Capítulo 17 • Borboletas

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-Eu preciso dessas tintas antes do final da semana. - falei ao fornecedor pelo telefone. - não, não posso esperar tanto. Porque tenho meus prazos, assim como o senhor. - comecei a andar de um lado, enquanto passava a mão livre sobre a curvinha da minha barriga. - às duas horas, nem um minuto a mais. 

Desliguei o celular, largando o aparelho em cima de minha mesa de trabalho, pelo menos até ouvir o toque de notificação, anunciando uma nova mensagem de Julio. 

Julio: Posso te buscar para almoçar? [às 12h00]

Você: deve, estou morrendo de fome. [às 12h01]

Julio: Estou saindo da loja agora, chego aí em dez minutos. Beijos. [às 12h02]

Sorri para a tela do celular, pegando minha bolsa e saindo da minha sala em direção ao banheiro da galeria. Faziam exatamente cinco dias desde que eu e Julio começamos a namorar, e me pergunto por que senti tanto medo de começar algo mais sério com ele, tudo bem que logo eu encontro uma resposta, mas isso é o de menos. Meu foco está em vencer minhas barreiras e confiar nisso, no que eu e ele temos. 

Claro que se nossa filha decidisse mexer seria muito melhor, uma preocupação a menos. Sinto borboletas no estômago de tanta ansiedade para enfim sentir os chutinhos da minha menininha, e essa demora me deixa cada vez mais nervosa, isso não deve ser normal. 

Céus, Isabela, você se tornou uma daquelas mães neuróticas. 

-Isabela? - ouvi a voz de Agus me chamando, e então notei que já estava no banheiro, em frente a um espelho com o gloss no meio do caminho para meus lábios. Eu paralisei?

-Oi, desculpa. - ri um pouco, terminando de passar o gloss. - me distraí. 

-eu percebi. - Agus também riu, enquanto lavava as mãos. - vai sair? 

-Julio está vindo me buscar para almoçar. - respondi, guardando o gloss na bolsa. 

-as coisas entre vocês estão sérias. - Agustina e essa sobrancelha arqueada não enganam ninguém, ela está louca para fazer uma pergunta, e já sei qual é.

-Ele me pediu em namoro. - contei, arrumando meu cabelo com os dedos. - à alguns dias. 

-O que? - minha amiga quase gritou, dando dois pulinhos antes de perguntar. - e você não me disse nada? 

-Estou super ocupada esses dias com os pedidos de quadros pra a próxima exposição, me esqueci completamente.. - dei de ombros, sorrindo. - mas agora você já sabe. 

-que lindo, deviam escrever um livro com essa história de vocês. Se chamaria “acaso, ou destino?” . - ela deu ênfase a frase com as mãos - Eu compraria. 

-A história não acabou ainda, pelo contrário, está apenas no começo, e muita coisa ainda pode acontecer. - comentei, enquanto saímos do banheiro. - mas por enquanto, estou feliz. Vamos ver até quando. - droga, o pessimismo me persegue; 

-Não seja tão pessimista, você merece isso, Isa. Vocês vão formar uma família linda, você, o Julio e a pequena… como vai ser o nome dela? - ela franziu a testa para a minha barriga. 

-ainda não decidimos. Julio é péssimo com nomes, e decidimos que íamos escolher juntos, então já viu, a guerra. - Descemos as escadas até o hall da galeria. - Gosto de nomes pequenos, ele também, é a única coisa que concordamos. 

-pelo menos é alguma coisa. - Agus riu ao meu lado. - Busque um significado para o nome, aquele que tocar o coração de vocês, será o certo. 

Destiny • IsulioOnde histórias criam vida. Descubra agora