Quando em Vegas

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Julia

Encaro a juíza, e ela me encara de volta. Minha cabeça não dói pela primeira vez em dias, desde quando fiz uma aposta com o Dustin que conseguiria ficar sem tomar café por tempo indeterminado. Mantenho a postura, enquanto meu cliente transparece toda a ansiedade antes do veredito.

— O veredito sairá em duas semanas. Estejam aqui, senhores e advogados.

Meu cliente me olha preocupado, provavelmente assustado por ter que esperar duas semanas para saber o veredito. Explico que é normal enquanto saímos, meus seguranças atrás de nós. Não é muito divertido almoçar com esses brutamontes sentados na mesa atrás de mim, mas não é algo que posso evitar. A Brianna disse que costuma almoçar fora com seguranças atrás dela também, porque ser tão próxima de um famoso faz com que as pessoas busquem ela para conseguir chegar nele. Hoje, não pretendo almoçar aqui, e o brutamontes de nome Lindon toca no meu ombro. Viro para trás.

— Sim?

— Está no horário do almoço da senhora. Não quer ir comer algo?

— Ah. Vou almoçar com o Dustin perto do escritório. Ele está me esperando.

Sigo para lá e é visível a satisfação dele ao ver os seguranças sentando na mesa atrás de nós. Ele sorri para mim.

— Que bom que você se adaptou bem a presença deles.

— Não achei que me adaptaria, mas eles são legais e me trazem chocolates quando estou prestes a esquecer que não tomo mais café, então não foi tão difícil.

— Hmm. Tenho um presente para você.

Ele tira um envelope do bolso e coloca na mesa. Olho para o envelope curiosa, mas ao mesmo tempo com medo de ser, sei lá, os documentos do divórcio assinados por ele? Ou pior, alguma foto minha do dia que eu e o Kyle escalamos o Everest? Abro, temerosa quanto ao que vou encontrar, e fico surpresa quando encontro... nada. Viro o envelope na mesa e cai um cartãozinho pequeno. Pego e vejo o que é.

— Tatuagem de chiclete?

— Tatuagem removível, Julia. É um anel, para você usar sem ter problemas com os detectores de metais dos tribunais e prisões.

Isso é fofo. Na semana passada dei um anel para ele porque sabia que gostaria - e gostou muito, e sabia que viria com alguma coisa para retribuir, mas não imaginei que daria um jeito de me dar um anel. Estendo a mão para ele colocar e ele coloca contente. Observo o desenho dourado no meu dedo, e gosto de ver um anel ali sem ter que senti-lo. É perfeito.

— Meus irmãos diziam que eu teria que ser muito rica para conseguir bancar joias que não me causem reações alérgicas, já que tenho alergia a alguns materiais. Mas isso é bem melhor. E é lindo!

— Que bom que você gostou, porque comprei um monte.

Vejo a sacola ao lado da cadeira dele e dou um sorriso interno. Só o Dustin. Pedimos a comida e as bebidas e o garçom anota e se retira. O Dustin começa a falar algo comigo, mas meu celular toca, interrompendo ele. Ignoro a chamada. E preciso ignorar mais cinco vezes antes de pedir desculpas e atender.

— Estou ocupada, Bri. — informo à minha irmã, que certamente aprontou alguma se está tão desesperada e ligando de um número diferente.

— Não é a Brianna.

— Harvey?

— Você sabe para onde ela vai quando quer se afastar? A casa dos pais de vocês, de um amigo, namorado, parente distante? Algum parque? Restaurante? Loja?