quinze

35 6 23
                                    



Passeio pelo quarto de Alex, analisando suas paredes cheias de pôsteres de bandas e suas zilhões de camisas de flanelas (iguais, mas de cores diferentes) espalhadas por todo o cômodo. Ele vem correndo e as recolhe, juntando num monte e enfiando no guarda-roupa. Não sei se eu sou chata demais, porém toda aquela bagunça me deixava nervosa.

— Meu Deus, Alex, algum dia eu vou vir aqui e fazer uma limpeza no seu quarto — digo, agora abismada com a quantidade de papéis jogados na escrivaninha.

— Eu sei que você falou para me zoar, mas na verdade, eu agradeceria muito se você fizesse isso — me dá um empurrãozinho — Vamos até a cozinha, preciso pegar os salgadinhos.

Alex daria uma festa hoje. Festa não, ele não gostou desse termo. Era apenas uma confraternizaçãozinha. O garoto não queria chamar de festa porque o fato de ele estar chamando pessoas para sua casa era um segredo do seu pai, que morava com ele. A relação dos dois era complicada. Alex sempre morou com a mãe e o pai nunca ligava nem aparecia nos seus aniversários. Até que ele se mudou para Nova York, por conta da faculdade, e é também onde seu pai morava. O que resultou nos dois morando junto e constantes reclamações do loiro. E ah, muitas restrições também, o que fazia Alex, às vezes, agir como um adolescente rebelde no ensino médio.

Sr. Jones estava viajando neste final de semana, dando a oportunidade perfeita para a festa. Confraternização, na verdade.

— Me ajuda a levar até a mesa de centro? — me pergunta enquanto equilibrava uma perigosa quantidade de potes na mão.

Vou rapidamente até ele e dividimos tudo, levando até a sala. Depois os enchemos de salgadinhos e colocamos as bebidas que havíamos comprado na geladeira. Com tudo pronto, nos sentamos no sofá, esperando os convidados aparecerem enquanto a música já rolava.

— E aí, Finn e Timothée vêm hoje... — me empurra de leve, enquanto eu reviro os olhos — Qual dos dois você vai escolher?

Alex está tratando essa história toda como um romance com triângulo amoroso adolescente da Netflix. Aliás, nem tem história nenhuma. Timothée é meu amigo.

— Não vou escolher ninguém porque estou muito bem solteira, obrigada — cruzo as pernas, pegando meu celular e navegando por qualquer aplicativo — E você sabe que eu fico com o Finn. Seria bobeira da minha parte não ficar com ele hoje.

— Entendi.

— E Timothée disse que vai trazer alguém hoje— completo.

— Entendi.

— E eu sei que não é a Morgan, porque a Jo que vai trazer ela hoje.

— Entendi.

— Então deve ser alguma garota aí que ele está ficando. Reduza suas expectativas, Alex — finalizo.

— Não precisa me encher de justificativa, não, Atlas. Já entendi que você não pensa nem um pouquinho no Timothée. Deu para ver — ironiza.

Eu estou pronta para contestar quando a campainha toca e Alex levanta animado para atender. Olha pelo olho mágico e abre a porta eufórico, revelando Ceci e Doug. Eles se abraçam e depois vêm até mim, fazendo o mesmo.

Com o tempo, mais pessoas vão chegando e a tal de confraternização vira de fato uma festa. Uma pessoa chama outra, que chama outra e o ciclo nunca acaba até o apartamento de Alex estar quase impossível de ser atravessado por uma superlotação de pessoas e bebidas. Nesse momento, o anfitrião estava em completo desespero, tentando controlar algo que, vamos ser sinceros, era incontrolável. Eu me encontrava sentada na bancada rindo a cada vez que o garoto aparecia reclamando de algo. Tomo mais um gole da minha bebida e Timothée dá de cara comigo, se sentando do meu lado após atravessar um mar de jovens bêbados.

moonlight ; timothée chalametOnde histórias criam vida. Descubra agora