a fama dos Hall's sempre deu oque falar em Miami, sempre unidos com suas típicas jaquetas de couro e seus óculos escuros, todos conheciam aqueles quatro. De dia eram alunos normais cursando o último ano do ensino médio. De noite, atrás dos volantes...
Senti meu corpo formigar. Tentei abri os olhos, mas a luz forte me fez fechar novamente. Fui piscando tentando me acostumar com a claridade, e então me deparei com um quarto bem decorado. Olhei em volta do lugar estranho. Onde diabos eu estava?
— Ah, acordou. — Nessa disse entrando no quarto. — Vim trocar seus curativos. — Só então eu percebi os curativos no meu pescoço, braços e um grande curativo na minha mão.
— Nessa, que lugar é esse?
— Essa é uma das mansões Hall's. — ela respondeu tentado parecer calma. Eu sabia quando ela estava fingindo. — Você lembra do que aconteceu ontem?
Alguns flashs da noite passada vieram com tudo na minha cabeça, mas não me lembrava de exatamente tudo.
— Onde está Thomas? Por que estamos em uma das mansões Hall's? — perguntei confusa, colocando a mão na testa. Que dor de cabeça! O que tinha acontecido?
— Thomas? Provavelmente deve estar bem longe do país agora. Estamos aqui porque Bryce achou melhor que não voltássemos pra casa depois do que aconteceu. Estávamos todas em choque, principalmente você.— ela disse limpando os machucados da minha pele.
Bryce. Lembrei de Bryce me salvando de Thomas e socando diversas vezes o garoto. Oh meu Deus! Senti meus olhos se arregalarem. Thomas tinha tentado me matar! Eu precisava falar com Bryce, eu precisava explicar tudo isso.
— Onde ele está? — senti o desespero em minha voz.
— Calma. Já já ele sobe pra te ver, ele está preocupada com você.
Ficamos em silêncio. Bryce estava preocupada comigo?
— Nessa, o que aconteceu com a minha mão? — perguntei olhando pro curativo que era maior que os outros.
— Acho que você segurou o caco de vidro com muita força, não sei, quem te salvou foi Bryce. — ela disse e então ficamos em silêncio novamente.
Observei ela limpando meus machucados quando algo me chamou atenção em seu dedo.
— Josh te pediu em namoro? — um sorriso se formou nos lábios dela. Não nos falávamos há semanas, por causa do Thomas.
— Pediu. — respondeu sorrindo animada mas sem prolongar o assunto. — Prontinho, vai ficar novinha em folha. Vou descer e ajudar Dixie na cozinha. Os Hall's não sabem cozinhar, acredita nisso? — disse divertida. Ela estava tentando me deixar confortável, mas eu sabia que ela estava hesitante. Ela deixou a caixa de primeiros socorros em cima da mesinha e abrindo a porta: — Ei, olha quem tá aqui. — ela abriu mais a porta me dando a visão do corpo de Bryce.
— Oi. — ele disse tímido — Está melhor?
— Estou bem. — era claro que nós duas estávamos sem graça na frente um do outro. — Você está machucado! — minha voz saiu quase que automaticamente quando vi os ferimentos em sua mão.
— Isso não é nada, quero saber como você está.
— Bryce, você precisa fazer um curativo nisso. — disse tomando impulso pra levantar da cama e ir atrás da bolsa de primeiros socorro que Nessa deixou.
— Emma! — Ele interrompeu meu movimento rindo do meu desespero. — Não é pra levantar da cama. O médico disse que era um dia inteiro de repouso. — Médico?
— Vocês chamaram um médico aqui? — perguntei confusa. Eu me lembraria de ter sido examinada, eu acho.
— Não, falei com o Dr. Johnson por telefone.
— Oh, certo. — disse tentando me sentar na cama, Bryce me ajudou passando a mão pelas minhas costas. Ficamos em silêncio alguns segundos e voltei a olhar em direção aos machucados dele. — Me deixa cuidar disso. — pedi, sentindo seu olhar fixar no meu.
— Emma...
— Bryce por favor! Isso é tudo culpa minha. — disse exasperada.
Eu não podia deixar a mão dele daquele jeito, não depois do que ele fez por mim. Ele respirou fundo, caminhou até a mesinha perto da porta, onde Nessa tinha deixado a maleta, e trouxe até a cama sentando de frente pra mim.
— Por que viemos pra cá? — perguntei enquanto pegava algodão e álcool. Graças a Deus não eram feridas daquelas abertas.
— Bom, não poderia te levar pra casa machucada assim, nossas mães fariam perguntas. — Senti ele me observando enquanto molhava o algodão com álcool.
— Vai arder. — avisei encostando o algodão úmido na pele dele. Ele tentou puxar a mão mas acabei segurando com força sentindo sua mão gelada. Quase ri da sua careta de dor. — Nossos pais sabem que estamos aqui?
— Sabem. Kelianne e Tayler enrolaram eles e vieram pra cá. Eles trouxeram algumas coisas pra vocês vestirem, mas se quiser pode pegar coisas no meu guarda roupa ali. — ele gemeu de dor quando passei o algodão na ferida maior, não aguentei e soltei uma risadinha.
— A bad boy que disputa rachas não aguenta dor? — provoquei fazendo ele rir. — Então esse quarto é seu? — ela assentiu.
— Suas irmãs ocuparam o único quarto de hóspedes. Eu achei que você precisaria de silêncio pra repousar. — ele disse completamente sem graça.
Achei fofo por um momento, quer dizer, ele se preocupou com isso.
— Obrigada, isso é legal da sua parte. Depois de tudo isso, achei que nem olhar na minha cara você iria. — disse tentando demonstrar toda a sinceridade que eu sentia, em minhas palavras.
Ficamos em silêncio alguns minutos. Continuei limpando os machucados de sua mão sem nem olhar pra ele.
— Emma, o que houve lá? — ele quebrou o silêncio — Por que Thomas fez tudo isso? Por que você não se afastou dele quando viu que ele não era uma boa companhia? — Eu tinha que contar. Bryce precisava saber de tudo. Eu devia isso à ele.
— Eu tentei. — disse respirando fundo. — Ele me ameaçou. Ele disse que se eu terminasse com ele eu iria fazer companhia a Mia. — disse num sussurro tentando evitar os olhos de Bryce e omiti as piores partes.
— ELE FEZ O QUÊ? — a indignação no grito de Bryce me fez encolher. — Emma, eu não acredito! Por que não me contou isso? Eu poderia ter te ajudado! Merda! — ele se levantou da cama me encarando com aquele olhar que poderia me matar em um piscar de olhos.
— Eu estava com medo Bryce, você me disse do que ele é capaz!
Estava me sentindo pequena naquela cama, sob o olhar julgador de Bryce. Ele suspirou fundo voltando a sentar na cama.
— O que mais ele fez? O que ele queria fazer ontem? Ele te obrigou a alguma coisa? — o tom preocupado em sua voz esquentou meu coração. A sensação de ver ele preocupado comigo era ótima.
— Ele estava drogado, já faz um tempo que ele está se envolvendo com isso, e dessa vez ficou bem agressivo quando cheguei na casa dele.
Fui me lembrando de cada momento e um arrepio frio percorreu meu corpo. Eu não queria lembrar disso tudo, muito menos falar dessa parte pra Bryce.
— Tá tudo bem, pode falar. — ele incentivou. Tomei coragem e resolvi falar tudo de uma vez.
— Ele queria transar comigo, e eu recusei. — eu não conseguia olhar pra ele, mas sentia seus olhos me queimando. Eu não suportaria ver seu olhar de pena. — Ele não aceitou e tentou tirar minha roupa. — meus olhos começaram a arder. Eu não queria chorar de vergonha por ter passado por essa humilhação. — Eu estava com nojo e não podia deixar ele fazer isso comigo. — a repulsa de lembrar daquele momento fez a primeira lágrima cair, seguida de outras. — Chutei a perna dele e corri pro banheiro me trancando lá. Mandei a mensagem pra Dixie enquanto escutava ele me ameaçando e falando coisas que... — minha voz falhou — Bryce... — tentei dizer, eu já soluçava.
— Shhh, não precisa me contar mais nada. — ele disse me puxando pra um abraço.
Enterrei minha cabeça em seu pescoço e ele nem ligou de eu estar molhando toda sua blusa, pelo contrário, ele me puxou ainda mais pra si. Apertei ele com força, sentindo falta de alguém que se importasse comigo, e ficamos assim por um tempo.
— Você acha que ele vai voltar? — perguntei fungando e secando o rosto.
— Depois do que eu fiz com ele? Provavelmente não. — ele disse tentando ser divertido, me fazendo soltar uma risadinha. — Você dormiu bastante, se estiver melhor, toma um banho. Tem roupas suas naquela mala, mas você pode olhar meu closet. — ele disse se levantando da cama, sem esperar resposta.
Eu iria pedir pra ele ficar mas eu não tínhamos essa intimidade.
Fiquei mais algum tempo pensando em tudo o que tinha acontecido. Eu não iria conseguir seguir minha vida se eu não bloqueasse todas as imagens de ontem da minha cabeça.
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Galerinha, estava pensando em voltar a escrever minha fic do Jaden, porém tô com um bloqueio criativo do krlh
Vcs leriam a fic? Se sim, seriam leitores fantasmas? Isso me desmotivou muito a continuar
