START OVER | Kita Shinsuke

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Haven't met you yet - Michael Bublé

Amanda aguardava a transferência do dinheiro enquanto tomava uma xícara pequena de café. Sua assistente havia cancelado todos os seus horários com clientes ou reuniões por quatro dias.
A mulher passou em sua casa para buscar mudas de roupas.
Um taxista levou Suga e Amanda até o aeroporto, ela havia notado que Suga não carregava nenhuma bagagem, apenas uma bolsa de tamanho médio, um pouco velha.

— Aonde esta hospedado? – ela perguntou.

— Aqui e ali – ela deu de ombros e mudou de assunto.

— Como faço para entrar em contato com você?

— Falaremos sobre isso mais tarde.

Eles sentaram-se um do lado do outro no avião, na segunda fila da primeira classe. Os primeiros vinte minutos se passaram em silêncio, Amanda lia um depoimento e Suga folheava uma revista de moda. Ela mal lia o depoimento, apenas passava o olho, o que ela queria saber eram detalhes do caso que acabara de entrar. Seria emocionante participar de algo tão grande como isso.

Mas Suga não estava disposto a responder as inúmeras perguntas que a mulher tinha, ele guardaria segredo até o último minuto. Amanda fingia a indiferente, assim como Suga ela abriu uma das revistas e passou a folheá-la.
Foram servidos petiscos como rosquinhas folhadas, salgados diversos, champanhe, café e chá. Amanda e Suga optaram pelas rosquinhas e água mineral, sem gás.

— Há quanto tempo conhece Anna? – Amanda começou.

— Por que pergunta?

— Certo. Tem algo que pode me dizer sobre o que aconteceu com Anna nos últimos dois anos? – Amanda era uma velha amiga, agora advogada, não a julguem por estar curiosa.

— É melhor perguntar diretamente à Anna – ele disse sem muito interesse e voltou a folhear a revista. Amanda se deliciou com suas rosquinhas.

O avião pousou em Washington e assim que as rodas tocaram o chão, Suga disse em uma fala bem ensaiada.

— Não a verei por alguns dias. Preciso me manter em movimento por algum tempo. Anna lhe passará as informações que você precisa saber, mas em caso de emergência, extrema emergência, ligue para esse número. E não ligue diretamente do seu telefone.

— Entendi. Algo mais?

— Esteja atenta a tudo ao seu redor. Anna corre perigo. Preste atenção no carro atrás do seu. Um estranho que lhe encara. Alguém rondando o lugar. Alguém a perseguindo. Tudo. Uma vez que entre oficialmente como advogada de Anna, irá atrair muita atenção. Atenção indesejada.

— De quem?

— Anna irá lhe dizer.

— Vocês estão com o dinheiro, não é?

— Não responderei esta pergunta.

Amanda esperou que todos saíssem do avião, assim como Suga. O dinheiro provavelmente aumentou. Anna não é idiota. Ela deve ter feito algum investimento para que o dinheiro dobrasse, triplicasse.
Assim que saíram do avião, atravessaram o terminal para Amanda pegar o voo para São Paulo.

— Diga a Anna que estou bem. – Suga disse.

— Ela pode perguntar onde você está.

— Europa.

Amanda o viu sumir no meio daquelas pessoas apressadas. A mulher pensou em muitas coisas durante a viagem. (1) Iria reencontrar Anna. (2) Tinha a chance de ganhar um ótimo caso e sair de lá com muito dinheiro. (3) Voltaria para o Brasil, sua terra natal.