18 - Eu estou aqui

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Olá meus amores!
Sim, eu voltei, não é uma simulação 😂😂😂

Voltei antes do dia porque eu vi como que vocês querem a conversa, e como eu estou escrevendo muito esses dias, tenho alguns capítulos guardados. Então decidi fazer essa surpresa pra vocês.

E sim, amanhã vai ter capítulo também.

Vou contar um negócio pra vocês aqui, a primeira temporada teve 36 capítulos e 58 mil palavras. Essa história ainda está longe de acabar e eu já tenho 46 mil palavras escritas. Vai ser maior que a primeira 😍❤️

Boa leitura!

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Bianca Nunes

Milhares de pensamentos passando pela minha cabeça enquanto a água quente do chuveiro escorria pelo o meu corpo, desfazendo os nós de tensão que se alojaram nos meus músculos.
Eu me sentia cansada, exausta pelo o que aconteceu, exausta por tantos pensamentos rondarem a minha cabeça, exausta com essa situação.
Chegou o momento que eu não queria, vou ter que conversar com o Tom sobre minha ansiedade, abrir o jogo sobre o que aconteceu nos últimos meses. Eu não pretendia fazer isso, mas meu corpo e meus filhos estão pedindo socorro, eu preciso procurar ajuda, porque sozinha eu não vou conseguir.
E ainda tem a voz daquela mulher que ecoa na minha cabeça. Só que algo não faz sentido em tudo isso, Tom disse que ficou gravando até tarde, então tecnicamente ele estava trabalhando na hora que eu liguei. Mas o porquê a mulher atendeu o telefone? Isso está muito confuso.
Terminei meu banho depois de muito tempo, me sentindo mais leve e relaxada. Vesti um pijama bem quentinho, minha barriga destacou naquele pijama que provavelmente eu não vou conseguir usar até o final da gravidez. Fiz carinho na minha barriga.
-Desculpa a mamãe pela bagunça de hoje – fiquei um tempo ali fazendo carinho, mas lembrei que Tom estava na sala me esperando para uma conversa.
Peguei meu telefone e fui em direção a cozinha que é conjugada com a sala, a cena que vi quebrou meu coração. Tom estava com a cabeça encostada no sofá de olhos fechados, uma expressão de cansaço em seu rosto.
Não é possível que esse homem na minha frente tenha sido capaz de me trair. Que inferno. Tantas perguntas na minha cabeça.
Peguei um pouco de água e ele abriu os olhos com o barulho me olhando em seguida. Segui em direção a sala, deixando o copo e meu celular sobre a mesa de centro. Sentei em uma das poltronas na lateral da sala e ele endireitou seu corpo.
-Você está bem para conversar agora? - eu conseguia ver a preocupação em seu rosto.
-Estou bem, de verdade – ele assentiu e continuou me olhando, esperando eu começar a falar, suspirei me preparando para o que estava por vir – Eu já te contei que tive depressão depois que perdi a Joana – ele fez que sim com a cabeça - Depressão não tem cura, assim como a ansiedade não tem cura. Eu fiz tratamento durante um bom tempo e pude ficar sem tomar os remédios, apesar de vez ou outra sentir um pouco de ansiedade em alguns momentos. Eu já não estava tomando nenhum remédio e não estava fazendo nenhum tratamento, porque estava tudo sobre controle – Tom me olhava prestando atenção em cada palavra que saía da minha boca - Até que eu descobri a gravidez, quando aqueles dois tracinhos ficaram coloridos um medo muito grande se instalou no meu peito.
-De abortar de novo – ele falou e eu assenti.
-Eu sempre soube que queria ser mãe, mas não sabia se estava preparada para isso, e quando eu descobri a gravidez, eu entendi que não estava preparada ainda, porque todos os sentimentos voltaram, toda a dor, a ansiedade – minha voz começou a embargar e eu parei um pouco, tomei um pouco de água e vi Tom me olhando com dor no olhar que me fez sentir um aperto no peito – Eu fiz muitos exames e durante todo esse tempo fiz ultrassom toda semana, só para saber se os corações ainda estavam batendo – as lágrimas já se acumulavam nos meus olhos – Eu não queria te contar, não queria contar pra ninguém, porque eu só ficava pensando que não seria justo com vocês sentirem essa dor, caso eu sofresse outro aborto.
-Bianca – ele falou com a voz baixa e os olhos lacrimejando também.
-Espera – eu falei levantando a mão - Deixa eu terminar, senão não vou conseguir – ele só concordou – Quando você me pediu em casamento eu vi que não era justo te privar dessa felicidade, te esconder isso. E eu me esforcei muito para esconder todo esse medo dentro de mim, para ficar muito feliz junto com você, com as meninas. Mas depois que entrei no quarto mês tem sido muito difícil - limpei uma lágrima que descia pela minha bochecha.
-Foi o mês que você perdeu o Joana.
-Exatamente – eu fechei os olhos tentando me concentrar em terminar – Eu fico a todo momento pensando que não vou escutar os corações deles no próximo ultrassom – abri os olhos e vi que ele já derramava lágrimas assim como eu – O meu corpo não aguentou tanta ansiedade acumulada.
-Foi por isso que você teve uma síndrome do pânico hoje?
-Também - ele franziu as sobrancelhas confuso e eu tomei mais um pouco de água - Eu não estava bem hoje, mais um dia de ansiedade. Então eu te liguei na hora do almoço para saber sobre as visitas das casas.
-Não tinha nenhuma ligação perdida – ele falou me interrompendo.
-Foi uma mulher que atendeu – falei de uma vez e ele arregalou os olhos.
-O que?
-Uma mulher, sua companheira de cena, que atendeu o telefone, Jessica Green, ela disse que você estava ocupado.
-Para – ele levantou a mão e eu parei de falar - Não tinha nenhuma ligação sua no meu telefone, eu olhei os registros. Como assim? - então ele pegou o telefone dele e depois me entregou.
Realmente não tinha ligação minha ali, só as ligações com o número do telefone do hospital. Eu peguei o meu telefone e também fui até os registros.
-Olha aí – entreguei meu telefone pra ele.
-Você me ligou quase 1 da tarde e conversou por menos de 1 minuto – ele levantou o rosto e me olhou – Eu estava gravando nesse horário, meu telefone estava longe de mim.
-Porque essa mulher atendeu o seu telefone Tom? - ele parecia completamente perdido.
-Eu não sei Bianca, eu nem converso com ela direito, ela não tem essa intimidade para atender meu telefone, na verdade ninguém tem, ninguém nunca fez isso – ele passava as mãos pelos fios de seu cabelo, dava para notar que ele estava nervoso.
-Onde seu celular estava quando você o pegou? - ele voltou a me olhar.
-Na cadeira do lado da cadeira que a Jéssica estava – ele falou baixo.
-Ela atendeu seu telefone de propósito - afirmei chegando a essa conclusão - Ela queria que a gente brigasse.
-Porque? Eu nunca fiz nada pra ela.
-Porque ela quer você, é óbvio. E ela precisa me tirar do seu caminho – eu não sei de onde tirei toda a calma que estou sentindo agora, provavelmente é o calmante que Lilian me deu, que está inibindo minhas emoções.
-Isso é loucura – ele falou colocando a mão sobre a boca e olhando para o telefone, eu só fiquei o olhando esperando ele dizer algo, então ele me olhou - Você realmente pensou que eu estava te traindo? - aquela dor tinha voltado ao seu olhar e eu não consegui sustentar seu olhar, baixei os olhos até minhas mãos sobre minhas pernas.
-No momento da crise eu pensei sim, passou um tanto de coisa pela minha cabeça - falei mais baixo que o normal.
-E agora? Você ainda acha? - mas eu não soube responder essa pergunta, no meu coração eu sei que ele não estava me traindo, não o homem que eu amo, o homem que me pediu em casamento, o homem que está na minha frente com tanta dor no olhar mostrando que está tão destruído como eu – Bianca, olha pra mim – eu levantei o olhar e lá estava ele, chorando e me olhando, esperando minha resposta.
-Não Tom, eu não acho.
-Tem certeza?
-Não tem porque eu achar que você esteja me traindo, não tem nada indicando isso - então eu o vi dando um suspiro aliviado.
Tom levantou de seu lugar e ajoelhou na minha frente, pegando minhas mãos me fazendo olhar para seus olhos negros profundos e molhados pelas lágrimas.
-Eu te amo Bianca, só você, eu vou me casar com você, formar minha família com você. Nem por um momento passou por minha cabeça fazer isso – Tom é um cara muito transparente com seus sentimentos, eu conseguia ver a verdade em seu olhar, eu conhecia o homem na minha frente, e ele não me trairia - Só você me basta meu amor, eu não preciso de outras mulheres.
-Eu sei – eu soltei uma de suas mãos e levei a mão até sua bochecha – Eu também te amo – ele fechou os olhos e soltou mais um suspiro de alívio.
Ele levantou, ainda segurando minha mão.
-Vem cá - levantei também, e no mesmo segundo ele me puxou para um abraço apertado.
Naquele instante eu me senti segura como não estava sentindo o dia inteiro, me senti protegida, me senti amada, então eu desabei em seus braços, soltei todo o choro que estava preso em minha garganta.
-Eu te amo muito – ele falou baixinho no meu ouvido e fazia carinho nas minhas costas – Me desculpa pelo o que você teve que passar.
-Não foi sua culpa – falei entre os soluços e ele me apertou ainda mais.
Tom nos separou um pouco, passou os dedos por minhas lágrimas, beijou a ponta do meu nariz e minha testa. Ele sentou no sofá e me puxou para sentar em seu colo com uma perna de cada lado de seu corpo.
-Bia porque você não me contou que estava passando por tudo isso?
-Eu não podia Tom, não podia estragar sua felicidade.
-Amor nós vamos nos casar, é na alegria e na tristeza, na saúde e na doença - ele fazia carinho em minhas pernas e me olhava com um olhar cheio de carinho - Você não precisa sofrer sozinha, você não está sozinha, eu estou aqui com você, para te ajudar no que for preciso – eu sorri ao ouvir ele falar palavras tão lindas e sentir tanta sinceridade nelas - É assim que funciona um casamento, passamos pelas coisas juntos.
-Me desculpa não ter contado antes – segurei suas mãos e ele apertou.
-Eu desculpo se você prometer não esconder mais nada de mim, eu não quero saber de você sofrendo sozinha.
-Tudo bem.
-Promete? - ele segurou meu queixo me fazendo olhar dentro de seus olhos.
-Eu prometo – ele deu um leve selinho na minha boca e eu sorri ao ter aquele contato.
-Bia você quer ter esses bebês? - eu arregalei os olhos na mesma hora.
-Claro que sim Tom, eu amo nossos filhos e é por isso que eu tenho tanto medo de perder eles.
-Eu só quero me certificar que você realmente quer isso, que está te fazendo feliz. Porque se você não quiser, eu vou te apoiar.
-Obrigada por isso, mas eu realmente quero nossos bebês, eu quero ser mãe, principalmente, quero ser mãe dos seus filhos – e pela primeira vez no dia ele sorriu, o sorriso lindo que eu estou acostumada – Eu vou procurar ajuda, eu prometo.
-Eu estou aqui pra você, sempre – ele segurou meu rosto com as duas mãos e me beijou, um beijo cheio de significados, eu sentia que ele estava tentando mostrar todo o seu amor por mim.
Eu sei que o caminho pela frente vai ser longo, mas tenho certeza que com Tom ao meu lado para me ajudar a carregar esse peso, vai ser mais fácil.
Então eu senti um movimento na minha barriga, eu separei do beijo de uma vez e ele me olhou confuso.
-O que foi? - outro movimento, era bem discreto, mas dava pra sentir.
-Um deles está mexendo – ele abriu a boca de surpresa e eu coloquei minha mão na barriga – Acho que é o bebê 2.
-É sério? - ele estava sorrindo assim como eu.
-Sim, ele está mexendo, é muito leve.
Tom levou as duas mãos até minha barriga e começou a espalhar beijos por ali, me fazendo rir e fazendo o bebê se mexer mais, infelizmente Tom ainda não consegue sentir.
-Eu nunca senti isso, Joana não chegou a essa fase – e meus olhos encheram de lágrimas de novo, está sendo um dia cheio de emoções, cheio de altos e baixos.
-Vai ficar tudo bem meu amor – ele falou sorrindo e eu assenti.
Nós dois continuamos com os carinhos na minha barriga, fazendo carinho nos nossos filhos. Vai ficar tudo bem, tem que ficar tudo bem.

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O que acharam da conversa dos dois?

Beijos e até o próximo 😘

I Fell In Love | Tom Ellis Onde histórias criam vida. Descubra agora