dezesseis

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Eu beijei o Timothée. A gente se beijou. Ontem.

Esse momento não saía da minha cabeça. Mal consegui dormir repassando a cena milhares de vezes na minha cabeça. Assim que acordei, lembrei disso. Fiz o meu café pensando em Timothée e o tomei na sacada, vendo as cortinas do seu quarto todas fechadas, provavelmente ele ainda estava dormindo. Percebi que eu estava sendo doida e volto até a sala, me sentando e pensando nas coisas que falamos na noite passada. Meu Deus. O que ele fez comigo para não conseguir tirá-lo da minha cabeça?

Não tenho muita certeza de como me sentir em relação a isso. Não sei se essa ansiedade toda é algo bom ou ruim, se quer dizer que gosto mais de Timothée do que eu imaginava, ou se é por conta da situação em que estamos. Afinal ele é meu vizinho. O vejo todo dia. Meu melhor amigo aqui em Nova York. Não sei se continuarmos fazendo isso era uma boa ideia. Não sei se já ter beijado ele era uma boa ideia. Na verdade, não sei nem por quê eu estou tão preocupada com isso, afinal eu nunca fui assim. Não estou me reconhecendo, nunca fiquei louca e preocupada por causa de um simples beijo e nunca... Nunca fiquei querendo tanto beijar alguém de novo.

Não. Não vou beijar ele de novo. Mesmo que eu queira. É, está decidido. Mas, poxa, o que pode dar errado?

Quer saber, é melhor parar de me estressar com isso, já que eu não sei nem se Timothée me beijaria de novo. Decido tirar esse assunto da minha cabeça e vou até a cozinha procurando alguma coisa para fazer para meu café da manhã. Nem fome eu estava sentindo, só queria distrair minha cabeça. Escolho, então, fazer panquecas. Pego dois potes e os ingredientes. Coloco uma playlist qualquer e começo a cozinhar. Misturo os ingredientes e logo tenho a massa pronta pra colocar na frigideira. Era terapêutico esse processo todo de colocar um pouco da massa, esperar, virar, esperar, colocar no prato, repetir. E realmente me distraiu. Assim que todas estavam prontas, sentei na bancada e coloquei mel em todas elas, e finalmente, comendo. Modéstia à parte, minhas panquecas são ótimas.

Pego meu celular e vejo algumas notificações, incluindo mensagens de Alex.

"ei"
"nem vi você sair ontem!"
"gostou da festa? eu aproveitei bastante depois de parar de me estressar"
"meu pai nem desconfia de nada!!!!"

Resolvo responder.

"tava com medo por você de seu pai descobrir, aquilo tava fugindo do controle"

"eu voltei meio cedo até, timothée pediu um táxi pra gente"

"timothée, hmm"

"bem que eu vi que vocês dois coincidentemente sumiram na mesma hora"

"aconteceu algo...?"

"finn não foi, né..."

"alex"

"vou te contar algo mas não é pra surtar"

"você sabe que eu vou surtar independente desse aviso"

"beijei o timothée"

O vejo digitando e logo para. Em questão de segundos meu celular vibra anunciando que Alex estava me ligando. Dou risada e atendo.

- Gostaria de dizer que EU AVISEI! — O ouço do outro lado da linha e reviro os olhos, já esperando ouvi-lo jogando isso na minha cara por um bom tempo — Mas vou poupar você disso, agora me conta, como foi?

Foi bom. Esse é o problema. Tenho medo de dar uma grande merda — desabafo e ouço Alex suspirar do outro lado da linha.

Eu entendo, Atlas, de verdade — faz uma pausa que me deixa ansiosa — Não sei que conselho te dar. A última vez que eu fiquei com um garoto que era meu vizinho deu tudo que tinha que dar errado — ri fraco.

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⏰ Última atualização: Jan 05, 2023 ⏰

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moonlight ; timothée chalametOnde histórias criam vida. Descubra agora