Capítulo XVII - Quadribol

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Quando entrou novembro o tempo esfriou muito. As serras em torno da escola viraram cinza gelo e o lago parecia metal congelado. Toda manhã o chão se cobria de geada. Hagrid era visto das janelas dos andares superiores do castelo degelando vassouras no campo de quadribol, enrolado num casacão de pele de toupeira, com luvas de coelho e enormes botas de castor. Começara a temporada de quadribol.

No sábado, teria a primeira partida depois de semanas de espera: Grifinória contra Sonserina. Se Grifinória ganhasse, subiria para o segundo lugar no campeonato das casas.

Malfoy o importunara mais do que o normal nos últimos dias — talvez pelo fato de que a partida de quadribol se aproximava —, mas nada que ele dissesse ou fizesse poderia superar o que acontecera alguns dias após a detenção. 

Era meia-noite, e mais cedo no mesmo dia Harry havia recebido uma carta anônima, pedindo para que este o encontrasse no banheiro masculino, localizado no sexto andar da torre oeste. O garoto não era burro, sabia que ou era alguém querendo o machucar, ou alguém querendo o pregar uma peça. Nenhuma das duas opções pareciam boas, mas a curiosidade falou mais alto então logo que deu o horário se dirigiu ao banheiro.

Chegando lá, estranhou o fato de não ter ninguém no local de encontro. Por prevenção, ficou parado na porta, olhando dentro do banheiro. 

Após algum tempo esperando, uma mão gelada o segurou pelo pescoço, fazendo seus pelos eriçarem, acompanhada de um sussurro leve e baixo.

— Estupefaça — Disse a voz suave, voz na qual reconheceu como a de Draco Malfoy.

Malfoy havia feito uma emboscada para Harry.

E Harry havia caído nela.

A próxima coisa que Harry viu, foi Malfoy de pé em frente ao seu corpo caído no chão. O garoto tentou se mover, mas não conseguia mexer um músculo sequer. Tinha sido paralisado.

— Espero que tenha em mente que isso não é nem de perto o pior que eu posso fazer, Potter. — Murmurou o loiro, com um sorriso presunçoso dançando em seus lábios — Não se preocupe, eu te garanto que farei o resto de sua vida um completo inferno. Você vai me pagar por cada palavra que me disse sobre mim e meu pai.

O garoto mais velho se virou para sair do banheiro e fechou a porta. Tudo que Harry pôde ouvir em seguida foi o barulho da porta sendo trancada.

O final da noite se resumiu a Harry tentando de todo modo se mexer para sair de lá, mas falhando miseravelmente, sendo achado por Murta-Que-Geme, uma fantasma que ficava no banheiro feminino, um tempo depois. Harry passou no mínimo vinte minutos ouvindo Murta tagarelar sobre quaisquer que seja o assunto no qual ela tanto falava, conseguiu se livrar da paralisia, levantou-se, destrancou a porta com um simples alohomora e deu um breve tchau para Murta, recebendo um empolgado "Adeus Harry!" em resposta.

Porém na cabeça do garoto, quadribol tinha uma importância tão maior, que em questão de dias, Harry já havia esquecido de que passara parte de sua noite deitado no chão frio do banheiro.

Harry aprendera ainda criança que havia setecentas maneiras de cometer faltas em quadribol e que todas haviam ocorrido durante a Copa Mundial de 1473; que os apanhadores eram em geral os jogadores menores e mais velozes e que a maioria dos acidentes graves no quadribol parecia acontecer com eles; que embora as pessoas raramente morressem jogando quadribol, havia juízes que tinham desaparecido e reaparecido meses depois no deserto do Saara.

Hermione tornara-se menos tensa com relação às infrações ao regulamento desde que Harry e Rony a tinham salvado do trasgo montanhês e se tornara uma pessoa mais simpática.

O Marotinho - E se o Harry fosse criado por WolfStar?Onde histórias criam vida. Descubra agora