XI - Desafio

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"Another one with the golden tongue

Poisoning your fantasy.

Another bill from from a killer

Turned a thriller to a tragedy."

Jack White & Alicia Keys, Another Way To Die


O céu violeta estava limpo, mas continuava a trovejar. Os dois, humano artificial e saiya-jin, tinham saído da cabana numa corrida. Goku mirava o céu desconfiado e tenso.

- O que poderá ser isto?

- Os teus desejos satisfeitos.

Olhou para número 17.

- Captaste a atenção do tirano Lux. Parabéns.

Agora, dito daquela forma, já não parecia uma tão boa ideia. Goku tornou a mirar o céu e esperou pela aparição daquele ente supremo que se manifestava com trovões.

Um segundo relâmpago brilhante encandeou-os e Goku protegeu a cara com um braço, tentando vislumbrar alguma coisa no meio daquele mar branco que esbatia todos os contornos. Parecia que alguém tinha utilizado a técnica famosa de Ten Shin Han, o Tayouken, que imitava a luz deslumbrante do sol e que desnorteava os adversários. Fora útil em tantas ocasiões, mas também fora utilizada por inimigos.

Então, no centro da luz, criou-se um remoinho azul que tomou uma forma alta e magra, fina como um ramo de um salgueiro com galhos no topo, bifurcando-se em baixo. Depois de um trovão mais violento que todos os outros deixou de ser um simples ramo de salgueiro e adotou a figura de um ser altivo, cor de bronze, que segurava uma espécie de rolo esverdeado, como um pergaminho. Goku apertou os maxilares, número 17, ao lado dele, endireitou as costas e dobrou ligeiramente os cotovelos, de punhos apertados. Estava tão apreensivo quanto Goku.

O ser dobrou-se numa grande vénia, levando o rolo até ao peito. A voz tinha um timbre musical e quase nem moveu os lábios quando disse:

- Saudações, saiya-jin.

Goku perguntou-lhe:

- Tu és Lux?

O ser espetou o queixo pontiagudo e, continuando quase sem mover os lábios, respondeu:

- O meu senhor não se dignaria a pisar o mesmo chão que vós, miseráveis mortais. Mas fui enviado por ele para vos transmitir a sua mensagem.

E estendeu o rolo. Goku olhou receoso para a mão do ser, de dedos muito compridos, com unhas amarelas. Hesitou.

Seria apenas um mensageiro, mas temia-o pois notava nele um ki estranho e, ao mesmo tempo, inexistente. Quando tentava ler-lhe a aura, esta esquivava-se por um labirinto de sombras e não conseguia saber se era insignificante, se era quase tão poderoso quanto Majin Bu, que lhe servia agora como medida de adversário temível.

Uma cotovelada de número 17 despertou-o e ele tirou automaticamente o rolo da mão do ser.

- O que é que está aqui escrito? – Perguntou com o rolo na mão, o braço esticado, para manter aquela coisa longe de si próprio.

- O que pediste.

- Nani?

O ser esclareceu misterioso.

- Um desafio.

Ouviu o sussurro de número 17 no ouvido esquerdo:

- Eu disse-te. Os teus desejos satisfeitos.

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