma canção na floresta.
            Acordo com a luz do sol nas minhas têmporas, eu estaria abraçando meu irmão para aquece-lo e ele por sua vez estaria dormindo.
            Levanto e vou me lavar com um pouco de agua nas minhas partes intimas, hoje irei tentar achar um pouco de linha no mercado e fazer luvas , se não  para mim para meu irmão , logo faço uma trança e um coque bem mal feito sendo segurado pelas pontas do meu cabelo e uma flor não venenosa no meio para enfeitar.
             Ouço o barulho de passos de criança vindo na minha direção e sei automaticamente quem é,olho para ele, estaria nitidamente com um ótimo humor sem contar nas feições ligeiramente mais saudáveis, o que uma refeição não faz não é mesmo? Ele corre até mim e pula no meu colo.
                Pietro- vamos para algum lugar hoje ou eu vou brincar na floresta?
               Zendy- vamos na cidade tentar achar minha velha
               Pietro- posso tentar achar algum brinquedo?
              Zendy- claro ,nunca te impediria de faze-lo.
          Saímos de casa e chegamos a cidade, lá teriam pessoas com uma condição melhor que a nossa capazes de jogar linha no lixo, paro ao lado de uma lata ao lado de um ateliê de costura e acho um bolo de linha,com isso eu posso fazer luvas ou até mesmo vendelas com um preço bom para algum burguês desavisado, talvez aqueles caras de ontem gostem de pele de coelho.
         Vou a procura do Pietro que disse que tentaria achar um brinquedo,ele não pode estar longe.
          Depois de um tempo 3 badaladas do sino são ouvidas , que significa a última  coisa  que eu poderia ouvir em um momento desses invadiram a cidade droga,droga droga cadê você Pietro ?
           Vejo várias pessoas correndo ao meu redor e indo em direção aos abrigos subterrâneos,com medo evidente em seus rostos, mas eu ,eu estava correndo na direção contrária,mas mesmo assim eu estava sendo empurrada pela avalanche de pessoas tentando se proteger, eu me agachei e começei a engatinhar igual criança por debaixo dos pés desesperados, quando finalmente cheguei e vi , tudo, tudo que eu não queria ver, conseguia sentir as lagrimas já caindo pelo meu rosto.
                 - olhe uma criança mágica, é assim que chamam
                - ande faça alguma mágica pra mim! —rindo com deboche.
               - Ele será de bom uso em um circo de horror
         Pulo em um dos soldados com as mãos e começo a bater nele,como se fosse um travesseiro fofinho que eu odiasse com toda a minha alma.
          Um deles pega com força meu cabelo que já teria se desfeito montando um rabo de cavalo onde as mãos dele seriam o prendedor,um deles bate no meu rosto.
                - que coisinha insolente você é, mas é bonita será de bom uso em alguns lugar no nosso país como escrava. E quanto a essa criança aqui ,pensando bem, ela não tem serventia nenhuma além de trazer mulheres descontroladas , a baterem em soldados que podem facilmente mata-las
             Ele pega meu irmão pelo pescoço e gira a cabeça dele,como se não fosse alguém e sim uma tampinha de garrafa, e quando menos esperei meu irmão estava lá nas mãos de um estranho, e sem o fôlego da vida.

Fuga e Paixão - Além Do Tempo Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora