Fuga e Paixão - Além Do Tempo Livro 1

capitulo 26

Zack.

Orfeu estava sentado na pedra do alfa me observando chegar.

- está atrasado. - ela fala esperando algum tipo de reverência.

Abaixo um pouco a cabeça, apenas por respeito a espécie. Se quissese mataria todos aqui, sem piedade, mas minha mãe não aprovaria tal ato vindo de mim.

- mil desculpas senhor - as palavras saem como pedra batendo em metal.

- agora me diga sabe o que fez? - Orfeu diz me olhando.

- sim ativei a maldição dos lobos tenho consciência disso. - falo deixando minhas garras e pressas aparentes.

- aquela é a garota que estão dizendo que você vai se casar? - ele diz mesmo já sabendo a resposta.

- não, não é - falo brando.

- como vai explicar a pobre garota? Que o futuro esposo dela não poderá... - eu o corto.

- não vai ser minha esposa e nem eu o marido dela.

- como pretende mudar o destino?

- reescrevendo ele.

- então tenha certeza de não fazer nenhuma linha errada, pois sabe que as consequências são a cabeça dela, e a sua. - ele diz por fim.

- terei certeza senhor.

Um silêncio prolongado se estende, quando ele se transforma em humano e me dá um abraço longo.

- parabéns! Eu vi você crescer, finalmente achou alguém que ame, estou tão feliz, sua mãe também estaria. - orfeu,antes o lobo sábio e que adverte estava agora me parabenizando, retribou o abraço sem jeito.

- obrigado - falo seco. - pela sua aprovação.

- terão lindos filhotes - diz animado. - serão lindos de dar inveja e...

- eu vou fugir. - falo calmo,como se não soubesse peso das minhas palavras.

Os olhos amarelos de orfeu se arregalam em susto e sua feição fica fechada.

- quer morrer garoto? Esse é seu jeito de confundir o destino?

- sim.

- sabe que a duquesa vai te procurar até no inferno para achar vocês.

- então terei que ficar entre as dobras do tempo.

Orfeu se senta novamente se transformando em lobo tentando pensar em algo para dizer para me convencer, mas no fundo ele sabia que nada que ele fizesse,mudaria minha opinião.

- você é igual sua mãe - ele me entrega um colar feito de corda e um bordado desgastado como joia, com um lobo bordado. - iria te dar no sei casamento, mas parece que não terei o privilégio de ver. - ele suspira. - o melhor lugar para fugirem são para o norte, o único lugar onde o imperador não conquistou.

- irei para lá, fiz um planejamento esse que soube do casamento arranjado, a diferença é que agora vou levar ela. - coloco o colar.

- e ela aceitou? a possibilidade de ser morta? - pergunta preocupado.

- sim... Ela sabe da consequência se formos pegos.

- e quando vão embora? - ele pergunta com fio de esperança.

- no primeiro dia do ano novo na madrugada.

Ele suspira e então vai até mim, como humano novamente.

- honre a memória da sua mãe criança, não morra, por tolos ignorantes.

- não morrerei. - falo dando um reverência e saindo.

Outros lobos me observavam curiosos, algumas fêmeas com olhar triste.

- fique bem, zack.

Ele diz por fim e eu sumo no meio da mata.

Zendy

Fico esperando na primeira árvore, minhas pernas tremiam de ansiedade, e se ele não viesse? Se tudo não passou de um sonho e ainda estou na minha casa de madeira com Pietroao meu lado dormindo pensando em qual refeição teria no outro dia.

- obrigada por me esperar - uma voz sussurra perto da minha nuca e quase pulo de susto.

- Céus! Não me assuste assim - falo sussurando- pude ver os santos pegando minha alma a um minuto atrás. - ele pega minha cintura e sussura novamente em um ronronado rouco:

- mas eu a trouxe de volta? Não trouxe ? - ele acaricia e cheira levemente meu cabelo.

- sim - me viro bruscamente, dando de encontro com seu rosto sorridente marcado e seus olhos brilhantes me encarando, sinto minhas bochechas enruberecerem na hora - para... para... onde ... onde... vamos... é... - gaguejo vergonhosamente.

- primeiro eu vou lá encontrar aqui - ele me beija intensamente. - agora... - ele me beija novamente.

- diga logo para onde vamos! - falo em tom de brincadeira.

- temos que ir para algum lugar? Já estamos em casa. Não se lembra? - ele beija minha bochecha de forma calorosa. - estou brincando, vamos a cidade hoje - ele pega minhas mãos. - antes que pergunte como vamos chegar lá, vamos a cavalo e eu vou te segurando.

- como sabia que eu ia perguntar isso? - o olho.

- já disse isso quando nós conhecemos - ele ri - seu rosto revela os seus pensamentos.

- como isso é possível? Sou algum tipo de piada? - enquanto conversávamos ele me mostra um cavalo preto com a cristã bem alinhada e os pelos bem penteados.

- eu não diria uma piada - ele acaricia um pouco a cabeça do cavalo e me ajudando a subir nele- você é como um livro de poesias aberto na mesa de centro da sala, implorando para te ler.

Tenho um protesto inútil, mas então ele me pega e coloca em cima do cavalo.

- ficará tudo bem - ele sobe na minha frente ajeitando as rédeas do cavalo. - me segure. - abraço ele por trás e então começamos a cavalgar.

Minhas coxas e minha lombar começam a doer depois de quase 2 horas de cavalgada. Mas tudo valeu a pena quando paramos no topo de uma colina e vimos a cidade do alto.

Era um lugar totalmente diferente de solty, minha antiga cidade, tudo parecia maior e melhor, os telhados brilhavam na luz que a própria cidade emanava, o castelo ficava ao fundo rodeando o entorno da cidade. Uma bandeira com um único ponto de terra enorme balançava, no topo de uma das torres do Palácio. Parecendo notar meu olhar zack diz:

- pangeia é a única faixa de terra do nosso mundo, o imperador é dono de quase todo o único continente, o dono do mundo. Menos do Norte, o norte é dominado por outro imperador, tão forte quanto ele. É para onde vamos, quando fugirmos.

Uma música camponesa agradável começa vindo da cidade contageantemente alegre.

- elas não deveriam estar dormindo? Ka é quase de madrugada.

- hoje é o dia mais longo do ano as pessoas normalmente comemoram, garanto que vai amar. Vamos descer e verá.

Ele pega o cavalo e vai descendo em direção a cidade para me mostrar algo totalmente novo