Capítulo 13

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H I N A T A • S H O Y O

Eu não sei dizer o que me acordou. Mas tenho alguns palpites. Pode ter sido o som da máquina médica que eu não sei o nome, mas sei que ela mostra meus batimentos cardíacos. Pode ter sido as conversas e passos no corredor. Ou pode ter sido um miado fofo, patinhas no meu peito e lambidas no meu rosto.

Há laranja na minha visão quando abro os olhos. E um fucinho rosa adorável. Um par de olhos azuis e bigodes que fazem cócegas.

— Oii — sussurro e recebo uma lambida. Em seguida a gatinha se afasta e se senta sobre meu peito. — Quando você chegou aqui?

— Ela estava em seu bolso — responde uma voz. É uma mulher, e parece ser a enfermeira. — Como se sente senhor Hinata?

— Estou bem, meio entorpecido. — Estou morrendo de sono. — Que horas são?

— O senhor não dormiu por muito tempo, são seis e vinte da tarde.

— Entendi. Estou com sede. — Ela prontamente pega uma jarra na bancada e enche um copo, em seguida me ajuda a sentar. — Obrigado.

— Disponha. Eu u chamar o médico que vai lhe explicar sua situação. Ah, e o senhor tem visitas o aguardando, vou pedir que entrem.

— Sim.

Bebo minha água com calma, pensando. A boa notícia é que eu ainda estou vivo. E não sei se tenho uma má notícia. Não sinto dor na minha coxa, perna e pé, deve ser efeito dos remédios. Posso sentir que estou enfaixado, o que já é bom, se fosse gesso iria significar que ou eu quebrei o osso ou ele foi esmagado. Ah, e estou recebendo sangue na veia. Deve ter sido a falta dele que me fez desmaiar.

— Mas você estava no meu bolso? — Pergunto a gatinha. — Tenho certeza de que tinha deixado você com Spike..... Você estava no meu bolso o tempo inteiro?

Ela mia, como se dissesse "sim". Bem, ela não parece ferida, então não devia estar no bolso esquerdo. Faço carinho atrás de sua orelha e traço o contorno da ponta. Adorável.

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M I Y A • O S A M U

Eu nunca quis o mal de outras pessoas. Não achava uma boa idéia desejar coisas ruins pra alguém. Ao contrário de Atsumu, sempre que tinha oportunidade ele lançava um: "tomara que você bata o dedinho na quina". É a principal maldição que ele usa.

No entanto, estou quase fazendo uso dela. Todos os médicos, enfermeiras e sei lá mais quem trabalha nesse hospital negaram nossa visita a Shoyo. Isso me enfurece. Ainda mais que nem deixaram um de nós o acompanhar na ambulância.

"Duas almas gêmeas? Até parece", foi o que disseram.

É por isso que dividir nunca daria certo.

Além de mim e de meu gêmeo, Kageyama e Akaashi também vieram. O primeiro ficou sabendo o que aconteceu quando foi buscar o anima na creche, então pegou o carro de Shoyo e veio pra cá. Ele chegou não tem vinte minutos. Enquanto Akaashi já estava conosco e estava preocupado com o amigo. É incrível o quão próximos eles já são.

Arroz se enrolou no irmão, ambos alertas e tensos. Sho está cochilando nas costas de Spike. Boo está quieto no colo de Akaashi e não tenho idéia de onde está anima de Kageyama.

Cada segundo em que não temos notícia de Shoyo só serve para aumentar minha ansiedade e medo. Lembrar do estado dele quando partiu me quebra. Desmaiado e com a perna completamente ensanguentada. Ninguém merece ver sua alma gêmea em tal estado.

Kitsunes (MiyaHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora