Capítulo 4

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H I N A T A • S H Ō Y Ō

Dessa vez, não me atraso para o trabalho. Mas me sinto mais cansado do que no dia anterior. O motivo? Ficamos acordados até tarde jogando, Kenma me deu uma surra no xadrez e eu destruí Kageyama no bilhar. Enquanto Akaashi é mais como um jogador técnico.... Não sei se esse é o nome, só sei que ele é do tipo que segue o tutorial ao envés de ficar explorando o mapa. Ele até que manda bem.

E depois, ainda fui acordado de madrugada por um Arroz com fome. Podem pensar que eu mimo minhas raposas demais, é a verdade. Eu daria minha vida por elas, mas felizmente isso não foi necessário. O necessário foi apenas acordar as três e catorze da madrugada pra cozinhar, nada demais.

Enfim, a minha vida.

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O olhar de Sugawara é mortal pra mim quando entro na sala dos professores. Sinto que vou morrer nos próximos momentos.

— Você saiu correndo — acusa ele, e penso que eu deveria ter escrito meu testamento. — Simplesmente saiu correndo — tem uma aura negra ao redor dele.

— Calma Suga, não se estresse — se eu tenho medo de Suga? Não, só quando ele ta com raiva. O que geralmente acontece quando eu saio correndo do nada quando estamos prestes a ter um almoço ridiculamente curto em que mais reclamamos do que comemos.

— Não me estressar? — ele repete, põe o copo de café na mesa e da um passo na minha direção. Ouço um latido e não preciso olhar pra saber que é Rex, o pastor alemão que é o anima de Suga. Ele é o motivo pelo qual eu venho aqui de manhã. Sempre venho buscar ele.

— Isso, veja — me interrompo. Qualquer coisa que eu disser pode inflar a raiva de Suga. — Pense com cuidado sobre a situação.

— Ah, eu tive muito tempo pra pensar enquanto almoçava ontem, sozinho — ele frisa a palavra. Mais um passo.

— Suga, mantenha a calma Suga. Lembre-se que.... — mas já é tarde demais e ele parte pra cima de mim. Começo a dar voltas pela mesa da sala dele. Ele corre atrás de mim. Damos voltas e mais voltas ao redor da mesa.

Ele me acusa de coisas que eu acho melhor não relatar aqui.

Vejo minha salvação. Alguém entra na sala. Não penso direito e apenas corro até a pessoa e me escondo atrás dela, usando-a de escudo. Mas então reparo nas costas da pessoa. Da manga curta da farda policial que eu estou segurando.

E então estou rindo de desespero, o que sou piora quando:

— Bom dia, Hinata — diz Daichi. Ele sorri gentil, mas eu não caio nessa. — O que está acontecendo aqui?

— Seu namorado quer me matar — me defendo.

— Eu não quero matar você, apenas quero te ensinar uma lição — ele avança pra me pegar, mas eu me esquivo, ainda segurando Daichi entre nós. Regra número um em batalha, nunca largue seu escudo.

— Uma lição que vai me deixar a sete palmos na terra, eu dispenso. Faz muito tempo desde que deixei a escola e a faculdade.

— Não seja tão dramático — ele tenta me atacar de novo e quase consegue.

Tomo uma decisão drástica.

— Daichi — regra número dois, ataque. — Controle seu namorado, ou ele vai me matar e você vai ter que colocar algemas nele. E não vai ser entre quatro paredes.

Kitsunes (MiyaHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora