A prometida

4- Cunhado

-Vai ficar aí?- pergunto ao moreno na minha frente e ele assente- Tá bom, vou trocar de roupa

Saio da cabine sem dar chances para que ele responda, vou ao banheiro feminino e entro em um dos compartimentos, me visto e me retiro do cubículo logo colocando minha roupa paisana em cima da pia, ajeito meu cabelo e quando vejo que está tudo certo, pego meus pertences e caminho na intenção de voltar para a cabine que dividia com Regulus mas sinto me empurrarem para uma cabine vazia. Vendo o moreno, o qual nem preciso perguntar o nome, na minha frente não me surpreendo

-O que quer Sirius?- pergunto cruzando os braços

-O que você quer com meu irmão?- ele responde ríspido

-Não quero nada com James- digo irônica

-Não venha ser irônica comigo, você sabe a quem eu me refiro- ele diz se aproximando

-Não Sirius, eu não sei, afinal quantos irmãos você tem?- pergunto e ele se afasta- Se refere ao irmão de sangue e que você divide o sobrenome mas o abandonou na primeira oportunidade ou se refere ao melhor amigo que você grita pelos quatro ventos que ele é seu irmão?

-Você não sabe o que está falando- ele diz e desvia seu olhar do meu

-Não sei?- arqueio a sobrancelha- Se quer mesmo saber o que eu quero com Regulus, sugiro que pergunte a ele, afinal era pra ser você no lugar dele

-Está prometida a ele?- ele pergunta estático

-Eu estou noiva dele Sirius, e diferente de você, eu não pretendo abandoná-lo- digo e tento sair da cabine mas ele me impede segurando meu braço, maldita hora que deixei minha varinha na minha bolsa

-Você ficará longe dele- ele diz e eu começo a rir- Qual é a graça?

-Você me dizendo o que fazer- digo fingindo enxugar uma lágrima

-Ele é um garoto bom, não merece o que minha família fará com ele - o moreno diz

-Sirius, você perdeu o direito de opinar sobre a vida dele, assim que saiu de casa- digo e ele engole seco

-Você não sabe metade das coisas que passamos naquela casa- ele diz

-Veja cunhado, eu estou noiva do seu irmão, e ficarei ao lado dele independente de tudo, e só para sua informação para um grifinório sua coragem está bem vaga- digo e saio da cabine o deixando para trás

Faço meu caminho até a cabine em que Regulus está e o vejo já uniformizado sentando olhando a paisagem pela janela

-Demorou, deusa- ele diz

-Tive uma conversinha com Sirius- digo e ele me olha confuso

-Com Sirius?- ele pergunta

-Ele me parou enquanto eu voltava do banheiro- digo

-E ele faz algo com você?- pergunta e eu nego

-Estou bem pequeno rei- digo dando um pequeno sorriso- Achei que Severo já estaria aqui com você a essa altura da viagem

-Ele apareceu por aqui, mas Bartô veio buscá-lo

-Sério que não deseja ficar com seus amigos?- pergunto e ele nega

-Que tipo de noivo eu seria deixando a minha noiva aqui sozinha?- ele pergunta sorrindo

-Um noivo de 16 anos que ainda quer ficar com os amigos?- pergunto como se fosse óbvio e ele começa a rir, o resto da viagem foi tranquila, assim que chegamos em Hogsmead pegamos uma carruagem com Snape e Crouch para irmos a Hogwarts

-Então vocês dois estão juntos?- pergunta Bartô

-Estamos Bart- diz o Black mais novo

-Quando isso aconteceu?- Bartô continua perguntando ainda confuso com nossa aproximação repentina

-Durante as férias- digo sem dar muitos detalhes

-Pare de os encher de perguntas- diz Snape assim que Bartô abre a boca para perguntar outra coisa

Chegamos a Hogwarts e fomos direto para o Salão Principal, para a seleção dos primeiranistas, poucas crianças foram mandadas para a escola esse ano. Assim que a seleção encerra uma grande quantidade de comida aparece em nossa mesa, logo nos servimos e comemos

-E isso no seu braço?- ele pergunta e eu vejo a marca vermelha de onde Sirius segurou

-Não foi nada Black- digo e ele me olha

-Martina, não minta para mim- ele diz e por reflexo olho para a mesa da Grifinória

-Reg...- não tenho tempo para falar já que ele sai furioso da nossa mesa caminhando até o irmão mais velho que estava saindo com James e vou atrás do meu noivo

-SIRIUS- o Black mais novo gritando chamando a atenção do irmão e do amigo

-Regulus, por favor- digo tentando tirá-lo de lá e levar para nosso Salão comunal

-Como se atreve a tocar nela?- Regulus pergunta

-Tocar nela?- Sirius o olha confuso e então desvia seu olhar para mim, me analisando e parando o olhar na marca roxa que sua mão formou em meu braço - Martina...

-Sirius não dirija a palavra a ela, já não basta ter ido embora agora quer atrapalhar minha vida?- diz Regulus

-Regulus não vale a pena- digo segurando sua mão- Por favor, vamos embora

-Sinto muito Martina, eu não tive a intenção- diz Sirius tentando se aproximar e eu apenas levanto a mão para que ele fique no lugar em que está

-Está tudo bem Sirius, agora por favor, fique longe de nós- digo e puxo Regulus pela mão até o Salão Comunal