XV - Chegada

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"There's a feeling I get when I look to the west

And my spirit is crying for leaving.

In my thoughts I have seen rings of smoke through the trees,

And the voices of those who stand looking."

Led Zeppelin, Stairway To Heaven


Era um lugar imenso, espalhando-se infinitamente para qualquer lado para onde se olhasse, sem um horizonte que balizasse o terreno. Havia chão firme, despido de vegetação ou de arvoredo, ondulando em determinadas áreas, completamente plano noutras, uma espécie de tapete de cor amarela, parecendo veludo, e, por cima deste, um céu tão liso como um pedaço de tela de plástico, num tom violeta carregado. O local era luminoso, mas não se via qualquer estrela no céu ou outra espécie de iluminação. Tanto o chão, como o céu, tinham uma luz própria, radiante. O ar era respirável, com um leve aroma doce que chegava a ser viciante.

- Continuas de parabéns, saiya-jin. Lux considera-te mais do que obviamente mereces.

- Porque é que dizes isso?

Son Goku olhou para Ozilia que passou por ele sem lhe dispensar um olhar quando lhe falara, adiantando-se e postando-se de pernas abertas, mãos na cintura, contemplando o mesmo vazio colorido e quente. Respondeu zombeteira:

- Ele está a mostrar-te um mundo semelhante ao que tu conheces, com as mesmas limitações físicas. Quer que te sintas em casa.

- A gravidade é superior à da Terra – observou o namekusei-jin.

- Ligeiramente... Dez vezes superior. Igual à do planeta Vegeta – acrescentou o príncipe.

- A gravidade não vai ser problema – disse Gohan, olhando cautelosamente para todos os lados. – Estamos habituados a qualquer força de gravidade diferente daquela que temos na Terra.

- Uma pequena piada, aposto – resmungou o namekusei-jin.

- E agora? Para onde vamos? – Perguntou Gohan.

- O que é que diz o teu diamante? – Indagou o príncipe.

- Não diz nada.

- Como é que sabes, Kakaroto?

- Não preciso olhar para o diamante para saber.

Ozilia voltou-se subitamente, sorridente. Número 17 semicerrou os olhos, marcando cada gesto da criatura, incomodado por estar realmente a fazê-lo. A irmã, ao lado, tentava encontrar um ponto de referência naquela paisagem nua. As duas crianças estavam boquiabertas, extasiadas com aquele novo lugar que aguardava pelas suas explorações infantis.

- Goten-kun... Este sítio é fantástico!

- Hai, Trunks-kun. Mas... Não tem nada.

- Precisamente. Deve ter alguma coisa em algum lugar, muito escondida.

- Assim... como um tesouro?

- Hai!

- Eh! Que sítio fantástico, Trunks-kun!

Gohan espreitava-os pelo canto do olho, a pensar o mesmo que o irmão. Ali não havia nada e não se via que houvesse nada por muitas milhas em redor. Colocou uma mão sobre a testa, a servir de pala, a tentar perceber algo que se assemelhasse a uma construção, a um muro, a uma estrada, a algo sólido, mas continuava a não encontrar nada. Onde estaria esse tal Lux e onde iria decorrer o famoso torneio? Trunks tinha razão, pensou com um arrepio: devia existir alguma coisa em algum lugar, mas tão escondida que lhes passava despercebida. E não sentia o ki de mas ninguém a não ser aquele que vinha de todos os que ali estavam. À exceção de Ozilia, mas já se habituara que ela não emitia ki, descontando ainda a ténue aura emitida pelos dois humanos artificiais gémeos.

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