Destiny • Isulio

Capítulo 11 • Decepção

-Oh meu Deus, ele conversou com o bebê? - Minha irmã mantinha um sorriso de orelha a orelha, enquanto eu contava pequenos pontos da noite passada. - isso é tão lindo, maninha.

-foi engraçado, ele parecia um robô falando. - dei risada, me lembrando do momento, ao mesmo tempo em que sentia meu coração se derreter.

Gaby me encarou sorrindo, medindo cada micro expressão do meu rosto. Olhei para ela ainda sorrindo, mas ao notar que me analisava, franzi a testa. O que foi agora?

-Por que está me olhando desse jeito? - perguntei curiosa. 

-Não percebe o que está acontecendo? - ela fala, como se fosse óbvio.

-o que? 

-Você e Julio, estão mais próximos do que nunca. Dando presentes, elogios, ele te trazendo em casa. Você me disse uma vez que apenas havia química entre vocês, mas com isso que está me contando, não percebe que está nascendo sentimentos entres vocês? 

Não sei como, mas com aquelas palavras uma sensação estranha tomou conta de mim.... pânico. Tudo o que eu havia dito a mim mesma, sobre relacionamentos, sobre manter uma distância segura de Julio, ignorei tudo isso sem ao menos considerar. Eu me deixei levar pelo momento entre nós, me entregando totalmente sem pensar em nada. Sem pensar no que faria depois, em como seguiríamos depois… daquilo, daqueles momentos, daquelas sensações, toques... Eu não pensei em como já fui decepcionada no passado no quesito homens. Mas Julio a maioria das vezes me parece tão prestativo, tão doce, tão… irreal. 

Isso está errado. Nos conhecemos a tão pouco tempo, sabemos poucas coisas um do outro. Deveríamos nos conhecer. Espera, estou considerando iniciar uma relação com Julio? Mas e se ele não quisesse isso. Não citou nada sobre.

Certo, dormimos juntos… de novo. Vamos ter um bebê e quando ele me olha é como se milhares de estrelas brilhassem através  do cor-de-mel em seus olhos. 

É lindo, e assustador. 

 Ah Isabela, por que você tem que ser tão confusa? 

-Isa, está me ouvindo? - Minha irmã me tirou de meus devaneios, tocando meu ombro. 

-eu… Gaby, como eu me meti nisso? - perguntei, vendo ela franzir a testa.

-fala como se fosse algo errado. - eu nasci errada querida. 

-e não é? olhe para mim, eu moro sozinha, poucos amigos, grávida e… eu sempre fui tão cuidadosa, tão prudente, você sabe o porque. Como cheguei aqui? - Baixei os ombros, sentindo um choro se formar em minha garganta. Odeio me sentir tão sensível. - nunca me senti tão confusa e… sem rumo.

-Isa, nós não temos como saber o motivo pelo qual as coisas acontece. A única coisa que podemos controlar, é a forma como reagimos e lidamos com tudo. Você vem sendo boa nisso, está cuidando do seu bebê, arrasando no seu trabalho na galeria e…

-Julio. eu não sei se estou agindo da melhor forma com ele. Gaby, eu não estou preparada para lidar se as coisas não derem certo. Eu não estou pronta com para lidar com isso… você sabe, eu não posso, não de novo. - solto as palavras apressada.

-e quem disse que não vai dar certo? sabe, não podemos garantir que a vida seja um mar de rosas, Isa. Mas já ouviu falar que se arriscar é a graça da vida? se vivêssemos sempre sabendo o que vai acontecer, perderia o efeito surpresa, a emoção real daquilo. - ela segurou minhas mãos sorrindo. - Não posso garantir que vai dar tudo certo, mas também não posso dizer que não vai dar. O destino cruzou sua vida com a de Julio por um motivo, não digo que o bebê seja uma desculpa para vocês terem algo, filho não deve ser motivo para um casal permanecer juntos. Mas eu vejo como ele te olha, tem algo ali, não gostaria de descobrir o que? e o principal, descobrir o que você mesma pode sentir? Você sabe que há algo.