capituto 11

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Acordo na manhã seguinte abraçada ao bilhete deixado por alguém desconhecido, com medo, mas com esperança, essa pessoa sabe quem eu realmente sou? Ela me ajudaria a sair daqui e ter um trabalho digno?
Ainda com os olhos fechados começo a entrar em um mundo da minha  própria imaginação, onde eu teria alguém, seria feliz, vivem uma vida calma e sem muitas ambições em um campo com uma bela casinha feita da simplicidade da vida.
- ela sabe ler sabia! — a voz de Giulia corta minha perfeita utopia.

- uma escrava que sabe ler — Michele ri — Crystaly pode sim, ser uma pessoa incrível, mas não não incrível a ponto de saber ler.

- estou lhe dizendo, ontem na cesta tinha um bilhete, as bochechas dela até ruborizaram levemente! — diz Giulia jogando um travesseiro em mim para que eu acorde — vamos Sra. Admirador segredo. É hora de trabalhar

- pode ter sido um trabalhador que juntou bastante dinheiro — Michele diz pensativa — e está cortejando a Crystaly, ela linda no final das contas.

- uma das mulheres mais belas que eu já vi. — diz Giulia.

Eu abro os olhos e vejo a pele parda de Giulia e seu lindo cabelo crespo em um lindo penteado. Entre algumas partes soltas e algumas tranças, e um corpo robusto.

- parece que você acordou crystaly! — ela me dá o uniforme para vestir.— hoje nós vamos lavar as roupas e se algumas já estiverem velhas, nós podemos ter vestidos novos! É só costurar um pouco!

Toco nos meus peitos,e começo a sentir... inveja.

- você é muito bonita para se comparar assim, deixa disso boba — ela pega minhas duas mãos— não se compare com ninguém! Veja você é tão linda! Seu cabelo parece um lindo riacho... — ela solta minhas mãos e vai se trocar.

Eu faço o mesmo.

Fico vestido com o uniforme e me olho no espelho novamente me admirando,Giulia tem razão. Eu sou tão linda quanto qualquer outra... ( mas eu gostaria de ter os peitos e o corpo da Giulia )

Depois de todas arrumadas e alinhadas na entrada dos fundos do Palácio a governanta chega com uma vestimenta diferente e os cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo.

- sejamos rápidas, grupo 1 — ela aponta para o meu grupo — vocês vão pegar as roupas sujas dos senhores. Grupo 2 — ela aponta para o grupo do meu lado oposto — vocês vão lavar e secar as roupas. Estamos entendidos?

- sim senhora — todas dizem em coro.

Não entendo o porquê! Parece que estamos em um batalhão de guerra... só que com roupas. Não deves de tão difícil só moram dois homens nesse Palácio enorme e homens normalmente não ligam para roupas.

Vou seguindo as empregadas até o quarto do senhor Abraham.

- crystaly... como você é ... novata você vai no quarto do jovem mestre. — ela diz tremendo levemente, qualquer humano não perceberia, mas eu percebi— há algum problema com aquele quarto?

- problema... não não..  claro que não — o nariz cheio de sardas e o cabelo ruivo ficando levemente arrepiado diz o contrário.

- eu irei lá — digo calma — encontro vocês depois.

eu não ando nem dois passos e os ruídos de medo delas são ouvidos.                                                       
entro no quarto, seria um dos ambientes mais escuros que eu já vira incluindo os moveis, as cortinas o tapete de veludo, mas apesar de tudo esta tudo muito bem arrumado exceto pela poeira , começo a limpar o quarto e ver o rosto de um rapaz novo não mais que 18 anos  pintado na cabeceira.

Ate que acabo chegando a uma biblioteca,vejo uma silhueta masculina de costas,com a cabeça abaixada, em uma poltrona feita de couro,com uma pequena xícara de chá ao lado,a silhueta move suas mãos e pega o chá pra beber, chá de hortelã cheiro inegavel, começo a pegar o espanador para limpar os livros.

A poeira  vindo em minha  direção, começo a espirar,mas continuo o serviço

- saúde. — o rapaz fala uma voz calma e vibrante.

Acabo caindo junto com alguns livros. Sinto ele virar o rosto:

- precisa de ajuda — a xícara de chá fica na ponta da mesinha de centro, a beira de cair no tapete felpudo

Para minha surpresa ele estava usando uma máscara preta, que cobria metade de seu rosto e deixava apenas parte da bochehca a mostra.
Tentei ver a cor dos olhos dele mas eles pareciam está cobertor também pela máscara, uma cartola me impedia de ver seu cabelo, mas a sua vestimenta era comum dos homens desse país, que ate agora não sei o nome.
Ele se levanta lentamente e estende as mãos para me ajudar.

- precisa de ajuda? — ele diz pegando alguns livros e guardando.

- .... — não digo nada apenas coloco tudo no lugar.

Levanto rapidamente, e vejo que suas mãos estavam adornadas de luvas de couro preto.

Nós não falamos nenhuma palavra depois disso.

Certo tempo após o ocorrido eu  voltei a limpar a biblioteca do senhor que eu carinhosamente apelidei de sr.corvo  pois só apareçe quando precisamos de ajuda... ou mensagens.

- suponho que goste de ler — ele diz e a voz dele me assusta, como uma assombraços penada, com uma bela voz.

Eu bato na parede e gaguejo palavras jogadas "ahh?" "É..." "li... vro..." nada que uma pessoa normal compreenderia   sem me chamar de louca.

O som de repingos de chuvas na janela e um grande temporal começa sem que eu menos perceba.

Ele volta a ler como se não houvesse sentido nada ou ouvido nada

E eu finjo para mim mesmo é pro meu cérebro que não sei ler e volta a limpar.

Tirando a poeira dos livros com um espanador, quando eu sinto uma pessoa, bem alta, atrás de mim e uma mão colocando  o livro no lugar correto me viro pelo susto e vejo um pequeno sorriso nós lábios do Sr. Corvo, e talvez... um brilho por baixo de sua máscara?

- está sujo aqui — diz tirando um pouco de poeira do meu rosto.

- ... ahh?... é.... — digo passando por baixo do braço dele e saindo... não fugindo da biblioteca.

Com apenas uma última visão do pequeno sorriso do rapaz na mente.

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Fuga e Paixão - Além Do Tempo Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora