START OVER | Kita Shinsuke

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The Cave – Mumford & Sons

Oliveira estava na Câmara dos deputados, todos o olhavam curiosos, a visita do FBI já circulava pelo ouvido de todos e pelo visto ninguém sabia disfarçar a curiosidade. Oliveira havia entrado na Câmara e rumou direto para seu escritório, ignorou qualquer um que tentou o parar pelos corredores ou todas as ligações que estava recebendo em seu telefone fixo.

A primeira coisa que fez foi preparar uma xícara de café, mais de uma, tirar o telefone do gancho e verificar se não havia algum microfone ou câmera embutida em algum canto daquela sala. Após se garantir que não havia, abriu as pastas dos funcionários da firma de Anna e foi em busca do nome de Sugawara.

A pasta onde havia informações sobre Kouchi era como todas as outras, simples, nada relevante ou com qualquer informação que os levassem onde quer que Suga tivesse se enfiado.
Oliveira colocou o telefone no gancho novamente e ligou para um colega da firma onde Anna trabalhava, Pedro Castro, um advogado almofadinha que se beneficiava em cima do trabalho dos outros. Da mesma raça que Oliveira.

Após alguns toques do telefone, ele foi atendido.

— Diga rápido Oliveira, não estou com tempo para gastar com você.

— Peça para aquele seu amigo verificar tudo que Sugawara Kouchi fez antes de desaparecer.

— Sugawara Kouchi? Quem?

— Um dos funcionários da sua firma e de Anna Alves, seu imbecil. – Roger falou alto e impaciente.

— Está apaixonado Oliveira? Por quê quer saber de Kouchi? – Castro disse divertido.

— Cale a merda da sua boca Pedro, Sugawara pode saber de Anna e quero saber o que fez antes de sumir do mapa.

— Como sabe que Kouchi está com Anna?

— E isso lá importa? Faça o que pedi Pedro, são seis milhões de reais!

— Não sou burro Oliveira, eu sei quanto dinheiro aquela puta roubou – disse com desgosto e raiva. — Mas está escondendo algo Oliveira, o que é?

— Para de encher a porra do meu saco Castro, faça o que eu pedi.

— Ou?

— Ou eu cortarei seu saco fora.

— Você tem algum tipo de atração por homens Roger?

— Vá se fuder – e desligou.

Oliveira tirou o telefone novamente do gancho e alcançou um maço no bolso de seu paleto, pegou o isqueiro e acendeu um dos cigarros. Sua sala cheirava a nicotina, havia algumas manchas no teto pela fumaça e nem mesmo se deixasse todas as janelas abertas aquele cheiro forte largaria aquela sala. O homem fumava quase um maço por dia, além de abusar de bebida quando conseguia fazer uma de suas jogadas sujas, o que acontecia frequentemente. Não me admira que um dia ele caia duro no chão de algum ataque cardíaco ou insuficiência respiratória.

~•~

Anna já estava acordada, por volta das cinco da manhã ela abriu seus olhinhos. O médico a olhava, ainda sonolento e com o estomâgo com alguns litros de café.

— Bom dia, Anna – ele disse.

— Bom dia? – respondeu incerta.

— Como se sente?

— Sinto que fui atropelada por cinquenta cavalos, mas estou bem.

— Isso é bom, pelo menos está sentindo dor, seria pior se não estivesse – o médico tentou soar divertido ou motivador, não funcionou.