Páginas Esquecidas

44 1 2
                                    

(2009) - Palavras Perdidas

   As últimas chamas se apagavam em direção ao ar, dada a hora; o próprio céu acendia em um fogo intenso de coloração rosada, as testemunhas sem brilho, paralisavam ao olhar à aurora, essa, com suas luzes transformava o lugar, a destruição antes deixada pela batalha, era consertada num passe de mágica. Vidas eram reescritas com os efeitos causados pela Aura, no fim, tudo estava em seu lugar, com as devidas alterações.

   Um pequeno vislumbre foi dado àquelas pessoas sobre o real mundo onde viviam, no entanto, fugiriam de suas mentes em um piscar de olhos. Eram tempos distorcidos para os portadores e não-portadores da chama, os que carregavam, aquele processo demorava cerca de uma hora, aos olhos comuns, apenas um microssegundo.

   Era a primeira vez que testemunhava aquele fenômeno, os ventos eram tão fortes que podia jurar que em algum momento poderia sair voando. Vendo tudo aquilo, não sabia o que sentir direito. Haviam dois lados da moeda; O lado bom era que tudo seria reparado e que não haveria caos, no entanto, também pensou, que dessa forma, como dito antes por sua tutora, não possuiria preparo humano para uma defesa contra aquelas criaturas, assim que cessasse o fogo, tudo seria esquecido.

   Sua amiga acordava e reparava os céus rosados, diferente dele, já havia testemunhado aquele mesmo evento em escala menor uma vez, no orfanato. Depois de alguns dias de seu primeiro confronto contra Akuno, jurou ver os céus brilhando naquele mesmo tom estranho, enquanto observava a cidade daquela varanda. Apesar de um pouco comum, ainda se assustava com aquilo.

   Liz se aproximava e sentava ao seu lado, ele estava calado, pensando no significado daquilo. Seu rosto, que antes estava descascando-se em vazio, agora estava tratado, perguntava-se que tipo de fenômeno estava acontecendo com ele naquele momento de antes. Confusa sobre o evento, perguntou à seu amigo se tinha alguma ideia do que aquilo se tratava, ela não esperava uma resposta certa, afinal talvez nem ele soubesse. Uma vez May disse à ele que tudo seria esquecido após o clareamento das auroras nos céus e que tudo seria reescrito, parecia medonho, como tudo acontecia.

   A menina sentia um certo aperto em seu coração, apesar de tudo, agora estavam bem, mas ainda incomodada, algumas palavras de Nilla ecoavam por sua cabeça, ela pensou, que com a calma de agora, podia conversar sobre o que sentia com Tsukugo.

   Abraçou-o com vontade, ele parava de olhar os céus e voltava o olhar para sua querida amiga, talvez não fosse a hora de se preocupar com aquelas questões, deixar de lado por um tempo e aproveitar a vitória deixaria com um pouco de paz em seu coração e naquele momento, era o que precisava, sendo abraçado, deixou sua cabeça repousar sobre a dela.

   TSUKUGO:Você está melhor? Não quer ir à um médico? — Lembrava da série de machucados que Liz sofreu.

   LIZ:Eu estou bem, de alguma forma. — Ela estava estranhamente quieta, talvez esperando somente um momento para se abrir.

   TSUKUGO:Naquele momento, você matou aqueles caras, não é? Logo depois de eu ter te salvo, você se desculpou... Quer conversar sobre isso? — A garota estava apreensiva, certamente coisas aconteceram com sua amiga e muitas delas sendo como consequência os eventos com os Fugitivos de Ferrovold.

   LIZ:Alguns meses atrás, quando eu fui adotada, eu entendi o que você estava sentindo quando pagava suas promessas na lousa, não era simplesmente acender a chama, não é? — Ele concordava com a cabeça, afagando o cabelo de sua amiga. — Ela toma conta e eu não conseguia controlar, mas... Sim, no fundo eu queria acabar com eles. Eu não me senti mal em nenhum momento, mas o problema não era esse...

Golden FeatherOnde histórias criam vida. Descubra agora