Ravenmaster

Mau Agouro

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A Torre Alva é uma espécie de fortaleza, muros altos que formavam um quadrado perfeito com quilômetros de comprimento, os cantos com torres altas de observação. Aquela é uma das poucas construções que sobreviveram ao cataclismo que atingiu o mundo antigo, por dentro das pedras lavradas ainda é possível ver a marcas negras de incêndios em uma das paredes.

Mesmo depois da reforma, a fortaleza mantém um estilo rústico e antigo, utilizando os mesmos materiais originais com técnicas modernas. Seus muros foram adaptados para se transformar em corredores largos que abrigavam as relíquias e tesouros.

As torres de observação agora são usadas como depósito e quartos para os poucos funcionários que moram ali.

Eu recebi o convite de me mudar para lá assim que entrei nesse serviço, todavia optei por ficar em casa. Meus superiores, se posso os chamar assim, sempre dizem que eu tenho um quarto reservado caso eu mude de ideia.

Caminhei pela grama sempre verde, que agora estava coberta por uma fina camada de neve, então só os Yeomans estavam ali, vigiando o céu como se uma ameaça invisível estivesse à espreita.

Eu não entendia bem porque a maioria das pessoas ali tinham medo do cataclismo se repetir. Quase um milênio depois, evoluímos muito no campo da tecnologia e da política, vivemos numa paz constante e bem solidificada.

Não vivemos uma utopia, ainda temos crimes, violência e doenças. As pessoas morrem, se ferem e matam. A natureza humana não pode mudar mesmo com o passar do tempo, porém não temos uma ameaça iminente a nossa paz de forma geral. Acho que o medo foi tão disseminado em nossas mentes pelas gerações antigas que vivemos como se estivéssemos em uma guerra eterna. 

Os corvos ficaram debaixo da área coberta junto comigo, o corvo menor dormia em um poleiro e o maior estava se segurando na ponta do meu cachecol verde, parecia estar se divertindo pendurado de ponta cabeça e balançando atrás da minha costas.

Quando eu paro, ele agita as asas para continuar balançando, seu comportamento já não me surpreende mais.

-Aquele professor não tem juízo.

Eu falei para Itachi quando vi as crianças de mais cedo entrarem no gramado, correndo agitadas apesar do frio.

Itachi não deu atenção ao que eu disse, já o Sasuke grasnou alto quando uma menininha loira se aproximou demais, ela voltou chorando para perto das amigas.

-Maldito anti social agressivo.

Falei alto e fui ignorado pelo corvo. Continuei focado no meu trabalho, a neve causou um belo estrago, e Sasuke ter bagunçado os floquinhos com suas asas não tinha contribuído para a organização dali.

Eu limpava e resmungava sobre Sasuke como se fosse uma mãe estressada arrumando a bagunça dos filhos depois de um dia de serviço cansativo.

-Da onde você tirou isso? Francamente Sasuke - Olhei o pedaço de papel no chão com uma caligrafia infantil - Não acredito que você rasgou outro relatório!

-Eee..  você soou igual a minha mãe agora.

Olhei para o lado e vi o professor parado perto de um dos pilares da área coberta. Ele cruzou os braços e sorriu sutilmente.

-Eu sempre uso esse tom para falar com os animais - Dei de ombros e continuei varrendo os pedaços da folha.

-Você trabalha aqui há muito tempo?