Capítulo 14 • Família

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- Não estranhe se eles forem secos, meus pais se odeiam. - Julio explicava enquanto saiamos do carro.

-Você já me disse isso, Julio, uma dezena de vezes. - ri um pouco de seu nervosismo.

Ajeitei a bolsa na ombro, enquanto Julio e eu adentramos o restaurante que havia marcado com os pais dele. Certo, agora eu que estava nervosa. Eu ia conhecer os pais do meu… do meu… de Julio.

-Fique tranquila, ele vão amar você. - ele sussurrou atrás de mim, tentando me tranquilizar. 

-Claro que vão, eu sou a mãe do neto ou neta deles. - olhei para ele de relance, soando irônica. - claro que eles não saberem da existência do bebê é um mero detalhe, não? 

Continuamos andando, até ver o homem e a mulher de meia idade sentados em uma mesa de quatro lugares. A mulher de cabelos claros sorriu para nós, se levantando de seu lugar junto ao homem. 

-Filho! - ela disse, abrindo os braços para Julio. Os dois se abraçaram, e um sorriso se formou e meus lábios com aquela cena. - Como você está lindo, estava morrendo de saudades. - disse, dando beijos no rosto dele. 

-Também estava com saudades, mãe. - Julio se afastou, sorrindo. Ele olhou para seu pai, estendendo a mão. - Pai. 

-É maravilhoso te ver, filho. - o homem respondeu, apertando a mão do filho, logo o puxando para um abraço também. 

Não entendo porque Julio disse tanto que seus pais se odiavam, essa família parece… perfeita. 

Após se compirmentarem, os dois pares de olhos se voltaram para mim, o que me fez sentir ainda mais nervosa. Nunca fui tão fã de ter as atenções sobre mim. 

-Pai, Mãe…- Julio começou, tocando minhas costas. - Essa é a Isabela. Isa, essa é Emmita e Julio…- olhei para ele, franzindo a testa. - Sim, eles fizeram o prodígio de me dar o mesmo nome que meu pai. 

-Mas pode me chamar de Lio, assim não confundimos. - O homem disse rindo. - já que o garoto roubou meu lugar. 

Sorri, voltando a olhar para os mais velhos. Eles tinham uma expressão gentil que me fazia sentir um pouco mais confortável, não pareciam querer me avaliar, ou algo do tipo.

-É um prazer conhecê-los. - eu disse, estendendo a mão. 

-Nada de tantas formalidades querida, venha cá. - Emmita se aproximou, me tomando em uma abraço caloroso. 

Por um instante me perguntei se ela conseguiu sentir a curva em minha barriga, por baixo do vestido solto que estava usando, o qual usei para tentar disfarçar a gravidez e não assusta- los logo de cara, já que esconder já não era tão fácil. Bom, se sentiu, deve ter pensado ser apenas meu quilos a mais, o que não era mentira. Eram os quilos que eu estava amando ganhar, ela só não sabia disso, ainda. 

Ao se afastar, ela tomou meu rosto entre as mãos, deixando um beijo em minha testa. Senti meu coração se derreter com aquele gesto doce, mas me controlei, não poderia se dominada pela emoção ou pelos hormônios ali.

-você é tão linda. - ela sorriu e olhou para o Julio. - se deu bem, garotão. 

Julio riu, enquanto ela se afastava e voltava ao seu lugar. Estendi a mão para o pai de Julio, que com um sorriso a apertou carinhosamente, e então nos sentamos todos a mesa. 

-E então, já haviam vindo a cidade antes? - perguntei, forrando o guardanapo em meu colo enquanto o garçom nos entregou o cardápio. 

-Oh querida, eu havia vindo apenas uma vez, mas sempre achei a cidade muito barulhenta. - Emmita balançou a mão ao lado da cabeça. - na verdade os americanos são meio barulhentos. 

Destiny • IsulioOnde histórias criam vida. Descubra agora