30 - Eles são perfeitos

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Olá meus amores!

Não, vocês não estão preparados para esse capítulo. É o maior capítulo que já escrevi na vida, com mais de 7 mil palavras e 17 páginas no word.

E sim, chegou o momento mais especial dessa fanfic. Esse capítulo foi escrito com muito carinho e espero de coração que vocês gostem dele. Sei que vocês estavam esperando por ele.

Eu estou super animada para vocês lerem e é claro que tem foto no final do capítulo.

Boa leitura!

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Duas semanas depois

02 de março de 2024

Nas últimas semanas finalizamos tudo que precisávamos, Anna e minha mãe me ajudaram a dobrar todas as roupas e guardar no guarda-roupa e cômoda dos bebês. Também fizemos a mala deles, minha mala e Tom fez sua mala, todas as três malas já estão dentro do carro do Tom, assim como as duas cadeirinhas. Tudo já está preparado para quando a hora chegar e quando eu vi tudo pronto tenho que admitir que senti um frio na barriga, estão chegando, logo vou ter eles nos meus braços.
Estou há dois dias de entrar na 36ª semana, de entrar no nono mês e ontem eu comecei a sentir meu corpo estranho. Minha barriga estava endurecendo demais, os bebês muito quietos, eu sei que isso significa que está perto deles nascerem. Já deixei todo mundo avisado, os meninos vieram passar o final de semana aqui e eles não estão se aguentando de ansiedade.
O que eu não imaginava era que ia ser tão rápido, no final da madrugada eu acordei com dores muito fortes na lombar e na barriga, mas fortes do que as contrações de treinamento. Então eu levantei para não acordar o Tom e fui até o quarto dos bebês, sentei na poltrona de amamentação e fiquei monitorando as contrações, que ainda estão distantes. Fiquei algumas horas ali monitorando tudo, mexi no meu celular para esperar as horas passarem, mandei mensagem para a Lilian me responder quando acordar.
Quase 7 horas da manhã eu ouvi passos no corredor e Tom apareceu na porta com o rosto todo amassado de sono e as rugas de preocupação na testa.
-Amor – ele falou – Eu fiquei preocupado, acordei e você não estava lá. Aconteceu alguma coisa?
-As contrações começaram - falei tranquila para não o assustar, mas não adiantou, ele arregalou os olhos na mesma hora - Não precisa fazer essa cara, elas estão distantes e não tem nada o que preocupar por enquanto – ele sentou no apoio para as pernas da cadeira de amamentação.
-Você acordou tem quanto tempo?
-Mais de duas horas.
-Porque não me acordou amor? - ele pegou minha mão.
-Porque você precisa descansar.
-Você também.
-Eu sei, mas infelizmente meu corpo não deixa – ele fez uma cara de cachorrinho que caiu da mudança que me deu vontade de agarrar ele, então meu telefone tocou - É a Lilian – ele assentiu e eu atendi, coloquei no viva-voz.
-Oi Bia, bom dia. Eu vi sua mensagem, as contrações começaram né?
-Sim, elas começaram há mais de duas horas, ontem minha barriga já estava dura.
-As contrações estão de quanto tempo?
-As últimas vieram com 8 minutos e duraram 40 segundos.
-Ótimo, temos um bom tempo ainda. Se arruma com calma, não come nada e vai para o hospital, que eu já estou indo também. Não precisa de desespero, só ter calma.
-Ok Lilian, muito obrigada.
-Vamos trazer esses meninões ao mundo.
-Vamos – respondi rindo e depois nos despedimos, eu olhei para o Tom.
-Vou acordar os meninos e a Anna também - ele falou.
-Vou acordar minha mãe e ir trocar de roupa – ele assentiu e levantou, eu ia levantar, mas veio outra contração que não é nenhum pouco agradável - Argh – fechei os olhos e respirei fundo várias vezes.
-Amor – Tom se aproximou de novo, senti ele fazendo carinho no meu cabelo e eu soltei um suspiro de alívio quando ela passou.
-Isso é horrível - abri os olhos e ele me olhava como se quisesse tirar essa dor de mim.
-Sinto muito – ele estendeu a mão para me ajudar a levantar.
Nós saímos do quarto e fomos fazer o que falamos. Passei no quarto da minha mãe primeiro e acordei ela, depois fui tomar um banho para ir bem limpa para o hospital e vesti um vestido larguinho e quente. Logo Tom voltou e também foi tomar banho, enquanto ele estava se arrumando, eu revisei todos os meus documentos e exames, chequei minha bolsa algumas vezes até ficar tranquila de que tem tudo lá.
-Está pronta? – ele falou passando as mãos pela coxa.
-Sim – dei um meio sorriso – Como você está?
-Nervoso, não acredito que finalmente chegou a hora.
-Tenho que confessar que eu não vejo a hora deles saírem – falei rindo e ele riu também – Mas estou feliz que eles ficaram um bom tempo aqui – comecei a alisar minha barriga.
-Você acha que vai sentir falta da barriga?
-Definitivamente não, ela é linda, mas eu estou cansada de sentir dor nas costas.
-Eu imagino – então ele pegou minha bolsa e estendeu a mão – Vamos descer que já deve tá todo mundo tomando café.
-Acho bom você tomar também.
-Sim senhora – ele respondeu rindo.
Quando chegamos na cozinha estava realmente todos ali reunidos com cara de sono e tomando café, dei um beijo em todos eles e sentei para esperar.
-Você não vai comer Bia? – Marnie perguntou.
-Não posso comer, tenho que ficar de jejum para o parto – ela balançou a cabeça entendendo, então veio mais uma contração, eu apertei a perna do Tom que estava ao meu lado e ele me olhou, me esforcei para não gritar e assustar os meninos, ele começou a fazer carinho nas minhas costas e quando abri os olhos todos me olhavam – Estou bem – falei quase sem fôlego.
-São as contrações? – Kai perguntou e eu assenti sem forças para falar.
Não demorou muito e logo estávamos saindo de casa, eu e Tom no carro dele, Anna, minha mãe e os meninos no meu carro com a Anna dirigindo. Os intervalos entre as contrações iam diminuindo e só me deixando mais cansada por ter que aguentar a dor.
-2 de março – falei e Tom me olhou rapidamente – O dia do nascimento deles.
-Você acha que eles vão nascer hoje?
-Provavelmente, eu realmente acho que vai ser cesárea, o Liam estava sentado há uma semana, não acho que ele virou.
-Tem razão.
-Pra ser sincera, eu prefiro uma cesárea, estou cansada demais para aguentar dois partos naturais – Tom arregalou os olhos e eu ri – Exatamente amor, um parto natural já é cansativo, imagina dois.
-Não quero nem imaginar, porque só de te ver sentindo contração eu estou desesperado – eu peguei a mão dele e dei um beijo.
-Ainda bem que eles vão ser de peixes e não de áries.
-Não faço a mínima ideia do que isso significa – ele respondeu rindo.
-Pessoas de peixes são mais calmas, mais sensíveis, mais intuitivas, já de áries são sinceras demais, são mais briguentas, impulsivas.
-Graças a Deus então. Imagina dois meninos briguentos em casa.
-Misericórdia – nós dois rimos.
Alguns minutos depois Tom estacionou o mais perto possível da entrada do hospital, ele tirou todas as malas do porta-malas, vi que Anna estava ajudando ele. Então ele veio até mim para me ajudar a sair, e mais uma contração.
-Ai – apertei seus braços e ele continuava fazendo carinho.
-Eu estou aqui – então eu deitei a cabeça no ombro dele – Já vai passar amor.
Eu só assenti e ele me ajudou a sair, então fomos para a recepção da maternidade onde trabalho.
-Dra. Nunes que bom te ver de novo.
-Olá Kristen, bom te ver também – respondi para a recepcionista simpática.
-Estou vendo que não veio trabalhar.
-Não, vou dar a luz aos bebês – ela abriu ainda mais o sorriso.
-Isso é incrível, parabéns – eu sorri – Vamos te admitir então, vou precisar do documento de vocês dois.
Ela fazia tudo rápido, ligou para um enfermeiro vir me buscar, e estava me admitindo no hospital e colocando Tom como acompanhante.
-Me dá o braço, por favor – estendi meu braço e ela colocou uma pulseira – Aqui papai – ela entregou um adesivo de acompanhante pra ele – Os visitantes, por favor – então todos entregaram seus documentos.
-Então quer dizer que vamos conhecer os gêmeos? – Christian falava com um sorriso no rosto e empurrava uma cadeira de rodas.
-Você que vai cuidar de mim? – perguntei enquanto ele me abraçava.
-É claro que sim, você vai está rodeada por seus amigos – eu sorri ainda mais – Vamos lá – ele me ajudou a sentar na cadeira e foi cumprimentar todos.
-Dra. Nunes tenha um bom parto, já vou liberar sua família em alguns minutos.
-Obrigada Kristen.
Christian começou a empurrar a cadeira de rodas com Tom ao seu lado, ele carregava algumas malas e outras ficaram com Anna na recepção, logo eles vão subir também.
-Como você está? – Christian perguntou.
-Cansada, as dores realmente sugam a energia.
-Quanto tempo está contraindo?
-Quase 4 horas agora.
-Então vamos logo descobrir se vai ser cesárea ou não – assenti e entramos no quarto que vou ficar nos próximos dias – Esse é o seu quarto. Vou lá buscar os aparelhos e a Dra. Lilian.
-Obrigada Chris – ele deu um beijo na testa e saiu.
Tom colocou as malas em um canto e minha bolsa na cabeceira. O quarto que eu estou tem dois espaços, o quarto mesmo bem espaçoso e de frente para a cama uma sala de visita com sofás e poltronas. No meu quarto tem uma cama de solteiro no canto para o acompanhante e onde Tom vai dormir.
Alguns minutos depois ouvimos batidas na porta e a Lilian entrou com Christian.
-Bom dia – ela falou sorrindo e retribuímos o cumprimento – Vamos fazer uma ultrassom para saber como vamos prosseguir – eu assenti.
Tom me ajudou a subir na cama, eu levantei meu vestido e ele colocou um lençol sobre minhas pernas nuas. Lilian começou a passar o aparelho e o coração dos bebês estão ótimos, eles só estão quietinhos mesmo para guardar energia para o parto.
-Eles estão como deveriam está, mas o Liam segue sentado – ela falou tirando o aparelho e limpando minha barriga.
-Cesárea então? – ela assentiu – Não posso dizer que estou triste com isso – falei rindo e eles me acompanharam na risada.
-Você está cansada né? – assenti – Christian vai colocar todos os aparelhos em você para monitorar enquanto eu preparo tudo para cirurgia, vou ser o mais rápida possível para você não continuar sentindo dor.
-Obrigada Lilian – ela sorriu e saiu do quarto, fechando a divisória entre o quarto e a sala.
Christian e Tom me ajudaram a tirar toda minha roupa, fiquei completamente nua, e coloquei um avental do hospital, tirei todos os acessórios que tinha comigo. Então finalmente deitei na cama, Christian colocou dois aparelhos na minha barriga para monitorar os bebês, e aparelhos em mim também para monitorar meus batimentos e pressão.
-Já volto – ele falou e saiu.
Quando ele abriu a porta minha família já estava ali, inclusive a Marylin, minha sogra, que chamamos para participar desse momento também.
-Então? – minha mãe falou entrando no quarto.
-Vai ser cesárea mesmo mãe.
-Você tá bem?
-Estou, eu não estava querendo parto normal não, parto de gêmeos é cansativo demais.
-Tem razão – ela passou a mão pelo meu cabelo e eu sorri.
-Oi Marylin – sorri enquanto ela aproximava.
-Oi querida, como você está?
-Estou bem, já estou cansada por causa das dores, mas animada porque eles já estão chegando.
-Vai da tudo certo Bia – ela segurou minha mão e eu sorri mais ainda.
-Vai sim – ela também sorriu.
-Bia você vai fazer cirurgia? – Marnie perguntou.
-Vou sim querida, mas é muito simples. Eles vão me dar remédios para eu não sentir dor, aí eles vão fazer um corte bem pequeno em baixo da barriga, tirar seus irmãos e então fechar. É bem rápido.
-Você vai sentir dor?
-Não vou, fica tranquila – então ela sorriu aliviada.
Eu percebi que Tom estava mais calado que o normal, então passei a mão pelo braço dele chamando a atenção dele pra mim.
-Que foi?
-Acho que a ficha tá caindo amor, eles realmente estão chegando e eu também estou preocupado, quero que dê tudo certo, que eles nasçam saudáveis.
-Eu entendo essa mistura de sentimentos, a animação junto com medo.
-Exatamente.
-Vai dá tudo certo meu amor – ele abaixou e aproximou mais de mim.
-Fico feliz que esteja calma e otimista assim – ele passou a mão pelo meu rosto.
-Eu realmente não aguento mais ficar grávida, estou cansada. Estou animada por eles estarem chegando e porque eu vou poder parar de sentir dores.
-Isso me deixa ainda mais feliz.
-Eu acho que a ficha ainda não caiu de que está realmente acontecendo, de que em minutos eles vão nascer, que vou ser mãe.
-Acho que só vai cair quando ouvirmos os chorinhos deles e vermos os rostinhos.
-Tem razão – eu passei a mão pela barba dele que sorriu.
-Pensa pelo lado bom você não vai ter dois bebês saindo de um buraco tão pequeno – eu gargalhei no mesmo segundo, eu amo o jeito bobo do Tom, nunca consigo parar de rir dele.
-Palhaço – dei um tapa de leve no braço dele que ria, limpei o canto do olhos que lacrimejaram pela risada.
-O tempo para fazer sexo é igual no parto normal e na cesárea? – eu ri ainda mais e sem acreditar que ele estava fazendo aquelas perguntas, eu percebi que ele estava tentando me distrair e estava funcionando.
-Sinto muito amor, mas é igual, de 30 a 40 dias.
-Vão ser longos dias.
-Você já está sem sexo há um bom tempo, já está acostumado.
-Não estou, não – ele parecia chocado com o que eu falei e eu ri – Só estou te respeitando porque você precisa de repouso, não quer dizer que acostumei. Mas já fiz isso antes, não é um bicho de sete cabeças, passa rápido.
-Exatamente, com dois recém nascidos não vamos nem lembrar disso.
-Tudo isso é por um motivo lindo – ele me deu um selinho e eu sorri.
Tom tem essa habilidade de mudar do engraçado para o romântico muito rápido, acho que é porque o lado romântico dele é mais forte do que ele.
Os minutos iam passando e eu não via a hora de receber a anestesia, não estava gostando nenhum um pouco de sentir as contrações, são muito doloridas, parece que tá te rasgando de dentro pra fora, já estava me deixando sem forças. Saber que não vou precisar sentir isso até o final me dá um alívio. Eu sou uma grande defensora do parto natural, mas também sei que parto de gêmeos é muito cansativo, e eu não estou preparada pra isso. Por isso estou muito feliz por fazer cesárea, ver meus lindos filhos e me livrar dessa barriga pesada. Eu realmente amei estar grávida, mas nós últimos meses a barriga pesa demais, não dá pra respirar direito, a bexiga fica apertada, são meses complicado e eu estou feliz por finalmente ter acabado.
Soltei um suspiro de alívio quando Christian entrou no quarto para me buscar e ele riu ao ver o alívio estampado no meu rosto. Ele tirou todos os aparelhos de mim, coloquei uma touca na cabeça, protetores no pé e finalmente fui para cadeira de rodas.
Todos me abraçaram e disseram que me ama, falaram um até logo.
-Deus proteja vocês filha, eu te amo – minha mãe falou e me deu um beijo na testa.
-Também te amo mãe – ela sorriu e se afastou.
Mandei um beijo para os meninos que me olhavam com o olhar preocupado, principalmente Marnie que estava agarrada a vó. Então Christian começou a empurrar a cadeira, com Tom ao seu lado. Eu estava começando a sentir o nervosismo tomar conta de mim, as mãos geladas, o estômago revirando. Eu estou indo para a sala de cirurgia ganhar meus filhos, acho que estou esquecendo como se respira.
-Tom você pode esperar naquelas cadeiras ali que já vão vir trazer uma roupa pra você vestir – Christian disse.
-Ok – então ele abaixou para me olhar – Eu te amo, nos vemos daqui a pouco.
-Também te amo – segurei o rosto dele e dei um selinho, ele deu um beijo na minha testa e se afastou.
Christian me empurrou e entramos no bloco cirúrgico, ver tantos rostos conhecidos ali me fez ficar um pouco mais calma, me sinto em casa nesse hospital e é muito bom ganhar meus bebês aqui.
-Olha só quem chegou – ouvi a voz da Sophia e eu tenho certeza que meu rosto se iluminou ainda mais.
-Sophia que bom te ver – eles me ajudaram a levantar e eu abracei ela.
-Bom te ver também Bia, estou animada por participar de um momento tão importante pra você.
-E eu estou feliz por vocês estarem aqui – olhei para os dois e Christian piscou pra mim.
Cumprimentei toda a equipe, o médico anestesista, os dois pediatras, a outra médica que vai ajudar a Lilian, os enfermeiros, instrumentadores. Eu conheço todos eles e já fiz pelo ou menos um parto com eles. Por fim eu sentei na maca, Christian colocou o acesso na minha mão e me segurou na posição de aplicar a peridural.
-Suas mãos estão congelando – ele disse.
-Estou nervosa e ansiosa.
-Vai dá tudo certo – olhei pra ele e sorri.
Nós próximos minutos eu fiquei só em silêncio observando tudo. O anestesista limpou minha coluna e depois aplicou a peridural, é uma sensação desconfortável, mas não chega a doer. Então eu finalmente deitei na mesa de cirurgia, todos os aparelhos começaram a ser colocados em mim, colocaram um lençol em cima do meu peito para eu não ver a cirurgia e eu só fiquei olhando a movimentação acontecendo.
-Como está querida? – Lilian se aproximou toda paramentada para a cirurgia.
-Nervosa – disse rindo.
-Seus batimentos estão acelerados mesmo, fica tranquila que você está em ótimas mãos – ela fez carinho no meu ombro.
-Sei disso – ela piscou.
-Olha quem chegou – olhei mais para o lado e Tom estava lá, com roupa de enfermeiro, touca e máscara, eu sorri no mesmo segundo que vi ele.
-Oi amor – ele disse, tirou a máscara e me deu um beijo.
-Nunca estive mais feliz em te ver – ele riu e sentou no banco que estava ao meu lado.
-Ta tudo bem? – ela fazia carinho no meu rosto, me deixando mais calma ao olhar pra ele e ao sentir seu toque.
-Só estou um pouco nervosa.
-Eu também – ele deu um sorriso nervoso e beijou minha mão – Vamos ver nossos meninos em alguns minutos.
-Sim, nós vamos – meus olhos se encheram de lágrimas só de pensar nisso.
-Eu estou tão orgulhoso de você – ele levou uma mão até meu rosto para me fazer carinho – Você é uma mulher tão forte, aguentou tanta coisa na gravidez. Você é incrível amor e vai ser uma mãe maravilhosa – então as lágrimas desceram pelos meus olhos.
-Obrigada Tom, eu te amo.
-Também te amo – ele levantou só o suficiente para me dá mais um selinho, ele tinha um sorriso tão lindo no rosto, de mais pura felicidade.
E eu também estava sentindo essa felicidade, misturada com o nervosismo é claro. Eu finalmente vou dá a luz aos bebês, depois de ter perdido um bebê, depois de todo o medo e insegurança que senti, medo de não conseguir ser mãe, de perder os meus filhos. E agora eu estou aqui prestes a fazer uma cesárea. É uma felicidade que não cabe no meu peito, chega a doer.
-Estamos prontos? – Lilian perguntou.
-Sim – eu e Tom falamos juntos.
A cesárea não é um procedimento rápido, são muitas camadas para serem cortadas até chegar ao útero. Enquanto Lilian realizava o procedimento, eu fiquei olhando para o Tom e ele pra mim, os dois em silêncio, ele fazendo carinho em mim. Eu estava envolvida em uma atmosfera de amor que o Tom criou pra mim, para me acalmar. Não poderia ter escolhido pessoa melhor para ser o pai dos meus filhos. Eu via que seus olhos estavam brilhando também de emoção pelo o momento e isso só me fazia ter ainda mais vontade de chorar.
-Estão chegando – Lilian avisou e eu comecei a sentir as movimentações no meu corpo, eu não estava sentindo nada devido a anestesia, mas conseguia sentir a força que as médicas estavam fazendo para tirar o primeiro bebê – Bom dia Nathan – ela falou e a próxima coisa que ouvimos foi o chorinho estridente do meu filho – É  a cara do pai – ela falou rindo e finalmente levantou ele para vermos o nosso filho.
No mesmo segundo uma sensação de alívio se instalou no meu peito, eu finalmente consegui, meu filho nasceu e está chorando com toda força. As lágrimas desciam pelo o meu rosto, o meu peito explodindo com o amor mais lindo que já senti em toda minha vida. Assim que eles levaram ele para verificar se está tudo bem, eu olhei para Tom que também tinha o rosto banhado por lágrimas.
-Ele tá aqui amor – minha voz saiu bem embargada e Tom só assentiu, me deu outro beijo na testa, colando nossas testas juntas, os dois chorando baixinho.
-Aqui está mais uma cópia do pai – Lilian voltou a falar e levantou o outro bebê – Olha seus pais Liam – assim que ela levantou, ele deu um grito alto e começou a chorar alto.
Eu não conseguia falar nada, só sabia chorar de felicidade, uma felicidade que estava explodindo meu peito, o amor parecia que não ia caber. Eu já amava eles dentro da barriga, mas agora vendo eles aqui, eu nunca pensei que poderia amar alguém tanto assim, não sabia que existia todo esse amor dentro do meu peito.
-Eles são lindos – Tom falou limpando suas lágrimas.
-Eles são amor, lindos demais – ele sorriu e me deu um selinho molhado por suas lágrimas.
-Eu te amo – Tom beijou minha testa e eu fechei os olhos sentindo seu carinho.
-Tem alguém querendo a mamãe – Sophia falou segurando um dos bebês e Christian vinha logo atrás segurando outro – Esse é o Nathan – ela colocou ele sobre meu peito esquerdo.
-Esse é o Liam – Christian colocou ele no meu lado direito.
Os dois estavam chorando, mas foram parando assim que tiveram contato com minha pele. O cheiro deles foi o cheiro mais perfeito que senti, ver eles bem pertinho de mim, os rostinhos inchados e esbranquiçados.
-Oi meus amores, mamãe ama vocês demais viu – eu dei um beijo na cabecinha deles e eles pareciam prestar atenção no que eu falava – Vocês são lindos igual o papai, são perfeitos – dei mais um beijinho neles, então Sophia e Christian colocou os dois nos braços no Tom que chorou ainda mais.
Ele me olhou com um sorriso gigantesco no rosto e depois olhou para os filhos aconchegados em seus braços.
-O papai ama tanto vocês – ele também beijou a testa deles que se remexiam tentando se acostumar com o mundo exterior.
Logo eles voltaram a ser examinados e Tom voltou pra perto de mim.
-Nós conseguimos amor – ele me deu mais um beijo na testa e eu sorri.
-Sim, nós conseguimos, eles são perfeitos – ele assentiu sorrindo – Vai lá ficar com eles amor, eu vou ficar bem, eles ainda têm que me costurar.
-Tudo bem, já volto – eu só assenti e ele foi pra lá.
E eu fiquei ali olhando para o teto, tentando entender o turbilhão de sentimentos dentro de mim, eu sou mãe de dois meninos lindos. Eu finalmente consegui ter filhos, eu consegui e eu não sei explicar a felicidade que estou sentindo por isso. Esse com certeza é o momento mais feliz de toda a minha vida, o nascimento dos meus dois filhos, filhos que eu compartilho como Tom que é o amor da minha vida. Eu nunca vou conseguir explicar em palavras o que eu senti nesse momento, é inexplicável, o amor é inexplicável, principalmente o amor de mãe.

Tom Ellis

Como explicar o que estou sentindo? Já passei por isso três vezes e todas elas são muito especiais da mesma forma, o amor é gigantesco da mesma forma, um amor que parece que vai explodir o coração de tão grande. Carregar meus filhos no colo pela primeira vez foi como se eu estivesse tocando Deus, os dois quietinhos ali reconhecendo minha voz, reconhecendo o pai deles. Tão pequenos, tão frágeis, menores do que os bebês que já carreguei, mas tão perfeitos, tão lindos, compartilhando o meu furinho no queixo. O resultado do meu amor com a Bianca, resultado do nosso amor.
Compartilhar esse momento com ela foi muito especial, foi mágico. Ficar ali olhando nos olhos dela, chorando junto com ela, dizendo que amo ela só pelo o olhar. Foi lindo demais e está marcado na minha história, com certeza.
-Quer cortar os cordões papai? – o pediatra falou e eu assenti na mesma hora, ele me deu a tesoura e eu cortei o do Nathan primeiro, depois ele me deu outra tesoura e eu cortei o do Liam que é um pouquinho menor que o irmão.
Eu fiquei fazendo carinho neles enquanto os pediatras examinavam eles para saber se está tudo bem, eles estavam choramingando, mas nada demais.
-Nathan está ótimo, coração e pulmões estão do jeito que deveriam está – eu sorri na mesma hora, sentindo um alívio imediato no meu peito.
-O Liam também, os dois órgãos em pleno funcionamento, estão respirando bem, sem nenhuma dificuldade – o outro médico disse.
-Isso é maravilhoso – os dois assentiram sorrindo.
A enfermeira marcou os pezinho deles com uma tinta roxa e carimbou no papel, também carimbou os dois pezinhos no meu braço que ficou fofo demais. Então eles foram pesar e medir a altura, tudo isso para anotar no prontuário deles que estava sendo montado.
-Os dois têm 48 centímetros, Nathan está com 1,900 e Liam com 1,800 – ela dizia enquanto anotava.
-Isso parece um pouco baixo – eu comentei.
-Eles são gêmeos, nascem menores mesmo, mas não precisa se preocupar que eles estão bem – eu assenti ainda um pouco apreensivo, depois vou conversar com a Bianca sobre isso.
Falando nela eu estava sempre olhando pra ela que conversava brevemente com a Lilian que ainda costurava sua barriga. Bianca estava com rosto iluminado de felicidade e também dava para ver seu cansaço.
-Vamos mostrar eles pra família? – Sophia falou animada e eu assenti na mesma hora.
Eles enrolaram os bebês em mantas, colocaram um gorrinho do hospital e me entregaram os dois. Então saímos da sala de cirurgia e fomos para uma sala com um grande vidro, do outro lado do vidro estava nossa família, meu pai já estava ali também. Assim que me viram com os bebês eles sorriram ainda mais e se aproximaram do vidro.
Eu abaixei um pouco para Marnie ver e ela tinha um sorriso gigantesco no rosto, pulava de alegria, Kai e Nora estavam com os olhos marejados de felicidade, Anna, Helena e minha mãe choravam olhando para eles e meu pai tinha um sorriso orgulhoso no rosto.
-Eles são sua cara – Anna falou e eu assenti sorrindo.
-Eles são lindo – Marnie disse sorrindo e eu concordei.
Fiquei alguns minutos ali sentindo uma felicidade extrema por finalmente está apresentando meus filhos para a minha família, isso é lindo demais. Ver a felicidade no rosto de todos foi a melhor parte.
Depois disso eles começaram a chorar, provavelmente de fome. Então entreguei para as enfermeiras que começaram a colocar roupas que trouxemos neles, eles não vão tomar banho agora, já que o vérnix, a substância branca que está na pele deles, protege eles nessas primeiras horas, banho só amanhã.
Eles ficaram prontos e ficaram a coisa mais linda do mundo, a cada segundo que olho pra eles eu fico mais apaixonado. O pediatra então quis me acompanhar até o quarto, falou que precisa conversar com a Bianca também. Ele e Sophia foram empurrando os dois bercinhos até o quarto que estávamos antes do parto. Quando entramos Christian estava ali ajeitando Bianca que ainda não está sentindo as pernas devido a anestesia.
-Oi meus amores – ela falou sorrindo e eu retribui o sorriso – Oi Dr. Harris – ela olhou para o médico pediatra.
-Olá de novo Dra. Nunes, como está se sentindo?
-Bem, enquanto a anestesia não passa – ela riu e ele concordou.
-Vim conversar sobre os bebês.
-Tem alguma coisa errada? – ela ficou séria na mesma hora e eu fui para o seu lado também querendo ouvir melhor.
-Eles estão ótimos, estão respirando bem, o coração batendo do jeito que deveria, nem parecem prematuros – nós dois só estávamos olhando pra ele, Bianca pegou minha mão – Só que eles estão um pouco abaixo do peso, o peso normal para prematuro, mas isso significa que talvez eles tenham que ficar um pouco mais no hospital.
-Quantos quilos? – ela perguntou e ele olhou no prontuário.
-Nathan com 1,900 e Liam com 1,800.
-Não está tão baixo assim.
-Não está, não precisa se preocupar, logo eles ganham peso suficiente para sair do hospital. Eu só quis te deixar avisada que talvez eles passem um poucos mais de dias aqui até atingir 2 quilos. E você sabe que eles podem perder um pouco de peso nos primeiros dias, porque desincham.
-Sei sim – ela falou suspirando – Eu vou poder amamentar ou vai precisar colocar sonda?
-Não, não vamos colocar sonda, só se eles não estiverem conseguindo mamar – eu estava tenso com todo esse assunto e vi que Bianca também, mas deixei ela falar, já que ela é uma médica e entende do que está falando.
-Isso quer dizer que provavelmente eu vá pra casa sem eles?
-Grandes chances, mas serão poucos dias, acho que por volta de uma semana.
-Tudo bem, se é pro bem deles – o médico sorriu assentindo.
-Vou deixar você amamentar, porque eles parecem com fome – Liam estava sugando a mãozinha enquanto Nathan parecia inquieto – Mais tarde vamos buscar eles para fazer todos os exames completos.
-Ta bom, obrigada Dr. Harris – ele só assentiu e saiu do quarto – Você já sabe quem é quem? – ela me perguntou.
-Mais ou menos, o Liam é menor e parece mais tranquilo, Nathan é mais impaciente – ela sorriu olhando para eles.
-Vamos começar a amamentar? – Sophia falou.
-Só se for agora – Bia disse animada.
Sophia colocou um travesseiro de amamentação ao redor da cintura da Bia para ela conseguir amamentar os dois o mesmo tempo. Ela pegou o primeiro bebê e encaixou no seio direito da Bia, eu ajudei ela a segurar ele, e depois Sophia veio com o outro no seio esqueço, ajudando Bia a segurar ele. No mesmo segundo os dois começaram a mamar desesperados.
-Está machucando? – Sophia perguntou.
-É uma sensação estranha, mas não está doendo.
-Os bebês têm que ficar com a boca bem aberta, pegando a aréola toda, não só o bico. Assim não vai te machucar e eles vão mamar certinho – Sophia explicava e a Bia só assentia – Não precisa amamentar os dois de uma vez, só agora porque eles estão com fome, mas pode ir um de casa vez que vai ser mais confortável pra você.
-Com certeza – Bia falou rindo.
-Posso deixar vocês sozinhos? – a mais nova perguntou.
-Claro, está tudo sobre controle.
-Quanto estiverem prontos é só mandar uma mensagem para alguém da família de vocês, que eles já estão liberados para subir.
-Obrigado Sophia – eu falei e ela sorriu, saindo do quarto logo em seguida – Como você está? – sentei ao lado da Bia na cama e ela me olhou.
-Extremamente feliz, aliviada que eles estão saudáveis – ela sorriu e voltou a olhar para os bebês que continuavam mamando a todo vapor – É claro que eu não queria que eles ficassem aqui mais tempo, mas não é um problema de saúde e é isso que importa.
-Com certeza, logo logo eles estarão em casa com a gente – ela assentiu – Quanto tempo você acha que eles vão ficar aqui?
-Por volta de uma semana mesmo, acho que com uma semana eles consigam ganhar o peso necessário.
-Mas como você vai amamentar se vai tá em casa?
-Vamos ter que vir aqui todo dia e ter que tirar leite em casa. Eu realmente quero amamentar.
-Você parece está se saindo bem nisso – apontei para os dois que mamavam tranquilos.
-Acho que são os anos ensinando mulheres a amamentar certo – ela falou rindo e eu assenti.
-Muito cansada?
-Eu estou com sono na verdade, tem muito tempo que estou dormindo mal, ainda não estou sentindo dor porque não estou sentindo nada da cintura pra baixo. E você como está?
-Como se eu estivesse pisando nas nuvens, é surreal esse sentimento – passei a mão pela cabeça de um dos bebês.
-Sim, eu nunca senti nada parecido, é um amor gigantesco – assenti sorrindo – Epa, parece que já tem um rapazinho cheio – o pequenininho estava empurrando o peito dela com a boca toda suja de leite e nós rimos – Amor coloca ele pra arrotar, por favor.
-É claro – peguei ele com muito cuidado e segurei ele contra o meu peito, dando batidinhas de leve nas costas, logo depois o Nathan também não queria mais e Bia colocou ele na posição de arrotar – Com quem você acha que eles parecem?
-Com você, é claro – ela respondeu rindo – Eles têm o seu nariz, o seu queixo.
-Acho a boca deles mais parecida com a sua, mais delicada.
-Agora temos que ver os olhos quando eles abrirem – eu assenti e ouvi Liam arrotar.
-Um já foi – eu coloquei ele delicadamente no bercinho e ele dormia tranquilo.
-O outro também – Bia falou – Aqui amor – peguei o bebê de suas mãos e coloquei no outro berço.
-Posso chamar nossa família?
-Pode sim, só me ajuda a fechar essa camisola pra não ficar com os peitos de fora.
Eu ajudei ela a se ajeitar e então mandei mensagem para o meu pai, tenho que confessar que estou ansioso para meus filhos mais velhos conhecerem os irmãos mais novos. Pela reação deles através do vidro, tenho certeza que vai ser incrível.
Eu tirei a roupa que o hospital me deu e coloquei minha roupa que eles já tinham trago pra mim. Bia ficou conversando com a família dela no Brasil pelo telefone, eles estavam loucos para verem os bebês, principalmente o William que só sabia chorar de emoção. Então eu peguei o celular da Bia e tirei algumas fotos deles, identifiquei eles e mandei para o grupo deles.
-Aqui amor – entreguei o telefone pra ela e quando ia sentar na cadeira, ouvi batidas na porta.
-Essas fotos estão lindas, eles são lindos demais – ela estava babando nas fotos que eu tirei e eu ri indo até a porta.
-Oi pai – Marnie falou animada e agarrou minha cintura.
-Oi meu amor – fiz carinho nela.
-Eles estão dormindo? – minha sogra perguntou baixinho.
-Sim, acabaram de mamar pela primeira vez e apagaram – abri mais a porta e deixei eles passarem.
-Fala baixinho tá querida – minha mãe falou para Marnie, ela fez um carinho no meu rosto antes de ir até os netos.
-Estou tão feliz por você meu filho – meu pai me puxou para um abraço apertado.
-Eu estou feliz demais pai – ele deu uns tapinhas nas minhas costas – Eles são pequenos demais, mas eu amo tanto eles.
-Sei como é – ele falou rindo.
-Olá Christopher – Bia sorriu para meu pai que aproximou mais.
-Olá querida, como se sente?
-Muito bem, na verdade, estou cansada como já era de se esperar, mas fora isso, está tudo muito bem.
-Isso é ótimo – ele fez carinho no ombro dela que sorriu ainda mais.
-Pai eles são muito pequenos – Marnie falou baixinho e eu cheguei perto dela que estava debruçada sobre um dos berços.
-Sim, eles são filha, são gêmeos e prematuros.
-São menores que o normal né? – Kai perguntou.
-Sim, bem menos na verdade.
-Nós podemos pegar eles? – Marnie perguntou e eu olhei pra Bia que assentiu.
-Se você quiser.
-Eu acho que não quero agora, eles são muito pequenos.
-Ta tudo bem, vamos esperar alguns dias e aí você pega eles.
-Ta bom – ela voltou a ficar observando eles.
-Eles têm seu queixo pai – Nora disse me abraçando de lado e eu assenti sorrindo.
-Eles realmente vão ser a sua cara né!? – Anna falou rindo e eu acompanhei ela na risada.
-Parece que sim.
-É isso que eu ganho por carregar eles por 8 meses – Bianca disse brincando e todos riram.
Ninguém teve coragem de carregar eles, já que estão em um sono profundo. Todo mundo estava morrendo de fome e desceram para a lanchonete para almoçarem. O meu almoço e da Bianca também chegou e nós comemos, ela já estava roxa de fome, estava de jejum até agora. Assim que acabamos de comer voltamos para a nossa função de pais, Nathan acordou irritado e acordou o irmão com seu choro. Eu entreguei o Liam para a Bia e peguei o chorão, descobri que ele estava sujo e estava irritado por causa disso. Depois de anos eu voltei a trocar fraldas, e descobri que limpar meninos é bem mais fácil do que limpar meninas, o que eu gostei bastante.
-Você sabia que trocar meninos é mais fácil? – entreguei o bebê limpo pra ela e peguei o mais novo para saber se também está sujo.
-Sabia, eu tive um casal de gêmeos como irmãos – ela falou rindo.
-Você está me achando engraçado? – tirei a roupa do Liam que é bem mais calmo que o irmão.
-Você é fofo amor, e é um ótimo pai, sabe fazer tudo.
-É claro que sei fazer tudo, já tive três.
-Há muitos anos – tirei a fralda do meu filho que também estava suja.
-Isso não é algo que se esqueça, você vai ver, são muitas fraldas até eles tirarem as fraldas, fica grudado na sua cabeça.
-Ai que maravilha – ela falou fazendo careta e eu ri.
Então ouvimos o barulho da nossa família voltando e Bia sorriu.
-Eles estão acordados – Helena falou com os olhos brilhando, já foi logo passando álcool na mão.
-Aqui mãe, seu primeiro netinho – Bianca entrou o bebê e Helena ficou emocionada na mesma hora, ela chorava olhando para o neto em seu colo.
-É uma sensação incrível né? – minha mãe falou se aproximando dela que só assentiu.
-Eles já fizeram cocô? – Marnie estava do meu lado observando.
-Já filha – respondi rindo.
Terminei de vestir ele e entreguei para minha mãe carregar. Eles foram passando de colo em colo e ficaram tranquilos, até Marnie finalmente quis carregar, ela tomou coragem, carregou eles sentada e ficava fazendo carinho neles. A minha felicidade só aumentava ao ver meus filhos carregando os bebês, é claro que eu tirei muitas fotos para registrar o momento.
Os bebês ficaram até calmos demais, quer dizer, até ficarem com fome e abrirem a boca chorando alto. Nathan foi o primeiro a reclamar e foi para o peito primeiro, enquanto eu ninava Liam com o bico na boca para ele esperar. Assim que Bia acabou, ela entregou para a mãe dela colocar pra arrotar e eu entreguei ela o outro. Bia está se saindo uma mãe maravilhosa, muito carinhosa e com muito jeito ao pegar eles, ao amamentar eles, não é ciumenta que não deixa ninguém pegar, pelo o contrário ela gosta de ver eles no colo das pessoas que amamos.
Quando os bebês dormiram eles decidiram ir embora para nos deixar descansar, meus filhos escolheram passar o final de semana na casa dos meus pais, apesar de Helena falar que ia amar ficar com eles, mas eu acho até legal eles passarem mais tempo com meus pais. 
Bia voltou a sentir as pernas e com ajuda de uma enfermeira ela conseguiu andar pelo corredor do hospital, foi ao banheiro sozinha e começou a se mexer mais, é claro que não pode mexer tanto por causa do corte da cesárea, mas ela precisa se mexer para a circulação dela funcionar.
Passamos o dia todo cuidando dos bebês, entre mamadas, trocas de fralda, eles sentindo falta do contato humano. Por incrível que pareça eu não estava cansado e Bia também não parecia cansada, estávamos completamente apaixonados pelos bebês para pensar em outra coisa.
De noite Dra. Lilian e o Dr. Harris entraram no quarto para examinar os três. Bianca está muito bem, só sentindo incômodo na cicatriz, mas Lilian gostou de como tudo está.
-Bianca e Thomas nós vamos deixar os bebês dormirem na incubadora só para monitorarmos eles, para ficarem mais quentinhos, receberem raios UV para ajudar na icterícia e de manhã trazemos eles de novo – Dr. Harris falou.
-E o meu leite?
-As enfermeiras vão vir coletar e vão dá pra eles em um copinho.
-Eles estão bem mesmo né? – perguntei, estava me sentindo desconfortável por eles irem para a incubadora.
-Sim papai, não se preocupe. Estou sendo sincero com vocês, eles estão bem, a incubadora é muito boa para eles, ajudam muito no desenvolvimento de prematuros – o pediatra falou.
-Tudo bem – então eu e Bianca nos despedimos dos bebês e duas enfermeiras levaram eles para o berçário.
Ter que ver eles indo embora não foi uma sensação legal e Bianca também não estava muito feliz. Eu olhei pra ela que estendeu a mão, fui até ela e sentei ao seu lado.
-Não precisa ficar assim, a incubadora vai ser muito boa pra eles – ela passou a mão pelo meu rosto.
-É horrível ficar longe deles – dei um beijo na sua mão.
-Eu sei, estou me segurando para não desabar – os olhos dela estavam cheios de lágrimas e eu aproximei para dá um selinho nela, então ela me puxou para um abraço.
-Vamos aproveitar e dormi então, já que eles não vão estar aqui.
-Tem razão - nos afastamos e ela sorriu passando a mão pelo meu rosto – Esse dia foi incrível e ter você ao meu lado tornou tudo muito especial, eu te amo e obrigada por me dar os melhores presentes da minha vida.
-Foi você que me deu os melhores presentes, te ver sendo tão forte, tão incrível hoje só me fez te amar ainda mais – eu aproximei dela novamente e ela me beijou dessa vez, paramos o beijo com vários selinhos e eu dei um beijo na testa dela - Você quer tomar um banho?
-Por favor – ela respondeu rindo – Estou me sentindo imunda.
-Quer que eu chame alguém?
-Não precisa, acho que só você consegue me ajudar.
-Tudo bem – dei a mão pra ela sair da cama e fomos para o banheiro.
Eu nem precisei ajudar ela a tomar banho, o que precisei foi ajudar a vestir a roupa. Logo já estávamos os dois limpos e de pijamas. Uma enfermeira veio com a bomba de tirar leite e Bianca tirou uma boa quantidade, então jantamos e em poucos minutos já estávamos apagados.
Foi um dia muito intenso, cheio de emoções, um dos melhores dias da minha vida, que eu com certeza vou ficar repetindo ele na minha cabeça por muitos e muitos anos. Eu queria os bebês aqui com a gente, mas sei que estava precisando de dormir. E a Bianca nem se fala, ela realmente precisa descansar, precisa dormir, se recuperar de seu sono perdido e se preparar para o que vem pela frente quando eles forem para casa. E eu não vejo a hora disso acontecer.

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O que acharam do capítulo?

Vocês estão preparados pra isso???

Apresento a vocês, Nathan e Liam 🥰

É claro que ainda vai ter muitas fotinhas deles né 🥰

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É claro que ainda vai ter muitas fotinhas deles né 🥰

Beijos e até o próximo 😘

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