17 - Como ela está?

195 17 27
                                    

Olá meus amores!!

Tenho que dizer que estou há alguns dias olhando casa para o Tom e a Bia, é muito difícil escolher uma casa, Meu Deus. Mas acho que finalmente achei, estou ansiosa para vocês verem os detalhes.

Hoje temos o ponto de vista do Tom sobre o que aconteceu.

GENTE FALTA 10 DIAS PARA A 5B 😱😱😱

Boa leitura!

───────⊰✯⊱───────

Tom Ellis

O ritmo de gravações pela manhã foi intenso, quando paramos já passava da hora do almoço, meu estômago doendo de fome, já sentia minhas mãos tremerem pelo tempo sem comer nada.
-Você viu meu telefone? – falei para Jéssica, minha parceira de cena, que estava sentada em uma cadeira próxima a que continha minhas coisas.
-Acho que você guardou aqui na cadeira – ela disse com um sorriso simpático no rosto, enfiei a mão no bolso que fica na lateral da cadeira e achei meu telefone.
-Obrigado – ela deu um sorriso gentil e eu saí andando em direção ao trailer.
Nenhuma ligação perdida, estranho. Quando eu não ligo, Bianca costuma me ligar esse horário. Decidi não ligar, ela já deve ter terminado seu horário de almoço e o dia de hoje está cheio demais.
Quando entrei no meu trailer o meu almoço já estava ali, almocei tranquilo e mexendo no telefone, respondendo algumas mensagens.
Assim que terminei de comer, o figurinista já entrou me entregando a próxima roupa. Escovei o dente e comecei a trocar toda a roupa para a próxima sequência de cena. Estou feliz que amanhã seja sábado, vou poder descansar ao lado da Bianca, vamos olhar novas casas juntos também. Estou amando essa nova fase de nossas vidas, ver a barriga dela crescendo me deixa encantado.
Quando peguei meu telefone sobre o sofá tinha duas chamadas não atendidas de um número que eu não conheço, estava prestes a ligar de volta e o número já estava ligando, atendi na mesma hora.
-Alô.
-É o Tom Ellis? – ouvi uma voz de mulher do outro lado.
-Ele mesmo.
-Tom, aqui é a Sophia, enfermeira que trabalha com a Bia, estou ligando aqui do hospital – ela falava rápido e desesperada, o desespero também começou a se alojar no meu peito – A Bia passou mal.
-Ela o que?
-Passou mal, ela desmaiou e já está sobe os cuidados da Dra. Lilian – eu já sentia um nó subir na minha garganta.
-Estou indo pra aí agora mesmo – e desliguei o telefone.
Eu nem me preocupei em trocar de roupa, sai com a roupa do personagem mesmo. Peguei só meus documentos e chave do carro, avisei um dos produtores o que tinha acontecido e sai em disparada em direção ao hospital, com o coração batendo a mil por hora.
Eu entrei no hospital e não enxergava nada na minha frente, eu só queria saber notícias da Bianca, saber o que realmente aconteceu. Já fui até a recepção para procurar informações.
-Boa tarde, eu sou o noivo da Dra. Bianca Nunes, gostaria de vê-la – falei rápido e a mulher só assentiu.
Enquanto ela pesquisava no computador, eu estava balançando o pé me sentindo mais nervoso a cada segundo.
-Tom – ouvi meu nome e quando olhei na direção, Sophia me olhava.
-Como ela está Sophia? - falei chegando perto dela.
-Vem comigo – ela colocou a mão no meu braço e eu assenti – Ele está comigo – ela falou com a recepcionista que só assentiu.
Sophia colocou o crachá dela para eu entrar e depois me seguiu.
-Me fala como ela está Sophia – eu tenho certeza que minha voz estava saindo como uma súplica só pelo o olhar dela.
-Está bem, já acordou, só está em observação.
-E o que aconteceu com ela? - entramos no elevador e ela apertou os números.
-Eu acho melhor a Dra. Lilian te explicar – eu só assenti e fui seguindo-a onde quer que ela esteja indo – Doutora - então Lilian se virou na nossa direção e seus olhos encontraram o meu na mesma hora.
-Obrigada Sophia – a mais nova assentiu, me deu um leve sorriso e saiu dali.
-Como ela está? - falei voltando a olhar Lilian.
-Está bem, tudo sobre controle, só está de observação mesmo.
-E o que aconteceu Dra. Wilson?
-Uma crise de síndrome do pânico, causada por um alto nível de ansiedade – eu abri a boca completamente em choque. Como assim? Uma crise de ansiedade? Porque?
-O que? - eu não estava entendendo nada – Porque ela teve uma crise de ansiedade?
-Ela não te contou nada né? - Lilian suspirou e passou a mão no rosto deixando claro sua frustração.
-Contou o que Lilian? - o desespero que já estava passando começou a voltar ao meu peito.
-A Bianca está extremamente ansiosa desde que descobriu a gravidez, inclusive estamos fazendo ultrassom toda semana, o que não é normal.
-É por causa do aborto dela?
-É sim, mas eu não vou te contar mais nada, ela que tem que te contar, não tenho esse direito.
-Tudo bem – falei suspirando, passei a mão pelo meu cabelo, sentindo o mundo abrir abaixo dos pés de uma hora para outra, estou sendo bombardeado de informações que eu não conhecia até meia hora atrás - Posso ver ela?
Lilian assentiu e me indicou qual quarto ela está, eu respirei fundo algumas vezes e segui em direção ao quarto. Bati na porta e escutei um “entra” lá de dentro, abri a porta e então vi Christian sentado na beira da cama conversando com Bianca, ele sorriu ao me ver, mas Bianca não esboçou nenhuma reação ao me ver, o que me deixou ainda mais confuso.
-Ei Tom – ele falou animado, trocamos um abraço e ele logo voltou a olhar para Bianca – Vou deixar vocês sozinhos.
-Chris pergunta a Lilian se eu já posso ter alta, o soro já está no final – ela falou.
Então comecei a prestar atenção nela. Bianca estava com um oxímetro no dedo, o aparelho de medir pressão no braço, vários fios saindo de sua blusa, provavelmente monitorando seus batimentos, e o soro conectado ao seu braço, a cânula de oxigênio estava em cima do travesseiro, parecendo ter sido usada.
Christian saindo do quarto me fez acordar de meus pensamentos, e eu olhei pra ela que estava olhando para a parede com um olhar distante. Sentei ao seu lado na cama e ela me olhou com o mesmo olhar vago.
-Como você está? - peguei a mão dela e segurei.
-Estou bem, já passou – ela sorriu sem mostrar os dentes.
Seu cabelo estava com alguns fios fora do lugar, os olhos vermelhos e inchados indicando o choro. Ela estava parecendo tão frágil e tudo que eu queria era abraçar ela, mas ela estava distante demais, fiquei com medo de qualquer aproximação.
-O que aconteceu amor? - ela virou o rosto em outra direção, fechou os olhos e suspirou.
-Eu tive uma crise de síndrome do pânico e tive um rápido desmaio causado pela falta de oxigênio - ela falou tudo olhando para o teto.
-Disso eu sei, quero saber porque teve essa crise.
-Podemos conversar em casa? - ela voltou a me olhar e eu a olhei por um tempo, tentando achar algo em seu olhar que me desse uma pista. Mas não encontrei nada, então eu só assenti, fiquei olhando para a mão dela entre minhas mãos, e sentia seu olhar em mim - Você veio direto das gravações? Essas roupas não são suas.
-Sim, eu vim. Tinha acabado de almoçar quando me ligaram, almocei tarde hoje, não parei um minuto na parte da manhã - ela não falou nada e desviou o olhar.
Fiquei olhando pra ela tentando entender o porquê desse comportamento estranho de repente. Fomos salvos do silêncio por Lilian que entrou no quarto, eu levantei da cama e fiquei ali do lado para escutar o que ela tinha pra falar.
-É o seguinte – ela falou segurando alguns papéis - Eu te dei um remédio para pressão porque sua pressão estava alta demais e um calmante, estou prescrevendo um calmante natural que não vai afetar os bebês - ela entregou um dos papéis para Bianca que começou a ler.
-Tudo bem.
-Nem pensa em dirigir hoje, você ainda vai ficar zonza por causa do remédio - Bianca concordou – Vai ficar de repouso por uma semana, aqui está o atestado.
-Lilian não precisa disso tudo, eu estou bem.
-Não quero discussão Bianca, eu sou sua médica e sua chefe. Não quero te ver aqui até completar seu atestado – Bianca só bufou irritada com a situação - Presta bem atenção no que eu vou falar, vocês dois – ela apontou o dedo para nós dois – Sua pressão estava a 19 por 9 hoje Bianca, extremamente alta, principalmente para uma grávida, isso pode causar uma pré-eclâmpsia, e você sabe muito bem quais são as consequências de uma pré-eclâmpsia - Bianca assentiu com os olhos levemente arregalados.
-Desculpa, quais são as consequências da pré-eclâmpsia? - eu perguntei, já que estava completamente perdido no assunto.
Vi Bianca fechar os olhos, não querendo responder à pergunta, então olhei para Lilian.
-Pode causar a morte da mãe e dos bebês, pode causar um parto prematuro quando os bebês ainda não são viáveis, ou os bebês podem até sobreviver, mas com muitas sequelas.
-Entendi – ela parou de falar, porque eu já não aguentava mais ouvir, sentia meu peito doer só de pensar em todas as possibilidades.
-Bianca você vai descansar, maneirar no sal para sua pressão não subir de novo e tomar o calmante que indiquei – ela entregou outro papel para Bianca – Aqui está a indicação de um psicólogo, você precisa procurar ajuda, para a sua saúde e dos bebês.
-Obrigada Lilian – Bia deu um sorriso sem mostrar os dentes.
Eu percebi ali que eu estava completamente por fora do assunto e isso me causou uma angústia muito grande, a minha noiva está escondendo algo relacionado a sua saúde pra mim. Comecei a me perguntar se fiz algo de errado, para ela me esconder algo assim.
Dra. Lilian começou a tirar todos os aparelhos da Bianca, e eu fiquei no meu canto só observando tudo, e tentando entender o que estava acontecendo.
-Qualquer coisa me liga – as duas trocaram um abraço - Cuida dela – Lilian falou me olhando e eu assenti sorrindo, ela deu dois tapinhas no meu ombro e saiu do quarto.
Ajudei Bianca a levantar da cama, ela se apoiava em mim, provavelmente tonta pelos remédios. Christian apareceu com uma cadeira de rodas e ela sentou, peguei sua bolsa e seguimos em direção a saída.
Chris se despediu e eu a ajudei a entrar no meu carro, entrando logo em seguida.
-Sua casa? - perguntei e ela assentiu.
Silêncio.
Foi a única coisa que estava acontecendo no carro, um silêncio gigantesco. Ela olhava para a janela observando as ruas e eu não me atrevi a falar nada. Estava tentando colocar meus pensamentos em ordem, mas a angústia no meu peito só aumentava.
Passei em uma farmácia e já comprei o remédio dela. Então chegamos no seu apartamento em alguns minutos. Eu a ajudei a ter um apoio, e ela não se afastou, pelo ou menos isso.
-Vou só tomar um banho e conversamos – ela falou assim que entramos.
-Consegue tomar banho sozinha?
-Sim, não estou tão tonta, mas se precisar eu te grito – eu só assenti e ela foi em direção ao seu quarto.
Eu me joguei no sofá me sentindo muito exausto, dei um suspiro cansado e passei as mãos no rosto. Comecei a pensar em todas as coisas que aconteceram nos últimos dia, tudo que falei ou deixei de falar. Algo que justificasse seu comportamento comigo, seu distanciamento, sua frieza. Estava tudo muito bom para ser verdade.

───────⊰✯⊱───────

Como vocês acham que vai ser essa conversa?

Beijos e até o próximo 😘

I Fell In Love | Tom Ellis Onde histórias criam vida. Descubra agora