doze

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Nova York de noite é algo único. As luzes, as pessoas, o movimento, tudo é tão surreal. Me sinto na minha pré-adolescência novamente, cantando "Welcome to New York" da Taylor Swift no meu quarto, imaginando como seria fazer faculdade aqui. E agora estou aqui, fazendo a faculdade que eu queria e saindo com amigos que eu estava amando me aproximar cada vez mais. Era uma sensação tão reconfortante pensar nisso. Como se a vida tivesse me levado para o lugar certo, com as pessoas certas e tudo estava caminhando do jeito que deveria.

E hoje eu estava pronta para comemorar isso. Comemorar o não saber o que vem por aí, mas esperar pelo melhor. Estou vivendo pela esperança de tudo. E eu estava bem com isso.

Já fazia alguns minutos que havíamos chegado na balada que Jo julga ser a melhor da cidade. E, por enquanto, estava honrando seu nome. Era um lugar bem grande, então não precisava ficar incomodada com gente esbarrando e todo aquele calor humano. Além de ser bem bonito, cheio de luzes de cores diferentes e placas neon. Estava dançando junto com Jo e Alex, enquanto o resto sentava em um sofá, ali por perto.

— Não acho que o Timothée está com aquela garota — minha amiga fala, olhando para os dois — Olha o jeito que eles estão sentados um do lado do outro. Super longe e mal se olham. E você mesma disse, não é a garota que você viu com ele outro dia.

É minha vez de olhar para os dois, discretamente. Os vejo sentados, conversando e realmente, eles estavam distantes. Mas não tento tomar isso como sinal de nada, até porque eu não queria e não precisava de nenhum sinal.

— Para com esse assunto, Marjorie. Deixa ele com a garota.

Ela e Alex se olham e fazem uma careta. Apenas ignoro e continuo dançando enquanto caminho até o bar, pedindo um dos drinks que eu já repeti algumas vezes durante a noite. O que já me causou certo desequilíbrio e uma maneira divertida de ver tudo à minha frente. Quando volto para o lugar que estávamos antes, Jo tinha sumido. Pergunto para o garoto onde ela estava, e ele apenas aponta para o local onde os outros estavam. A mesma estava conversando com a garota que veio com Timothée, até que as duas se levantam e vêm na nossa direção.

— Trouxe a Morgan para dançar com a gente! — Marjorie exclama, enquanto a morena ao seu lado apenas ria, envergonhada.

Meu Deus, Jo não tem jeito.

— Então, como você conheceu Timothée? — vejo Alex perguntando e arregalo os olhos. Até ele está nessa?

— Nós fazemos faculdade juntos! — ela responde — E vocês?

Eles iniciam uma conversa e eu me retiro dali, indo me sentar ao lado de Timothée, tirar essa dúvida de uma vez por todas unicamente para fazer meus amigos pararem de encher o saco da pobre menina. Me sento do lado do garoto, que me cumprimenta animado.

— Oi, Timmy.

— Timmy? Que fofo, nunca vi você me chamar assim — ele responde antes que eu possa falar qualquer coisa a mais e eu sinto minhas bochechas queimarem.

Dou uma risada leve, tentando me concentrar de novo para fazer a pergunta para ele.

— A Jo e a Morgan se deram bem, não é? — ele diz e eu concordo.

— Demais, não se desgrudam — falo, olhando para as duas dançando no meio da pista, com seus cabelos dançando no ar e sorrisos sendo formados.

— Elas combinam demais, não acha? — pergunta e eu arregalo os olhos, entendendo onde ele queria chegar — Eu convidei Morgan porque ela tem um crush enorme na Jo.

Ah.

— Pensei que poderia juntar as duas.

Ah.

— O que você acha?

Não acreditei que me preocupei esse tempo inteiro por algo que nem fazia sentido. Ele trouxe Morgan por causa da Jo. Não por causa dele. Ele não quer nada com ela. Por que raios eu estava angustiada por isso? E por que raios saber que ele não está com ela me aliviou tanto?

— Eu acho perfeito. Sério. A gente tem que fazer acontecer — digo, animada — Vamos tentar falar com a Jo ou...

— Acho que não precisa mais — Timothée diz rindo, olhando para as duas.

Passo a olhar também e fico surpresa quando vejo que as duas já estavam se beijando, enquanto Alex batia palmas atrás delas.

— Somos ótimos cupidos e nem precisamos fazer nada — eu falo, vendo meu amigo vir até nós.

Assim que chega, nos empurra até conseguir sentar no meio de nós dois e passar os braços por trás da gente.

— Um casal formado... Será que existe outro aqui, hoje? — Alex fala e eu dou um empurrão no mesmo — Ai!


[...]


Já eram 5:30 da manhã e eu estava apenas seguindo Jo e seus amigos até a padaria de um amigo, que eles tanto comentaram. Jo e Morgan, que não se desgrudaram a noite inteira, estavam na frente, abraçadas e rindo espontaneamente de tudo o que acontecia. Elas estavam fofíssimas. Atrás delas estava Ceci, Chris e Doug, nos guiando até o local, porém pareciam mais perdidos que qualquer um. O que claramente estava deixando Alex aflito.

— Você tem certeza que eles estão levando a gente para o lugar certo?

— Sei lá. Nem sei onde é esse lugar. — respondi e ele arregala os olhos.

— Pode ser que a gente saia daqui assaltados, ou esquartejados — Timothée fala e Alex murmura algumas coisas desesperado, enquanto eu gargalho.

Começamos a provocá-lo, enquanto o mesmo fingia não se importar.

— Chegamos! — Marjorie exclama, pegando na mão de Morgan e correndo até uma porta de vidro com uma placa escrito "Fechado."

Como vamos entrar nesse lugar?

— Como vamos entrar nesse lugar? — Timothée fala como se estivesse lendo minha mente.

— Nas madrugadas de sábado, Joe abre mais cedo só pra gente — Cecile fala e eu me surpreendo.

Que privilégio.

Não demora muito para que a porta seja aberta por um cara alto, de avental, completamente animado para alguém acordado antes das seis da manhã.

Entramos no recinto e nos sentamos no balcão, enquanto Joe preparava os seus típicos waffles de que Marjorie tanto falou. Ela, então, foi em direção a uma Jukebox que tinha do outro lado do salão, e, junto com Morgan, escolheram uma música. Que ânimo que elas têm, eu só estava implorando para a comida ficar pronta pois eu estava morrendo de sono.

— Adoro essa música — Timothée comenta, antes de cantarolar, enquanto mexe no seu celular.

O analiso por alguns segundos, batucando seus dedos em sua perna no ritmo da música e cantando baixinho enquanto seu cabelo insistia em cair na sua face. Por um impulso, me levanto e pego na sua mão, o que o faz tomar um susto. O puxo, até que ele se levanta e começo a dançar, de mãos dadas com ele, rindo.

— Achei que você estava quase dormindo — ele indaga, curioso.

— A música me animou.

Sorrio e ele sorri de volta, e parecia que éramos apenas nós dois ali.

perdão pela demora pra atualizar e muitooo obrigada pelos 2k! 🥺❤️

moonlight ; timothée chalametOnde histórias criam vida. Descubra agora