Capítulo 11

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H I N A T A • S H O Y O

Quando penso em todas as coisas que fiz, todas as minhas escolhas, não consigo me arrepender de nenhuma forma. É graças a jornada pela que passei que sou a pessoa que sou agora, e eu gosto de como sou. Quebrado em alguns pontos, cicatrizado em outros, e forjado onde mais importa.

— Eu posso ser brutalmente honesto com vocês? — pergunto.

— Por favor — eles respondem.

— Sim — admito. — Eu transava com Kenma.

Quebro um biscoito e ofereço a Spike. Arroz vira a cara quando ofereço a ele. Raposinha exigente.

— Eu conheci Kenma há três anos — começo. — Ele tinha dezessete e eu vinte e três. Eu acho, não sou bom de matemática.

Os dois olham pra mim bem lentamente, fazendo uma cara engraçada.

— Nós nos tornamos amigos e ficamos bem assim. Só nos envolvemos sexualmente depois que ele completou dezoito, e permanecemos nisso por dois anos.

— O que levou vocês a terminarem essa amizade colorida? — pergunta Atsumu.

— Vocês dois — eu respondo na lata. Dessa vez é Osamu quem se engasga com o biscoito e eu que bato em suas costas. — Estávamos juntos até algumas horas antes de eu conhecer vocês.

Osamu está tossindo um pouco, baixinho. Atsumu solta um longo suspiro. O que será que se passa pela mente dos dois?

— Ushijima e eu nos aproximamos por causa do trabalho. Ele me chamou a atenção e vice e versa, nossos encontros ou eram puramente físicos ou para reclamar de assuntos em comum. Um sempre levava ao outro. Nossa última vez foi alguns dias antes de conhecer vocês, na mesma semana.

— Eu acho que não preciso de tantos detalhes — diz Osamu.

— Eu disse que seria brutalmente honesto.

— Há mais alguém que nós conhecemos com quem você....ficou? — que bonitinho, parece que Atsumu não consegue dizer "transa" e derivados.

— Acho que Akaashi contou que dei em cima dele né? — eles acenam com a cabeça. — Também já fiz com Kageyama. Uma vez — acrescento quando a cabeça deles se viram pra mim tão rápidos quanto um chicote. — Éramos jovens. Também já fiquei com Yachi, nos tempos de faculdade, e com Aone. Nos conhecemos em um bar, transamos e um tempo depois chamei ele pra trabalhar pra mim.

— Eu estou chocado, não achei que você fosse.... — parecem faltar palavras a Atsumu.

— Do tipo que abre as pernas facilmente? — há um tom amargo em minha voz.

— Não! — Osamu responde, meio desesperado. — Ele não ia dizer isso.

— Não mesmo. É só que.... Ai, eu não sou bom com palavras.

— Nós percebemos que você gosta de provocar — diz Osamu. Que bom que eles notaram, eu não fiz nada pra esconder mesmo. — Mas ainda é surpreendente saber do seu....histórico.

— Isso ainda não é nada. Eu comecei quando tinha treze — os dois me encaram com os olhos arregalados, expressões de pânico idênticas. — Estou falando de primeiro beijo — eles suspiram aliviados. — Mas minha primeira vez foi aos catorze.

— Shoyo! — exclamam juntos.

— Eu sempre tive uma vida sexual ativa, desde o momento em que descobri para que servia o pênis além de mijar — sinto vontade de rir dos dois, estão fazendo caras e bocas hilárias.

Kitsunes (MiyaHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora