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Aprendi com Voltaire, um filósofo e pensador iluminista francês que a esperança é um alimento da nossa alma, ao qual se mistura sempre com o veneno do medo.
Itachi e Sasuke não hesitaram nem um breve segundo e concordaram em me ajudar, e com o primeiro feixe de luz nos guiando, seguimos até a casa dos meus pais. Itachi me abraçou e sustentou meu peso nos minutos tortuosos que levamos para chegar até a floresta atrás da nossa casa.
Eu conseguia ver com detalhes meu pai girando a minha Glaive e minha mãe usando a naginata para defender a si mesma. Eu fiquei cheio de coragem e esperanças quando vi os movimentos deles fluindo como as águas fortes pelo caminho imperceptível de um rio. Meus pais não eram fracos nem indefesos, minha fé neles é incondicional.
A minha esperança foi contaminada quando vi as correntes da coleira do Kurama se romper e ele pular contra um lobo de pêlos bicolores para defender minha mãe.
-Kurama! - Gritei mesmo sabendo que ele não podia me ouvir.
-Falta pouco, só mais uns segundos! - Sasuke gritou.
Itachi precisou me segurar mais forte para impedir minha queda, eu trinquei o maxilar e contei os segundos até nossa chegada. Kurama e o lobo rolaram no chão pela neve, seus dentes tentando alcançar um ao outro, e a cada rosnar meu sangue gelava.
Meu pai tentou o ajudar, mas não conseguiu passar pela barreira que os animais formaram entre eles. O lobo acabou ficando por cima, seu tamanho e peso lhe dando vantagem, e conseguiu morder o ombro do meu cachorro. O som da pele se rasgando foi desesperador, e junto com o grito da minha mãe, o medo correu pelas minhas veias, gelando e vencendo a esperança.
Kurama se debateu, se esforçando o máximo para empurrar o lobo com as patas traseiras, mais um segundo e chegaríamos lá, pedi em espírito que ele aguentasse. Minha mãe conseguiu derrubar e cortar a garganta de outro lobo e meu pai cortou os tendões de outro animal. Eles estavam se saindo bem.
Enquanto descíamos, Kurama conseguiu se virar na neve com um urro de dor, os dentes do lobo rasgaram sua pele. Meus pés tocaram o chão e vi o meu cachorro cravar os dentes no focinho do lobo, impedindo ele de se mover. Peguei a ponta da Glaive do meu pai no chão e corri aos dois, não hesitando um segundo antes de cortar a garganta do lobo.
Kurama chorou baixinho e deitou na neve com dificuldades, se encolhendo numa bolinha, seu sangue tingindo os floquinhos de vermelho escuro. Eu sentei ao seu lado para afagar seu corpo cheio de cortes, seu choro baixo me deixou em desalento.
-Bom garoto, bom garoto, Kurama.
Ele latiu e arfou baixinho, balançando a cauda uma única vez. Vi que Itachi e Sasuke estavam ajudando meus pais a lidar com os lobos que não paravam de chegar da floresta. Eram tantos e de todas as cores que corriam até nós, várias alcateias unidas avançando sobre o comando de Skoll. Fiz menção de levantar, mas minha mãe gritou comigo.
-Fique com o Kurama! Não se atreva a vir aqui!
-Mãe…
-Obedeça, Naruto! - Meu pai falou irritado ao seu lado.
-Não atrapalhe, Dobe.
Sasuke falou irritado como sempre, me deixando irritado novamente. Itachi olhou para mim antes de agitar as asas negras, o vórtex criado por elas afastando os animais. Eu estranhei o brilho esverdeado escondido nos olhos cinzentos.
Skoll estava calmo demais.
Olhei outra vez para a floresta, para o lobo branco de olhos cinzas que me encarava fixamente. Senti algo estranho queimar meu olho esquerdo mais uma vez, Skoll bateu as patas dianteiras no chão e raios azuis saíam das suas patas, mirando Itachi e meus pais.

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Ravenmaster
FanficNenhuma sociedade, nenhum homem cresceu e se multiplicou sem mitos ou lendas enraizadas na sua cultura e sonhos de utopias. Dos mitos o temor, das utopias a motivação, ambos essências da vida. Naruto sempre buscou uma força motivadora em sua vida, a...