Capítulo IV: A carta de Hogwarts e o Caldeirão Furado

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Quase dez anos haviam se passado desde o dia em que Remus recebeu a carta pedindo para ajudar Padfoot a cuidar do filho de seus melhores amigos, e o Largo Grimmauld Nº 12 havia mudado bastante. O Sol nascia e penetrava sorrateiro a sala de estar, que estava bem diferente do dia em que Sirius regressara à casa, pois os móveis — antes empoeirados — estavam limpos e brilhosos, graças a mania de limpeza de Remus. Ninguém via a casa, portanto ninguém poderia pensar que um certo garotinho de cabelos negros e bagunçados, que caíam sobre seus olhos verdes como duas esmeraldas estaria escondido ali.

   No entanto Harry Potter estava lá, no momento adormecido, mas não por muito tempo. Seu padrinho Sirius — ou, como o chamavam, Padfoot — acordara e foi seu latido que produziu o primeiro ruído do dia. Sirius na forma de um grande cão negro, pulara em cima do afilhado e latia feliz, pois aquele era o dia em que Harry iria receber sua carta de Hogwarts, Sirius já o ensinara o básico de todas as matérias, para — como disse Sirius — "Chegar chegando". Tamanho foi o susto, que Harry pulou para o lado e caiu da cama. 

—Da próxima vez — começou Harry, um tanto irritado — eu prefiro que use o despertador.

Levantou-se para encarar o cão, mas este havia sumido e, em seu lugar estava um homem de cabelos pretos até os ombros e olhos cinzentos.

—Lembra que dia é hoje? — perguntou animado ao afilhado.

—Ããã — Harry forçava sua memória, mas sem sucesso, olhou então para o calendário — Domingo...?

Sirius pareceu um pouco aborrecido, mas respondeu calmamente ao sobrinho, sua voz contida em animação.

—Hoje chega a sua carta de Hogwarts, Prongs júnior! — anunciou animado — agora, deixa de preguiça e vamos tomar café!

"Uau" Harry pensou, não é como se o padrinho não estivesse fazendo contagem regressiva para este dia, mas um sentimento especial invadiu Harry no momento que lembrou que em algumas semanas iria , — como diz Remus — para a melhor Escola de Magia e Bruxaria de todos os tempos, e estudaria com o maior mestre que Hogwarts já teve: Alvo Dumbledore. Harry estava muito animado para ir pra Hogwarts, estudar magia e,—acima de tudo—provar seu talento para os outros.

   Levantou da cama em um salto, pegou suas roupas e foi ao banheiro se trocar, e logo desceu para o primeiro andar tomar seu café.

—Bom dia Moony! — disse Harry ao avistar seu "outro padrinho", Harry o chamava assim, pois na cabeça dele, se alguém namora com seu padrinho ele ou ela consequentemente também se torna seu padrinho ou madrinha. Sentado no sofá, se encontrava um homem jovem, embora com alguns fios grisalhos salpicados entre seus cabelos castanho-claros e havia várias cicatrizes em seu rosto.

—Dia Harry, fiz seu café da manhã favorito, panquecas com calda de caramelo. — Harry rapidamente se sentou e começou a comer sua panqueca — Irei sair um pouco mais cedo do que de costume, para ir buscar sua carta de Hogwarts, já que Dumbledore não sabe onde estamos e...— A fala de Remus fora interrompida por uma coruja-da-igreja que acabara de adentrar a janela — mas o que...? — Remus se levantou, mas Harry foi mais rápido e já estava com a carta em mãos, após ler seu conteúdo então, abriu um enorme sorriso — Moony! Padfoot! Minha carta chegou! Minha carta chegou! — Entregou então a carta a um Remus surpreso e confuso, pois havia um P.S para ele escrito no finalzinho da carta.

"Da próxima vez que receber uma carta importante e confidencial, aconselho o senhor a guardá-la bem ou queimá-la, o senhor não ficaria bem se alguém do ministério da magia visse que andara convivendo com um homem acusado de assassinato nos últimos anos, espero que estejam bem.

Alvo Dumbledore"

   Remus estava boquiaberto, lembrara que havia deixado a carta sobre uma cômoda quando saíra do local.

O Marotinho - E se o Harry fosse criado por WolfStar?Onde histórias criam vida. Descubra agora