Ciúmes

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Eu corri de volta para casa, e sem precisar dizer nada, Itachi e Sasuke me seguiram. Chegamos a tempo de ver minha mãe sair do porão, seu rosto bonito um pouco pálido fez seus olhos ficarem mais escuros, sombrios. Em dois passos eu a alcancei e segurei ambas suas mãos.

-O que foi, mãe?

-Kakashi, ele acordou.

Mal as palavras saíram da sua boca e os gêmeos correram para descer as escadas. Eu, por outro lado, acalmei minha mãe brevemente antes de descer outra vez com ela atrás de mim. Sem hesitar eu desci os degraus daquele cômodo silencioso, o cheiro de umidade um pouco forte demais no ar fez meu nariz arder e parei antes de descer os últimos degraus de madeira.

Os gêmeos encarando Kakashi, ambos com as sobrancelhas franzidas como eu, sem entender bem o que havia acontecido. Kakashi estava sentado outra vez, a cabeça tombada para trás e os lábios abertos, os braços folgados como se estivesse caído no sono sentado na sua poltrona preferida.

-Mãe, a senhora não disse que ele acordou?

Ela parou ao meu lado e segurou a manga da minha blusa, seu rosto ainda parecia sem cor e seus lábios estavam forçando as palavras a saírem.

-Sim, mas é que... eu me assustei e meio que... soquei o rosto dele.

Ela falou com a mão ainda no coração, como se quisesse o impedir de sair pela sua garganta. Olhei outra vez para ele e finalmente consegui ver o vermelho que o soco dela causou na sua bochecha direita. Devagar, os gêmeos que estavam nos olhando com expectativa, viraram as cabeças para o homem desmaiado na cadeira. A reação deles não poderia ser mais contraditória.

Sasuke tomou uma longa respiração antes de começar a rir sem parar, a ponto de manchar seu rosto pálido com vermelho, já Itachi olhava entre Kakashi e minha mãe com os lábios separados, parecia devidamente impressionado. Sem saber se deveria rir ou chorar, beijei o topo da sua cabeça ruiva.

-Você é assustadora kitsune mama.

Ela por fim relaxou ao meu lado e desceu comigo os últimos degraus de madeira para enfim decidirmos o que fazer. Nós não podíamos simplesmente deixar ele no porão, amarrado a uma cadeira e contar tudo o que havia acontecido. Por outro lado, nós também não poderíamos enxotar ele de casa sem ter certeza do que havia acontecido, e depois de muito relutar, resolvemos seguir o plano que Gaara propôs na noite anterior.

Itachi o carregou às escadas acima e o deitou sem muito cuidado na cama do nosso quarto de hóspedes. Nesses dois dias, Sasuke estava dormindo ali, mas ele mal deixou sinal de sua estadia. A cama de casal estava com os lençóis azuis escuros perfeitamente esticados e os móveis pareciam até mais limpos do que antes. Depois de colocá-lo na cama, Itachi se juntou a nós e também cruzou os braços sobre o peito, a mesma expressão de dúvida no rosto.

-Eu vou achar o Gaara para nos ajudar - Sasuke saiu para o corredor.

Eu ainda não estava seguro com aquela ideia, mas era a melhor que tínhamos no momento. Pouco tempo depois, Sasuke e Gaara retornaram com caixas de papelão na mão e rapidamente aprontaram as coisas que Gaara havia conseguido pela manhã. Um poste para soro, bolsas com líquido transparente e tudo o que era necessário para transformar o quarto de hóspedes num pequeno quarto de hospital.

-Eu jurei a mim mesmo que não ia fazer perguntas, mas eu não aguento mais. Cherry, como você conseguiu tudo isso?

Perguntei a ele enquanto lia o rótulo na bolsa de soro, mesmo não sendo um perito eu podia jurar que aquilo era diferente dos soros comprados em farmácias. Na verdade, quando olhei para todas as coisas que ele trouxe, nenhuma delas parecia de uso comum.

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