sete

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timothée's pov

Eu e Lisa estávamos de frente um para o outro, em pés, conversando enquanto o vagão do metrô tirava um pouco do nosso equilíbrio. Ela comentava sobre a aula extra que ela fez de edição e eu prestava atenção para mais tarde, colocar em prática no nosso trabalho. Elisabeth era uma ótima companhia. Ela é bem espontânea, agradável com todo mundo e extremamente de bem com a vida. Nós nos aproximamos por causa do trabalho, mas eu descobri que na verdade ela era uma ótima amiga. Que eu casualmente beijava.

Não gosto de Lisa dessa maneira, não é como se tivéssemos alguma coisa, apenas ficávamos quando ambos estavam sem nada para fazer ou carentes. O que acontecia mais vezes comigo do que deveria.

Chegamos em seu apartamento e fomos direto para a mesa de jantar, onde seu computador e cadernos já estavam posicionados. Juntei os meus equipamentos  aos dela e comecei a pegar minhas filmagens. Explorei tudo o que eu tinha feito até o momento até chegar na última, que eu fiz hoje à tarde de Atlas. Sim, eu sabia que era ela quando eu pedi para filmar. Mas eu queria uma desculpa para filmar ela sem parecer meio obcecado demais. Eu acho que eu tenho uma certa quedinha por ela. Não sei, é confuso. Só sei que eu estava bem hipnotizado vendo o que havia gravado dela. Percebi como ela estava com um meio sorriso no rosto, tentando segurá-lo, e como ela mexia no cabelo meio em nervosismo. Ela era bem confiante, mas eu percebia que algumas situações a tiravam desse estado, e a deixavam mais tímida. E eu achava a coisa mais fofa, sinceramente.

Caí de volta à realidade quando Lisa apareceu me oferecendo a garrafa de água que estava na sua mão. Eu recuso e mudo de filmagem rapidamente, indo para uma aleatória, que depois eu percebo ser do meu amigo Joe e seu namorado Nick. Mostro a Lisa como os meus vídeos ficaram e começamos a discutir como organizaríamos cada um e como editaríamos. Ficamos umas duas horas fazendo o projeto e ainda não tínhamos acabado.

— O Phil está dando uma festa — Lisa diz após uma sequencia de stories do instagram cheios de músicas altas e pessoas gritando — A gente podia ir. Ou você prefere continuar o curta?

Paro um pouco para pensar. A data de entrega é segunda-feira e eu sinceramente não estava afim de ter que continuá-lo amanhã. Domingo é meu dia de dormir o dia inteiro, não queria abrir mão disso. Explico isso para ela, que concorda e então voltamos nossa atenção para o trabalho.

[...]

atlas's pov

Eu descobri algumas coisas desse Phil, dono da festa, de um menino da minha aula extra — Alex conta enquanto estávamos a caminho da festa que Finn tinha nos convidado.

— Conta! — eu digo um pouco mais alto do que gostaria, já que recebi uns olhares feios dos outros passageiros do metrô.

Alex fala algumas histórias sobre esse garoto no seu primeiro semestre da faculdade e eu me chocava a cada uma. Parecia um episódio de skins e eu Alex nos entretíamos com toda a fofoca. Algumas estações depois, chegamos no nosso destino. Andamos mais um quarteirão até achar a casa do anfitrião. Adentramos e encontramos Finn logo de cara, que nos cumprimentou bem alegremente. Percebo o olhar malicioso de Alex sobre eu e o garoto.

Ele nos leva até a grande sacada que estava meio cheia, com alguns copos e latas no balcão. Lá encontramos Grace beijando um cara e vejo Alex enrijecer sua expressão, meio decepcionado sem querer aparentar. Ele tinha me falado ontem mesmo que queria ficar com ela. Fico em sua frente enquanto Finn foi pegar bebidas para nós e pergunto para ele se ele tinha ficado chateado. Ele diz que não e que ainda teriam outras oportunidades. Concordo com ele e tento animá-lo dançando ao som da música da Rihanna que ecoava na casa, por que pelo pouco que eu conheço Alex, ele tinha sim ficado chateado.

Puxamos Finn para a dança assim que ele volta e nos direcionamos para a pista de dança improvisada, bebendo a mistura de bebidas que Finn tinha nos dado. A energia estava muito boa com todo mundo cantando junto, mesmo eu não conhecendo grande parte das pessoas, e as poucas que eu conheço são só de vista, além do três que estão fazendo trabalho comigo.

Finn e Alex juntos eram extremamente engraçados e minha barriga já doía de tanto rir. Algumas horas se passaram e eu já estava com as pernas cansada de dançar, então me dirigi até um sofá que tinha no canto da sala, que já estava vazio. Grace tinha ido embora, Alex estava com alguma menina por aí, então só restou eu e Finn. Estávamos largados no sofá, olhando para o teto. Finn estava bem atraente de onde estava, passando as mãos pelo seu cabelo que caíam um pouco na sua cara.

— Ei — eu digo, chamando a sua atenção e me virando para ele, me aproximando discretamente — Você já viu o clipe dessa música?

Me refiro à Break Free da Ariana Grande que por algum motivo tocava agora. Ele diz que não, se aproximando do mesmo jeito que eu fiz anteriormente, e eu abro minha boca em surpresa.

— Era o meu clipe preferido quando eu tinha 11 anos! Como você ousa não conhecer? — pergunto e ele começa a gargalhar.

— Me desculpe se eu não era o maior fã de Ariana Grande — levanta as mãos — O que tem de tão especial nesse clipe, afinal?

Cruzo os braços, levantando uma sobrancelha para ele.

— Efeitos especiais fodas, um figurino lindo e referência à Madonna — Me sento direito no sofá de novo, ficando perto até demais do garoto novamente — Apenas isso, Finn — ironizo e começamos a rir, o que acaba por fazer nossos ombros se encontrarem e uma faísca passar por nós.

Alterno meu olhar que antes estava para as minhas mãos no sofá, para Finn, que estava com seu olhar virado para mim. Ele solta um riso quando nossos olhares nos encontram e eu me aproximo cada vez mais, até conseguir sentir sua respiração perigosamente perto da minha. O garoto então não hesita em encontrar seus lábios com os meus, iniciando um beijo agitado, ambos pensaram nisso a noite inteira.

Ele passeia suas mãos pela minha cintura e eu no seu cabelo. O beijo começa a esquentar mais ainda até que ouço um berro de Alex.

— ATLAS?! ALGUÉM VIU MINHA AMIGA ATLAS?!

Separo o beijo, cobrindo meu rosto de frustração, enquanto Finn gargalhava. Alex passa pela gente, atrapalhado pelas bebidas que ele tomou, até achar a gente e vir correndo na nossa direção.

— O que estava rolando aqui, hein?— ele se senta do meu lado, passando seu braço pelo meu pescoço.

— Vamos embora, Alex, você já aproveitou bastante, né? — eu falo, me levantando e tentando puxar ele junto, enquanto ele reclama, até eu conseguir.

Me despeço de Finn e sigo com Alex até o metrô.

— Foi bom? — Alex pergunta, risonho.

— Para caralho.

moonlight ; timothée chalametOnde histórias criam vida. Descubra agora