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Era final de tarde, o sol já dava seus últimos resquícios que luz, o sol brincava com cores chamativas em diversos tons. As luzes dos postes começavam a acender, a rua começava a ficar mais vazia e as pessoas começavam a fechar as cortinas. Kenma olhava a televisão, Anna estava apoiada no travesseiro e permanecia perdida em pensamentos, sua vida estava um bagunça, precisava consertar aquilo. Como faria? Não fazia ideia.

Não poderia se esconder nos braços de Kenma para sempre, o menino tinha poder e influência, mas uma hora eles iriam ficar escassos para seu lado. Nessa hora estaria perdida, precisaria correr e se desesperar para ir atrás de um novo lugar para se esconder. Toda aquela calmidade tinha acabado.

— O que pensa tanto? – Lhe tirando de seus desvaneios o meio loiro falou.

— Ficarei apenas alguns dias, você tem coisa para fazer e eu tenho assuntos para resolver – suspirou pesado, esfregou os olhos com as mãos e encarou o menino.

— Faça como quiser, mas se precisar de algo não hesite em me procurar – o menino disse seguro e lhe passando alívio.

Assentiu rápido, mas continuou em seus pensamentos, em sua cabeça passava inúmeras perguntas na qual não achava uma resposta, talvez a que mais lhe perturbace fosse se os homens já teriam dado falta da sua presença.

~•~

Futakuchi lia um livro de ficção científica qualquer, o bairro estava calmo, sem estranhos, a não ser o homem na qual tinha visto entrar mais cedo. Sua estrutura era alta e grande, tinha um olhar intimidador e seus cabelos eram brancos. Passou pela porta do prédio, cumprimentou Futakuchi que logo o parou, questionou sobre o que o homem viera fazer ali, segundo ele estava apenas como visita e logo iria embora.

O moreno permitiu sua passagem, mesmo com a aparência arrogante o homem não aparentava ser ruim. Poucos minutos depois que o menino de cabelos brancos subiu, ele descia de volta para a portaria, dessa vez com um objeto em mãos, acenou com a cabeça para Futakuchi e logo saiu do prédio.

O moreno achou estranho e até subiu pelos andares para conferir os apartamentos, nada de errado, não sabia quem ele havia ido visitar então deu de ombros para a situação.

No prédio da frente três homens observavam o apartamento em que antes estava escondida, não havia movimento nas cortinas, e nem uma sombra passava pelo cômodo, acharam estranho e se perguntaram se já tinha consciência de suas visitas.
Pararam e observaram o homem desconhecido entrando no prédio de mãos vazias e logo depois saindo com algum objeto, desconfiaram, mas deixaram de lado.

Aguardariam a chegada da hora em que saía para caminhar para que tivessem a chance de novamente entrar no apartamento 207, algo passou despercebido, o dinheiro precisava estar na guarda de alguém e precisava ter um registro disso, procurariam até encontrar.

~•~

Ainda deitada na cama, Kenma ainda assistia televisão, o barulho do canal era dos jornais locais, ouvia as notícias e se perdia em pensamentos novamente.

— Está com fome? – O menino perguntou.

— Não, irei dormir, estou exausta – com os olhos já pesados pelo cansaço Anna pronunciou.

— Certo. Tome um banho, pegarei uma roupa. – Kenma apontou para a porta em que era o banheiro e se levantou da cama, indo em direção ao guarda roupa.

Com preguiça você se levantou com dificuldade, pegou a roupa que Kenma havia separado e entrou no banheiro. Girou a torneira e logo pôde ouvir a água batendo no chão do box, ajustou a temperatura que queria, um banho quente escolheu, se despiu e deixou a água banhar seu corpo, trazendo mais sono pela água quente.

Terminou o banho, desligou o chuveiro e saiu do box, se enxugou com a toalha e colocou a roupa separada, uma calça de moletom que ficara larga e uma blusa com uma estampa de uma banda antiga. Voltou para o quarto e Kenma permanecia na cama, se aconchegou ao seu lado e o desejou boa noite, já se preparando para cair num sono sem sonhos.

Foi em um piscar de olhos e já estava submersa em um como temporário, Kenma a observava e se preparava para sair de casa, não acordaria tão cedo e ele estaria em casa antes que despertasse.

Refez seu coque e pegou seu celular, lhe deu uma última olhada e saiu de casa fazendo um barulho mínimo para que não lhe acordasse. Deu partida em seu carro e voltou para o bar carrancudo ao qual estavam de manhã.

Estacionou na parte de trás do bar, entrou pela parte da frente, cumprimentou os funcionários que estavam trabalhando, o bar tinha movimento e parou para conversar com alguns clientes e amigos próximos, ignorava outros. Foi para a porta do balcão e andou pelo corredor, chegou na sala que piscava em luzes vermelhas e foi direto até seu escritório.

Fechou a porta com força e se afundou na cadeira da mesa principal, afundava os dedos no teclado e seus olhos não cansavam de ficar no escuro vendo toda aquela claridade.
Nos monitores aparecia seus programas de reconhecimento e banco de dados, com um movimento aqui e outro ali ele tinha acesso às informações da polícia, com outros movimentos ele tinha acesso à dados do governo nacional, mais movimentos e tinha acesso à dados da Interpol e se bobear até mesmo do FBI.

Procurou no banco de dados do Brasil, achou a empresa de advocacia para a qual trabalhava e foi mais a fundo nas informações, com sorte a investigação na qual te procuravam estava em aberto e com acesso livre, menos esforço.
Achou informações sigilosas que talvez nem você tinha conhecimento, futricou mais fundo e achou o nome do homem na qual havia sido golpeado e perdido seis milhões de reais.

Entrou na ficha do homem, um deputado corrupto, buscou saber o porquê havia procurado um advogado, segundo as informações seria para o livrar de acusações de fraude e lavagem de dinheiro. Buscou por câmeras da empresa, foi até o dia em que ele havia passado pela porta de entrada do edíficio, anotava tudo, buscou por familiares e amigos próximos, pessoas com quem havia tido contato e olhado nas ruas, pegou o endereço do homem, uma mansão em uma rua onde brancos velhos estupidamente ricos do governo corrupto habitavam.

Parou por um segundo de rolar os olhos entre as telas, esfregou-os e bufou, levantou-se da cadeira e foi até a sala de leds vermelhas, chamou por Kuroo e pediu para que o menino contatasse seus homens que ficavam no Brasil, o menino logo o fez. Se era de madrugada em um lado do mundo, do outro lado o sol já estava no céu.

Kenma voltou para seu escritório e olhou para o relógio, 4:30 da manhã, ele já voltaria para casa. Pegou seus pertences e fez todo o trajeto até seu carro, seus olhos começavam a pesar, mas não estava cansado, seu corpo estava agitado, mas precisava repousar.

Kenma passava dias em claro a base de cafeína e energético, sendo um viciado em trabalho, ficando trancafiado em seu escritório e digitando freneticamente em seus teclados, a luz do sol era algo que quase não via.

Em poucos minutos já estava na frente da casa, passou pelo portão e estacionou onde o carro estava antes, entrou pela porta e subiu as escadas na ponta dos pés, abriu a porta do quarto e a viu em seu quinto mundo, viajando em seus sonhos. Suspirou aliviado, deixou os chinelos no chão, largou o celular na mesa ao lado da cama e se deitou ao seu lado, os poucos movimentos quase a fizeram acordar, mas logo voltava a desfrutar do sono. Kenma se permitiu relaxar e dormir pelas próximas duas horas, era o suficiente para ele.

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Espero que tenham gostado :)

Enfim foi isso, baibai.

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