a fama dos Hall's sempre deu oque falar em Miami, sempre unidos com suas típicas jaquetas de couro e seus óculos escuros, todos conheciam aqueles quatro. De dia eram alunos normais cursando o último ano do ensino médio. De noite, atrás dos volantes...
Metade das pessoas já tinham ido embora, e dei graças a Deus por ter chegado bem tarde.
Tinham algumas pessoas deitadas no gramado na parte da frente, outras ainda dançando na sala, e um monte de casais de agarrando nos cantos. Uma típica festa de colegial.
Tentei procurar por Josh e Nessa na pista, mas elas já não estavam mais lá. Emma continuou me puxando para a cozinha, onde encontramo Addison tentando acalmar uma Dixie muito bêbada e animada, que estava dançando desengonçada.
- Não acredito! - Emma disse incrédula, soltando minha mão e pegando a irmã alterada pelos braços. - Você bebeu, sua idiota? Como vamos voltar pra casa? - ela gritou irritada. - Meu deus, o Papai vai nos matar!
- Me deixa, Emma, tá parecendo até que vocês duas são meus pais. - Dixie disse embolado, apontando pra Emma e Addison e saiu pela porta dos fundos até o quintal.
Ouvi Addison suspirar cansada.
- Eu vou atrás dela. - disse e saiu.
Emma bufou irritada se encostando no balcão. Fui até ela e a abracei pela cintura.
- Ei, relaxa. Addison não bebeu, ela vai levar o carro. Diz pro seu pai que vocês vão dormir lá em casa. Você sabe, minha mãe está em Nova York e meu pai não vai se importar. - disse, roçando nossos narizes.
- Hm... - ela disse sorrindo de olhos fechados. - Está me chamando pra dormir na sua casa, Hall?
- Com certeza. - respondi sorrindo malicioso.
- Ótimo. Prepare sua cama no chão. - ela falou se desvencilhando dos meus braços e marchando até a parte dos fundo da casa, me deixando pra trás.
- Ei, primo! - Tayler chegou do além, me assustando.
- Onde você se meteu? - perguntei dando um gole na cerveja que Addison tinha deixado.
- Eu estava na garagem, com seu carro. - cuspio líquido no chão.
- VOCÊ O QUE? - gritei indignado.
- Fica calmo, nervosinho. Estou te dando um presente pra corrida de amanhã.
- Que tipo de presente? - perguntei desconfiado.
- Só me segue, priminho. - disse indo pra garagem.
- Você deu uma festa pra ficar mexendo no meu carro? - perguntei debochado.
Eu não gostava nada que mexessem no meu carro, principalmente sem minha permissão, mas já estava acostumado com os abusos do Tayler.
- Não até eu apostar 800 pratas com o Hutcherson. - ele disse acendendo a luz da garagem e revelando meu carro. Tinha que ter aposta envolvida, revirei os olhos. - Vai, entra aí nessa lata velha.
- Você está brincando com a sorte, Hall. - ameacei antes de entrar no meu carro. Mereço.
- Tá, presta atenção. Tá vendo esse botão vermelho perto do volante? - assenti - Você vai saber a hora certa de apertar ele.
- O que? Você não vai me falar o que isso faz? - perguntei franzindo a testa.
- Não. - respondeu simplesmente. - Só agradeça a Deus depois por ter um primo tão ligado em tecnologia de carros. - se fosse só de carros estava bom.
- Obrigada Deus, por me dar um priminho nerd. - disse saindo do meu carro.
Eu não me importava com o que era aquele botão, confiava em Tayler de olhos fechados.
- Ah, vocês estão aqui. - Kelianne disse entrando na garagem ofegante. - Addison esta precisando de ajuda com Dixie.
(...)
- Eu não sabia que essa mulher era tão pesada assim. - Addison resmungou subindo as escadas com Dixie, dormindo, no colo. Eu, Emma, Josh e Nessa estávamos logo atrás.
- Pare de resmungar, mulher. - Josh debochou.
- Vai se fuder. - ela retrucou. Levamos Dixie até o quarto de Addison e a colocamos na cama, quer dizer, Addison colocou. - O que a gente faz agora? - perguntou preocupada, esperando que alguém falasse alguma coisa.
- A gente? Eu vou me trancar no meu lindo quarto, com a minha linda namorada e dormir agarradinho com ela. - Josh disse arrastando Nessa até seu quarto.
Eles gritaram um "Boa noite" antes de bater a porta na nossa cara. Rudes.
- Legal. - Addison disse irônica. - O que eu faço? Onde eu vou dormir? - ela perguntou desesperada.
Vejam bem, nossa casa era grande e até poderia ter quartos de visitas, se não fosse pelo ventre de Dona Lisa que resolveu ter 4 filhos, ou seja, todos os quartos de visitas estão ocupados pelos próprios filhos, e no outro meu pai decidiu fazer uma academia, que ele nunca usou.
- Faça igual eu fiz com Emma. - disse indo na direção do meu quarto puxando minha morena pela mão. - Faça uma cama no chão.
Emma soltou uma gargalhada, e a última coisa que eu vi foi cara de indignada de Addison, antes de entrar no meu quarto.
Emma entrou ainda rindo, fechando a porta atrás dela.
- Você ainda vai passar o dia comigo amanhã? - perguntei a puxando pela cintura, colando suas costas na porta.
- Não sei, vou pensar no seu caso. - ela provocou sorrindo, encostando nossos narizes. Agarrei sua cintura com mais força, fazendo ela soltar uma risadinha. - Preciso de um banho.
- Hm. - gemi no seu ouvindo. - Posso ir junto? - perguntei malicioso. Ela me olhou sorrindo com as sobrancelhas arqueadas.
- É claro... Que não! - ela me empurrou indo até o banheiro e trancando a porta.
Ouvi o barulho da água caindo e me joguei na cama me lembrando do dia maravilhoso de hoje.
Eu nem podia acreditar em tudo o que tinha acontecido. Eu me declarei, Emma se declarou, nós nos beijamos e agora estamos aqui e vamos dormir juntos.
Depois de todo esse pouco tempo que eu descobri estar gostando da Emma e de todas nossas provocações, finalmente aconteceu.
Ninguém sabia ainda, mas eu queria sair contando pra todo mundo, principalmente para Charly. Mas talvez Emma não quisesse, ela vivi falando que não quer um relacionamento tão cedo depois do Thomas.
Continuei pensando em tudo o que aconteceu, quando Emma saiu do banheiro apenas de toalha e um coque frouxo prendendo seus cabelos. Perdi até o ar.
Observei ela caminhar até o meu armário e procurar alguma coisa para vestir. Eu estava mentalmente me controlando, mas não era fácil me controlar com a visão de Emma molhada só de toalha no meu quarto, Porra!
Ela pegou uma camiseta minha qualquer e voltou pro banheiro.
Era assim, desde que nos tornamos amigos, ela tinha total liberdade dentro do meu quarto pra pegar tudo o que quisesse. Claro que nenhum outro ser vivo no mundo teria essa mesma liberdade.
Deitei de barriga pra baixo, enfiando a cara no travesseiro e escutei a porta do banheiro sendo aberta, e passos descalços vindo na direção da cama.
Emma se jogou em cima de mim e o cheiro de rosas do sabonete do banheiro misturado com seu cheiro natural, invadiu minhas narinas.
- Não vai tomar banho, Bryce? - ela disse distribuindo beijinhos pelo meu ombro.
