62- Apoio

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Martina Black P.O.V

Desço as escadas da minha casa tranquilamente e de forma silenciosa, Sirius e Remus estavam dormindo ainda e Regulus deveria estar na cozinha.

Ouço uma coruja bater na janela da sala e vejo o animal branco, o qual reconheço ser a de Harry, Edwiges, pego o envelope preso nela e faço um leve carinho em seu pelo.

Leio atentamente a carta de Maya, Aquila sempre foi o garotinho do Regulus, sei como meu marido ficará devastado por achar que é culpa dele. Essa ligação de pai e filho sempre foi muito forte com Regulus e Aquila, e não tenho dúvidas que ele tentou ser para nosso filho, o que Órion não foi para ele e Sirius, o pai que não tiveram.

-Você está bem?- Regulus pergunta saindo da cozinha com uma xícara de café enquanto eu estou sentada em uma das poltronas da sala com o papel na mão

-Não mais- digo ainda encarando o pergaminho- Você sabia que Aquila se sentia assim?- ergo o papel a ele que o lê rapidamente

-Ele se sente sobrecarregado por ser meu filho?- Regulus pergunta confuso

-Ele tem medo de não estar à altura das expectativas de vocês- Enrico diz entrando na minha casa

-Você sabia disso?- pergunto sem reclamar por ele não ter batido na porta

-Aquila se sente da mesma forma que eu me sentia na idade dele- Enrico explica- Ele é o único filho homem, e acha que tem que ser sempre perfeito

-Mas ele é perfeito- murmuro

-Ele acha que se cometer um deslize, vocês irão ficar decepcionados, afinal, ele se sente obrigado a ter as melhores notas, meio que "para honrar o nome da família"- Enrico diz fazendo aspas com os dedos- Mas agora, jogaram para ele a responsabilidade de cuidar de Maya, foi basicamente o que fizeram comigo

-Você me via como sua responsabilidade?- pergunto e ele engole seco

-As vezes sim, mas percebi que você estava do meu lado para ser minha melhor amiga, e não alguém que eu tinha a obrigação de cuidar- ele explica- Mas Aquila só tem 13 anos, ele quer que a irmã se divirta e não tenha preocupações, mas ele quer ter as memórias dele também, sem ter que sentir o peso de ser um Black, na maioria das vezes, não é nem por ser um Black...

-É por ser meu filho- Regulus resmunga do meu lado

-Como você sabe disso?- pergunto enquanto Regulus ainda continuava relendo a carta de nossa filha

-Eu sou padrinho dele, tenho que saber o que se passa na cabeça dele- ele diz dando de ombros- Falando em filho, onde está o meu?

-Você jogou Antônio para James- digo e ele solta uma risada culpada

-Antônio queria ficar com o tio, o que eu poderia fazer?- ele diz sonso e eu reviro os olhos

Regulus Black P.O.V

-Olá, meu príncipe- Martina chega falando no ouvido do nosso filho, que no momento estava sentando sozinho na mesa da sua casa no Salão Principal enquanto lia um livro

-Oi, mãe- ele se levanta da mesa da sonserina e a abraça- O que estão fazendo aqui?

-Não podemos vir ver você?- Pergunta e ele solta uma risada que aquece o meu coração- Sua irmã enviou uma carta

-Ele ainda deve estar no dormitório, posso levar vocês lá- ele diz começando a andar até o Salão Comunal da sonserina

-Príncipe, viemos ver você- Martina o segura pelo ombro quando chegamos no corredor- Vamos falar com sua irmã antes de irmos embora

-Me ver?- ele pergunta confuso- Por que?

-Soubemos como você está se sentindo- digo me abaixando para ficar da sua altura

-Eu estou bem- ele diz ríspido, se parecendo tanto comigo, ele sempre se pareceu tanto comigo

-Aquila, eu tenho certeza que eu e seus tios lhe ensinamos a mentir melhor do que isso- digo colocando a mão na sua nuca para que ele olhe para mim- Me diga o que está acontecendo, por favor, você tem dormido?

-Eu me sinto esgotado sempre que volto para escola- ele diz respirando fundo e seus olhos começam a marejar- Me esforço tanto para corresponder as expectativas que todos colocam em mim, os professores me comparam tanto com o senhor e eu não sei o que fazer, tenho medo de decepcionar vocês por não estar a altura, tem momentos que eu não sei o que fazer

-Por Merlin, você nunca vai conseguir nos decepcionar- Martina declaraa

-Você é perfeito, filho- digo e ele me encara pasmo- Eu não quero mais nada além que você seja feliz, se você não fosse tão inteligente como é, nós  não nos importaríamos 

-Não se importe tanto com o que estão lhe cobrando, apenas seja você, príncipe - Martina o abraça e ele passa os braço pela cintura dela- Você já é perfeito, e não importa o que você faça

-Eu só tive medo- ele diz soluçando- Medo de não ser o suficiente para vocês, abriam mão de tantas coisas por nós, você nem se formaram, e eu só queria retribuir

-Sempre que se sentir esgotado- digo- Quero que fale conosco quando achar que é a hora ou até com algum de seus tios, eles podem ser idiotas, mas amam você tanto quanto nós

-Você pode crescer, mas sempre será o meu príncipe- Martina o aperta mais contra o peito

-Mãe- ele a chama- Eu preciso respirar, pai, me ajuda

-Deusa, vai matar o garoto desse jeito- digo pegando no seu ombro para ela solta-lo

-Ele é meu bebê, eu posso fazer o que eu quiser- ela rindo enquanto limpa o rosto do nosso filho que estava ainda com lágrimas escorrendo

-Eu amo você Aquila, não se esqueça disso- digo e ele balança a cabeça assentindo, me abraçando depois e eu beijo sua cabeça- Já conversei com você sobre seus avós?

-Algumas vezes- ele diz e eu olho para Martina sinalizando para ela me deixar sozinho

-O que acha de darmos um passeio?- pergunto e ele assente

-O que tem os meus avós?- ele pergunta depois que nós sentamos em uma árvore próxima ao lago negro, me recordo em sentar aqui com Martina no nosso tempo de escola

-Éramos um pouco mais novos que você, eu e seu tio Sirius, e éramos inseparáveis tão unidos quanto você e Pietro, mas nós sofríamos muito dentro de casa, tantas exigências por ser um Black - digo e ele me olha atento- Depois que ele saiu de casa, eu acabei sofrendo as consequências

-Que consequências pai?- ele pergunta e eu dou um pequeno sorriso

-Assunto para outro dia- digo

-Isso está relacionado com as cicatriz espalhadas pelo seu corpo?- ele pergunto

-Como sabe?- pergunto curioso e ele dá de ombros

-Eu sou seu filho- ele diz- Tenho que saber o que se passa pela minha casa

-Não sei como achei que iria esconder isso de você- digo rindo- Eu recebi muitas cobranças em casa, para sempre ser o melhor, e não quero que você se sinta assim

-Não me sinto assim em casa- ele se defende

-Mas se sente aqui, e o que eu estou querendo dizer, é que quero fazer com você diferente do que fizeram comigo, quero que você possa ter todas as suas as suas experiências na escola, vá em festas, aproveite os passeios, os treinos de quadribol e se concentre na sua educação- ele assente- Sua irmã não é sua responsabilidade, deixe ela andar com as próprias pernas e errar também

-Não acho que ela seja a minha responsabilidade- ele diz rápido- Eu só me preocupo com ela

-Eu acho incrível o cuidado que você tem com ela, filho- digo passando o braço por seu ombro- Estou orgulhoso, príncipe

-Mesmo, pai?- ele pergunta com os olhinhos brilhando

-Eu sempre me orgulho de você- digo e o abraço


A prometidaOnde histórias criam vida. Descubra agora