Capítulo 10

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H I N A T A • S H O Y O

Uma vez, li em algum lugar que pessoas extrovertidas não são aquelas que são animadas e amigáveis com todo mundo, mas sim as pessoas que se regarregam nos outros. Que ao estar triste, busca alegria no próximo. E carinho e conforto. É deixar uma alma que não a sua própria ser um bálsamo.

Nesse momento, eu era a pessoa mais extrovertida do mundo.

Não tenho vergonha de me deixar ser confortado pelo carinho de Atsumu. Nem de deixar Osamu se apoiar em meu ombro. Não tenho vergonha de os usar para ficar bem. Eles acalmam o pânico que estava crescendo dentro de mim. De uma forma que nenhum método recomendado por psicólogos poderia fazer.

Mas infelizmente não podemos ficar nisso pra sempre.

— Nós temos que levar os gatinhos em um veterinário — sou eu que quebro o silêncio.

— Hoje é domingo, e já é tarde — diz Atsumu. Ele está certo, provavelmente não vai ter nenhum aberto. Ou então..... Já sei!

— Nada que um aumento de salário não resolva — exclamo animado.

— Como assim? — pergunta Osamu, virando o rosto para me olhar. Porra, que adorável. Num impulso, beijo sua testa. Estou vermelho e ele também, não preciso olhar pra saber que Atsumu também deve estar; mas não pelo mesmo motivo que a gente.

— Temos um veterinário na creche, ele é um..... — caralho, Ushijima e eu não éramos muito próximos. Apenas transavamos e quando rolava conversa era sobre nossos amigos e família. — Um amigo.

Tenho que me lembrar que sou um homem adulto perfeitamente responsável sobre as minhas ações, e também não é como se os gêmeos fossem perceber o relacionamento que Ushijima e eu tínhamos só de nos ver lado a lado. Nada pra se preocupar.

Pego meu celular do bolso, Osamu levanta de meu ombro pra facilitar as coisas pra mim. Observo ele colocar o gatinho ruivo com os outros e então.... Mas que porra aconteceu com meu celular?

— Já estava assim antes? — pergunta Atsumu, encarando a tela destroçada do meu celular.

— Deve ter acontecido quando você se jogou no chão — pondera Osamu. — Está ligando?

— Sim — solto um suspiro de alívio, nunca que eu ia lembrar o número do Ushijima de cor. — E da pra mexer.

— Vai custar um rim pra concertar — Atsumu faz uma cara de desagrado, como quem relembra algo ruim. — Digo por experiência própria.

— Ele deixou o dele cair por dez andares — confidencia Osamu, sem fazer um esforço para ser discreto.

— Eu levei um susto, não pode me culpar.

— Concertar? — melhor interromper antes que comecem a discutir pra valer.

— É.... — concordam.

— Eu apenas vou comprar um novo.

Sou formado em ser dono de Arroz e Spike. Meu diploma já tem mais de dez anos. Aqui é profissa.

— Achei — disco o número de Ushi. Chama algumas vezes, minha ansiedade crescendo junto ao barulho chato de chamada. — Ushijima!

— Tampinha? — ué, esse é....

— Oikawa? — estou chocado.

— Eu mesmo.

— O que você... Ah, esquece. Cadê o Ushijima?

Kitsunes (MiyaHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora