11

161 28 13
                                        

Seja como for que penses, creio que é melhor dizê-lo com boas palavras.

W. Shakespeare

——————————
Trouble – Cage The Elephant

Uma injeção para acordar. Depois outra para sensibilizar os nervos.
A porta se abriu calmamente e rapidamente se encheu com as vozes dos homens, todos fazendo algo, pisando firme e demonstrando profissionalismo. Kita deu ordens e alguém resmungou.

Anna abriu e fechou os olhos, se acostumando com a luz amarelada e quase opaca. Então abriu os olhos por completo e resmungou de dor no pescoço por ele ficar pendurado para frente enquanto estava inconsciente.
Atsumu e Osamu começaram a colocar eletrodos fios por alguns pontos sensíveis em seu corpo, ela ficou assustada e franziu o cenho para Kita, que apenas observava o trabalho dos outros dois.
Anna não fez esforço para falar, mas contou nove pontos onde colocaram os pregos dos fios, seus músculos estavam tensos.
Suna trabalhava em um canto, ajustando um aparelho que Anna não conseguiu identificar.
Não iam matá-la, pensava assim, embora, nas próximas horas, a morte fosse algo que passaria a ser desejado.

Anna sempre soube que esse dia chegaria. Suga era ingênuo demais.

Fechou os olhos, controlou os batimentos cardíacos e esperou pelo pior. As drogas deixaram sua mente confusa e dispersa, muitas informações entravam em sua cabeça, mas não eram processadas direito.

Eu não sei onde está o dinheiro. Eu não sei onde está o dinheiro. Eu não sei onde está o dinheiro. Anna pensava nessa frase – e era verdade, ela não fazia a mínima ideia de onde o dinheiro estava agora.

Anna ligava para Suga todo sábado, entre as 21:00 - 01:00. Todos os sábados, Suga queria que as ligações fossem diárias, mas seria suspeito se por acaso eles vissem o registro telefônico de seu celular. Todo sábado. Sem falta. Conversavam por alguns minutos e estava pronto. Até o próximo sábado.

Anna sabia que nessa altura do campeonato o dinheiro já estava espalhado em diversos bancos pelo mundo e ela não fazia ideia de quais eram. Ela não sabia. Ela sabia que o dinheiro não estava nos bancos em que ela deixou o dinheiro. Mas os homens acreditariam nela?
A porta abriu novamente e três vultos saíram da sala. As mãos ao redor de seu corpo pararam de se movimentar com o tempo e isso facilitou para que ela assimilasse melhor o que acontecia ao seu redor. Ela fechou os olhos e deu graças a Deus.

Então, tudo ficou quieto, ela abriu os olhos e o saco plástico de soro havia sumido. Kita olhava para Anna delicadamente e calmo.

— Está melhor? – Kita perguntou já pronto para alcançar outra garrafa de água.

— Estou sem sede – Anna respondeu receosa.

O homem esquisito do outro dia havia aparecido novamente e enfiou outra seringa na veia de Anna. A seringa era comprida, cheia de água colorida, mas Anna não saberia.

— Onde está o dinheiro Anna? – Kita perguntou.

— Não tenho dinheiro algum – Anna disse, ela sentiu seu corpo formigar, fazia um tempo que não se movia.

— Você vai me dizer onde está esse dinheiro, isso eu tenho certeza. Pode dizer agora, ou daqui a doze horas, quando estiver na beira da morte. É de sua escolha.

— Hmm – ela riu e achou aquilo divertido – Jesus, ela estava fora de si. — Eu não quero morrer, certo? Eu acho. – Eles vão me matar, pensava consigo mesmo.

Kita levantou um objeto pequeno e estranho, Anna ficou confusa e fitou o objeto com curiosidade, quando teve mais clareza do que era, seu corpo tensionou. Era uma alavanca feia e inteiramente preta, com um fio que chegava até o aparelho que Rintarou estava cutucando anteriormente.

START OVER | Kita ShinsukeOnde histórias criam vida. Descubra agora