Nós sempre dividimos tudo, Tsumu e eu. Desde o útero de nossa mãe até o quarto e brinquedos. Ele invade meu quarda roupa e usa minhas camisas.
"Samu e eu dividimos tudo, o sobrenome, o rosto e os talentos. Ele cozinha maravilhosamente bem enquanto...
Olá, a imagem é a planta da casa do Hinata. Eu fiz pra me poupar trabalho e pra vocês entenderem melhor.
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1 — Engawa 2 — Genkan 3 — Hall de entrada 4 — A cerejeira 5 — Tokonoma formal 6 — Tokonoma pros amigos 7 — Sala de lazer 8 — Banheiros para convidados 9 — Despensa 10 — Cozinha 11 — Sala de jantar 12 — Quartos de hospede 13 — Biblioteca 14 — Sala de relaxamento particular 15 — Piscina 16 — Quarto do Hinata 17 — Banheiro particular 18 — Ofurô As partes laranjas são as shōji.
Tenham uma boa leitura.
•••••••••••••••••••••••••••••• 2 1 • J U N H O • 2 0 2 5 •••••••••••••••••••••••••••••• H I N A T A • S H Ō Y Ō
É como observar a merda sendo jogada no ventilador.
Eu não sei o que desencadeou a briga, mas Arroz mordeu na cauda de Spike e Spike mordeu na cauda de Arroz e os dois estão rolando por ai e grunhindo. Já perdi a conta de quantas vezes eu vi essa mesma cena. Não me preocupo em separar eles, sabem se resolver sozinhos.
Ainda nem levantei da cama, e tenho menos vontade de levantar quando vejo o borrão laranja e cinza sair do quarto. Ainda bem que decidi deixar os shōji[1] abertos noite passada. Eles estariam quebrados agora.
Nem termino meu pensamento e já ouço o som de cacos de porcelana se estilhaçando no chão do meu corredor. Não quero me levantar, não quero ter que limpar e, principalmente, não quero ver os olhares de culpa que os dois vão me lançar.
Eu os conheço bem demais. Spike vai me olhar com as orelhas para trás e o rabo entre as pernas, exatamente como um cachorro faria. Foi essa a razão pela qual lhe dei esse nome. Um nome genérico de cachorro, mesmo que ele fosse uma raposa.
Enquanto Arroz vai desviar o olhar e me evitar pelo resto do dia, isso até o momento em que eu ir pra cozinha e ele aparecer, querendo beliscar. Seu nome veio do seu prato favorito, qualquer coisa com arroz.
Droga, eu tenho mesmo que levantar. Gemendo em frustração, afasto as cobertas e praticamente rolo para fora do futon[2]. Quando piso fora do quarto, vejo logo a bagunça.
Tem vários cacos, do que antes era um belo vaso de porcelana, espalhados pelo piso de madeira escura. E as duas raposas estão olhando amedrontadas para o estrago que causaram.
— Então.... — eu digo. — Esse é o presente de aniversário que vocês vão me dar esse ano?
Eu quase desisto da bronca quando os dois me olham. Quase.
— Qual foi o motivo da briga? — eles se olham, como se dissessem "você que começou". Estão se olhando tão feio que acho que vão voltar a se morder. É aqui que eu desisto da bronca. Não é como se fosse fazer diferença mesmo. — Que seja, vamos limpar essa bagunça.
