Capítulo 12

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H I N A T A • S H O Y O

Esqueçam o que eu disse ontem sobre não ser um covarde, na primeira oportunidade em que eu estiver em um lugar alto eu pulo.

Eu estou exasto, em todos os sentidos. Meu corpo finalmente está sentindo os efeitos do meu ato de heroísmo de ontem. Eu estou coberto de hematomas. Passei tanta pomada neles que é como se fosse uma segunda pele. Trocar a faixa do corte foi o mais chato. Eu estou fudido e infelizmente não é no sentido literal.

Mas vamos por partes, primeiro que quando eu cheguei em casa, ontem, já era tarde. Então eu tive que fazer a canja de galinha pra ter certeza de que nem eu nem as raposas vamos ficar gripados.

Enquanto a canja cozinhava eu alimentei os gatinhos, que provaram estar perfeitamente saudáveis. Me surpreende minha calça não estar rasgada de tanto que eles escalaram ela. E eu ainda bati o dedo mindinho umas cinquenta vezes tentando não pisar ou chutar um dos filhotes.

Minha salvação foram as raposas carregando eles pra algum cômodo da casa. Com uma exceção. A gatinha ruiva. Ela se recusou a sair do meu lado. Eu dava um passo pro lado e ela me seguia, eu ia pra trás e ela me seguia.

Oh céus, virei mãe.

Tá, mas isso não é importante agora. Eu nem lembro que horas eu fui dormir. Na real, depois de ajeitar um lugar pros gatos dormirem e comer, eu desmaiei. Nem a coberta eu tinha pegado. Mas as raposas me cobriram pois eu acordei coberto. Elas cuidam de mim quando eu esqueço.

Vai, pode falar, você queria os meus bebês não é? Inferno, eu estou enlouquecendo, falando sozinho. Na minha cabeça. Bola pra frente, é o açúcar e a adrenalina fazendo efeito.

Eu acordei atrasado já que meu celular já era. Mais uma tarefa urgente, comprar um novo. Kenma ainda não tinha chegado, o que eu estranhei. Meu café da manhã foi o resto da canja, e uma dica crianças: sopa não mata fome. É por isso que eu me entupi das frutas restantes que o Kags me deu de aniversário.

Ah voltando, eu tive que ir na casa do Kenma buscar ele. Ainda bem que ele é meu vizinho. Tive que fazer uma puta manobra pra despistar a mãe dele (ela me adora e me queria como genro). E quando eu finalmente o encontro, descubro que ele passou o final de semana inteiro jogando. Ele tava só o pó.

Eu tive dó e dei o dia de folga pra ele, já que ele faz questão de trabalhar no sábado sendo que a carga horária dele não tem sábado. Meus pensamentos estão uma loucura. Acho que não estou mais fazendo sentido.

E depois que eu saí da casa do Kenma e comecei a ir pra creche eu tive que voltar pra casa. E sabe por quê? Eu tinha esquecido os gatinhos. Perdi quase uma hora caçando eles pela casa.

Ah, e lembram da gatinha ruiva? Ela grudou em mim. Literalmente. Não sei como, mas ela se enfiou dentro do bolso da minha calça e tá dormindo ali. Gatos são líquidos.

E tem mais. Quando eu chego no trabalho, estaciono tudo bonitinho..... Eu me lembro que hoje é o dia da visita guiada dos alunos do Suga. Ou seja, vou explicar e guiar um bando de pirralhos pelo meu trabalho. E eu nem decidi o que falar nem quais animas mostrar.

E porra, eu só quero acertar um murro na cara do Kuroo por ter me metido nessa. Gato preto maldito. Só ele, okay? Eu amo gatinhos pretos e de todas as cores. Eu amo gatinhos.

Eu não estou fazendo sentido. É a falta de sono.

Em resumo, eu estou igual aquele meme:

Eu estou sobrevivendo com duas horas de sono, pensamentos suicidas, uma latinha de guaraná e estou pronto pra lutar contra Deus... Ou me tornar ele.

Kitsunes (MiyaHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora