— Quando começou a trabalhar com Kenma? – Perguntou curiosa, o menino teria começado de dois anos para cá, percebendo que nunca tinha o visto.
— Cerca de um ano e meio. – Kuroo se aproximou e se sentou ao seu lado em uma das cadeiras.
— Entendi. – A conversa acabou por ali, desviou os olhos dos do moreno de cabelos espetados e reparou melhor na sala.
O escritório era simples, porém era féerico – diferente do lado de fora do local, uma mesa preta com monitores, uma cadeira acolchoada, um fone jogado em um dos teclados. Uma estante atrás de você, alguns cds e caixas colecionáveis de personagens, um hack com uma televisão, um pequeno sofá com algumas almofadas. Kenma era um viciado mesmo.
Passos no corredor e a porta se abria, Kenma entrava e ía direto para a cadeira da mesa, suspirou ao sentar.
— Kuroo – o moreno o olhou. — Já pode ir – o meio loiro apontou com a cabeça num gesto para que o outro saísse.
— Certo – antes de se levantar Kuroo a olhou mais uma vez, sorriu fino e saiu da sala.
Ao ouvir a porta fechar e os passos do moreno se afastarem, Kenma a olhou.
— Sabe quem são? – Ele começou a digitar algo no computador.
— Não faço a mínima. – Bufou e o olhou pensativa.
— Onde ficou esse tempo todo? – Kenma perguntou lhe olhando pelo canto do olho.
— Em um prédio mixuruca na cidade vizinha – deu de ombros.
— Sabe quantos são?
— Três pelo que eu vi.
— Viu aonde?
— Câmeras.
— Me dê as imagens.
— O computador ficou no apartamento.
— Me passe o endereço, mandarei alguém buscar. – Kenma lhe entregou um papel e uma caneta.
Ponderou e o olhou por alguns segundos, mas escreveu o endereço no papel.
— Está dentro de algumas tábuas soltas embaixo da cama – lhe empurrou o papel de volta e Kenma o pegou, foi para a sala onde estavam antes, voltou alguns minutos depois.
— Daqui a uma hora e meia ele chegará, agora me conte essa história direito. – Kenma se sentou novamente na cadeira e abriu um computador menor.
— Uh, certo – suspirou e começou a contar o que havia feito durante esses dois anos, em alguns momentos tinha a impressão que Kenma não a ouvia, mas o menino sempre fazia comentários sarcásticos, triando Anna do sério.
— E foi isso – o olhou esperando algum sermão, mas o menino não tinha lugar de fala naquele assunto.
— Entendo, você foi imprudente em fazer isso, mas ainda não me respondeu o porquê desviou 6 milhões de reais.
— Kenma... – O olhou duvidosa. — Não poderei te falar, ele me mataria – pendurou a cabeça para trás e esfregou os olhos.
— Lhe mandaram fazer isso? – Kenma perguntou.
— Talvez sim, talvez não – falou fingindo a desentendida.
Kenma suspirou, mas não insistiria, não queria contar e ele não precisava saber.
— Certo, venha aqui – Kenma levantou da cadeira e foi até o sofá, se sentou ali e fez um gesto para que o acompanhasse.
Sorriu fino e foi em direção ao menino, se acomodou nos braços do meio loiro e ele ligou a televisão, colocando em algum canal irrelevante.

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START OVER | Kita Shinsuke
Fanfictionᴇᴍ ᴘᴀᴜsᴀ. ☞︎︎︎ Anna Alves era uma advogada criminalista bem sucedida em um dos maiores escritórios do Brasil. Sua vida corria muito bem, tudo estava dentro dos eixos, até que seu pior pesadelo volta a tormentá-la. Ela apenas precisava desviar, novam...