Acordo na manhã seguinte abraçada ao bilhete deixado por alguém desconhecido, com medo, mas com esperança, essa pessoa sabe quem eu realmente sou? Ela me ajudaria a sair daqui e ter um trabalho digno?
Ainda com os olhos fechados começo a entrar em um mundo da minha própria imaginação, onde eu teria alguém, seria feliz, vivem uma vida calma e sem muitas ambições em um campo com uma bela casinha feita da simplicidade da vida.
- ela sabe ler sabia! — a voz de Giulia corta minha perfeita utopia.- uma escrava que sabe ler — Michele ri — Crystaly pode sim, ser uma pessoa incrível, mas não não incrível a ponto de saber ler.
- estou lhe dizendo, ontem na cesta tinha um bilhete, as bochechas dela até ruborizaram levemente! — diz Giulia jogando um travesseiro em mim para que eu acorde — vamos Sra. Admirador segredo. É hora de trabalhar
- pode ter sido um trabalhador que juntou bastante dinheiro — Michele diz pensativa — e está cortejando a Crystaly, ela linda no final das contas.
- uma das mulheres mais belas que eu já vi. — diz Giulia.
Eu abro os olhos e vejo a pele parda de Giulia e seu lindo cabelo crespo em um lindo penteado. Entre algumas partes soltas e algumas tranças, e um corpo robusto.
- parece que você acordou crystaly! — ela me dá o uniforme para vestir.— hoje nós vamos lavar as roupas e se algumas já estiverem velhas, nós podemos ter vestidos novos! É só costurar um pouco!
Toco nos meus peitos,e começo a sentir... inveja.
- você é muito bonita para se comparar assim, deixa disso boba — ela pega minhas duas mãos— não se compare com ninguém! Veja você é tão linda! Seu cabelo parece um lindo riacho... — ela solta minhas mãos e vai se trocar.
Eu faço o mesmo.
Fico vestido com o uniforme e me olho no espelho novamente me admirando,Giulia tem razão. Eu sou tão linda quanto qualquer outra... ( mas eu gostaria de ter os peitos e o corpo da Giulia )
Depois de todas arrumadas e alinhadas na entrada dos fundos do Palácio a governanta chega com uma vestimenta diferente e os cabelos castanhos presos em um rabo de cavalo.
- sejamos rápidas, grupo 1 — ela aponta para o meu grupo — vocês vão pegar as roupas sujas dos senhores. Grupo 2 — ela aponta para o grupo do meu lado oposto — vocês vão lavar e secar as roupas. Estamos entendidos?
- sim senhora — todas dizem em coro.
Não entendo o porquê! Parece que estamos em um batalhão de guerra... só que com roupas. Não deves de tão difícil só moram dois homens nesse Palácio enorme e homens normalmente não ligam para roupas.
Vou seguindo as empregadas até o quarto do senhor Abraham.
- crystaly... como você é ... novata você vai no quarto do jovem mestre. — ela diz tremendo levemente, qualquer humano não perceberia, mas eu percebi— há algum problema com aquele quarto?
- problema... não não.. claro que não — o nariz cheio de sardas e o cabelo ruivo ficando levemente arrepiado diz o contrário.
- eu irei lá — digo calma — encontro vocês depois.
eu não ando nem dois passos e os ruídos de medo delas são ouvidos.
entro no quarto, seria um dos ambientes mais escuros que eu já vira incluindo os moveis, as cortinas o tapete de veludo, mas apesar de tudo esta tudo muito bem arrumado exceto pela poeira , começo a limpar o quarto e ver o rosto de um rapaz novo não mais que 18 anos pintado na cabeceira.Ate que acabo chegando a uma biblioteca,vejo uma silhueta masculina de costas,com a cabeça abaixada, em uma poltrona feita de couro,com uma pequena xícara de chá ao lado,a silhueta move suas mãos e pega o chá pra beber, chá de hortelã cheiro inegavel, começo a pegar o espanador para limpar os livros.
A poeira vindo em minha direção, começo a espirar,mas continuo o serviço
- saúde. — o rapaz fala uma voz calma e vibrante.
Acabo caindo junto com alguns livros. Sinto ele virar o rosto:
- precisa de ajuda — a xícara de chá fica na ponta da mesinha de centro, a beira de cair no tapete felpudo
Para minha surpresa ele estava usando uma máscara preta, que cobria metade de seu rosto e deixava apenas parte da bochehca a mostra.
Tentei ver a cor dos olhos dele mas eles pareciam está cobertor também pela máscara, uma cartola me impedia de ver seu cabelo, mas a sua vestimenta era comum dos homens desse país, que ate agora não sei o nome.
Ele se levanta lentamente e estende as mãos para me ajudar.- precisa de ajuda? — ele diz pegando alguns livros e guardando.
- .... — não digo nada apenas coloco tudo no lugar.
Levanto rapidamente, e vejo que suas mãos estavam adornadas de luvas de couro preto.
Nós não falamos nenhuma palavra depois disso.
Certo tempo após o ocorrido eu voltei a limpar a biblioteca do senhor que eu carinhosamente apelidei de sr.corvo pois só apareçe quando precisamos de ajuda... ou mensagens.
- suponho que goste de ler — ele diz e a voz dele me assusta, como uma assombraços penada, com uma bela voz.
Eu bato na parede e gaguejo palavras jogadas "ahh?" "É..." "li... vro..." nada que uma pessoa normal compreenderia sem me chamar de louca.
O som de repingos de chuvas na janela e um grande temporal começa sem que eu menos perceba.
Ele volta a ler como se não houvesse sentido nada ou ouvido nada
E eu finjo para mim mesmo é pro meu cérebro que não sei ler e volta a limpar.
Tirando a poeira dos livros com um espanador, quando eu sinto uma pessoa, bem alta, atrás de mim e uma mão colocando o livro no lugar correto me viro pelo susto e vejo um pequeno sorriso nós lábios do Sr. Corvo, e talvez... um brilho por baixo de sua máscara?
- está sujo aqui — diz tirando um pouco de poeira do meu rosto.
- ... ahh?... é.... — digo passando por baixo do braço dele e saindo... não fugindo da biblioteca.
Com apenas uma última visão do pequeno sorriso do rapaz na mente.
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Fuga e Paixão - Além Do Tempo Livro 1
Fantasyuma época onde as criaturas mágicas de escondiam dos humanos, zendy uma garota humilde que vive em uma vila no interior da cidade de uma forma pacífica vê tudo ir ladeira a baixo quando a guerra chega até ela.