Pombinha

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Kakashi fez uma palestra interessante e bem verídica, mas me lembro de pouca coisa, minha atenção ficou a maior parte do tempo em torno daquela detetive. A familiaridade do seu rosto não poderia ser só uma impressão, parecia uma lembrança bem selada dentro de mim, longe do meu alcance e isso vem me atormentando nos últimos dias dias.

Meu irmão disse que se sentiu assim também, mas já vimos tantas pessoas desde que chegamos aqui, quem poderia garantir que não é só uma impressão? Concordei com ele, mas ainda não consegui deixar essa sensação para trás totalmente.

Perdi um longo tempo pensando, quando dei por mim, o Sol já tinha se recolhido e a noite já se fazia presente, estrelas tímidas adornando o céu escuro.

Desde que me mudei para a casa do Gaara, tenho me esforçado para não ser um fardo. Ele me ensinou a preencher arquivos online para lhe ajudar - afinal, eu não poderia lhe acompanhar no trabalho sem documentos e escolaridade.

Semelhante a mim, Gaara tem um paladar simples e pelo o que eu encontrei na sua dispensa, ele verdadeiramente sobrevive parasitando na casa do Naruto. Hoje eu senti um desejo súbito de cozinhar alguma coisa e com as poucas opções que eu tinha, consegui preparar arroz com alguns acompanhamentos. No momento que eu tirei a assadeira do forno e o cheiro de queijo derretido me fez salivar, ouvi a porta da sala abrir.

Gaara entrou coberto de uma camada fina de neve sobre os ombros, a única parte dele exposta eram os olhos. Fui ajudar com as sacolas retornáveis exageradamente coloridas e me surpreendi com o peso delas - Você comprou pedras e cimento?

-Não é você que está numa fase Masterchef? Você me deu uma lista enorme!

-Você não tem vergonha de roubar comida todo dia?

-Nem um pouco - Respondeu imediatamente.

Revirei os olhos antes de ir com as sacolas para a cozinha. Organizamos rapidamente enquanto eu pensava nas possibilidades que eu tinha agora. Ele entrou na cozinha, agora sem todas as camadas de tecido sobre o corpo - Que cheiro é esse?

-Arroz de forno.

Ele ergueu uma sobrancelha quando puxei ele para perto de mim, segurando dos dois lados do seu rosto gelado para beijar seus lábios rosados.

-Pensando naquela mulher de novo? - Gaara perguntou quando fiquei muito tempo em silêncio.

-Um pouco… eu só queria que as coisas se resolvessem logo.

-Hm.

Foi bem sutil, mas vi ele franzir o cenho antes de ir para longe e dizer que iria tomar um banho antes do jantar.

Não sei dizer se é coincidência, mas Gaara se afastou sutilmente de mim nesses dias, um pouquinho de cada vez.

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Quando deitamos para dormir, tive certeza que alguma coisa séria estava lhe incomodando. Normalmente nos aninhamos folgadamente e compartilhamos um momento terno e meigo cheio de preguiça, mas hoje não foi assim.

Os olhos verdes dele, sempre tão serenos e até mesmo um pouco frios, estavam ardendo sobre mim, várias emoções diferentes condensadas na íris verde. Gaara deitou sobre mim e equilibrou o peso do seu corpo em um dos cotovelos e sua mão direita apertava meus braços, minha cintura e minhas pernas. Uma emoção diferente aqueceu meu corpo, chamas causou cócegas na minha pele quando ele a tocou diretamente, por dentro das minhas roupas. Essa emoção nova era muito estimulante, me encheu de curiosidade, mas também fez meu rosto arder por vergonha.

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