34- St. Mungos

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-Olá querido- minha mãe diz fracamente ao me ver entrando no quarto que ela dividia com meu pai no hospital

-Olá mãe- digo mantendo a distância recomendada pelos médicos

-Seu pai anda dormindo muito- ela me informa

-Eu imagino- digo sentando em uma das poltronas- Por que não me enviaram uma coruja, eu teria vindo para cá no mesmo momento

-Não achamos que seria tão ruim- ela diz e eu reviro os olhos

-Como você ficou sabendo?- meu pai pergunta acordando

-Sirius- digo

-Traidor- minha mãe ruge- Maldito filho traidor

-Não fale assim dele- peço

-Está defendendo aquele traidor grifinório nojento?- meu pai reclama

-Sim, estou- digo dando de ombros-Vocês estão a beira da morte- digo e eles assentem

-Nós sabemos- ela diz

-É como podem continuar julgando ele?- pergunto- Ele é filho de vocês

-Precisamos que você faça uma coisa- meu pai diz me ignorando

-O que?- pergunto irritado

-Vá atrás do Lorde- meu pai diz

-Como?- pergunto achando que tinha escutado errado

-Traga glória para família Black, e vá atrás do Lorde- ele repete quase gritando

-Não farei isso- digo e ele revira os olhos

-Temíamos que você falasse isso- ela diz e eu fico confuso

-Entrem- meu pai grita e minha prima Bellatrix entra no quarto acompanhada pelo marido Rodolphus Lestrange , seu cunhado Rabastan Lestrange, a irmã Narcisa Malfoy e o marido Lucius

-Que merda é essa?- pergunto

-Sua iniciação priminho- Bella responde

-Endoidou Bellatrix?- grito para ela- Todos vocês só podem ter ficado loucos

-Não torne isso mais difícil Regulus- Narcisa diz e eu reviro os olhos por sua cara de pau

-Eu vou embora, morram sozinhos- digo para meus pais

-​Petrificus Totalus- ouço alguém dizer assim que encosto na maçaneta

Sinto meu corpo ser petrificar e depois ser levitado, sinto a raiva crescer dentro do mim, eles jogam uma capa de invisibilidade sobre mim 

-Cuidem dele- ouço meus pais falarem e sinto mais raiva ainda

Penso em diversas formas de fugir, em como matar todos eles e esconder os corpos. Penso em o que vão fazer comigo, se sairei vivo, se ainda verei Martina ou se ela ainda vai querer me ver depois disso

Não sei para onde me levaram ou quanto tempo fiquei assim, começo a sentir a ponta dos meus dedos depois de um tempo e tento ao máximo pegar minha varinha para conseguir fugir. Ao pararem de andar sinto o frio, o medo que o local transmite e reconheço a Mansão dos Lestrange

-Milorde- ouço eles dizerem depois que abrem a grande porta

-O quem querem?- alguém pergunta com a voz arrastada, sei que é o tal Lorde que todos estão temendo

-Trouxemos nosso primo Milorde, o herdeiro dos Black- ouço Bella dizer, quase murmurar

-Os pais estão morrendo e temiam que ele se torne outro traidor igual ao irmão- Cissa diz e Lucius puxa a capa de cima de mim- E querem que ele se junte a causa, custe o que custar 

-Tragam ele mais perto- vejo que estou na sala de estar, o Voldemort está sentado em um poltrona enorme em frente a lareira acessa dos Lestrange, Rabastan tira a varinha do meu bolso e eu sinto o feitiço ser retirado do meu corpo

-Eu vou te matar Bella- sussurro para minha prima que sorri

-Você pode tentar priminho- ela diz e seu marido e cunhado me levam até o Lorde deles

-Bem vindo garoto- a voz arrastada dele soa pelo cômodo e ele se levanta se dando a visão da sua aparência asquerosa

Rodolphus puxa meu braço esquerdo afastando o tecido do  blazer enquanto Lucius e Rabastan me seguram. Preparo meu corpo para qualquer coisa que eles façam comigo, sei que estou perdido, e condenado

-Imperio- ouço alguém falar depois que eu começo a me debater tentando evitar chegar perto do homem e me sinto leve, sinto uma varinha encostar no meu braço esquerdo e sinto uma queimação horrenda, como se cada fibra do meu braço estourasse

Grito até mais do que eu consigo, a dor só não é pior do que a uma Maldição Cruciatus que era jogada em mim quando criança , cada fibra do meu corpo implora pela morte e eu apago depois de tanto gritar. Abro meus olhos, vejo que estou no meu quarto e minha varinha voltou para o meu bolso, o céu ainda está escuro e o sangue escorre pelo meu braço

-Eu estou com eles, eu estou com eles- murmuro para mim mesmo, sinto meu corpo doer, sinto nojo de mim, me sinto sujo

Mesmo sentindo cada célula do meu corpo se contorcer de dor, eu corro para o banheiro e pondo meu braço embaixo do chuveiro, pego a esponja e esfrego máximo possível. Minha pele antes branca agora tem um tom avermelhado forte e a marca negra

-Eu estou com ele- murmuro mais uma vez, desejando que eu estivesse dormindo e que eu acordasse logo desse pesadelo


Maratona 3/9



A prometidaOnde histórias criam vida. Descubra agora