A filha do Presidente

Twenty

POV GIZELLY BICALHO

Infelizmente o final de semana chegou ao fim, confesso que passar o domingo com a Rafaella me deixou bem balançada, eu poderia facilmente ter um relacionamento com ela agora que ela se divorciou, porém agora tem a Ivy, apesar de estarmos brigando demais eu ainda tenho uma vida com ela.

Acabei dormindo conversando com a Rafaella por ligação de vídeo, eu até queria ter ficado com ela no apartamento dela, porém ela não deixou, estava com medo do meu pai desconfiar de algo.

Acordei antes das seis da manhã na segunda, eu precisava pegar estrada, voltar pra Ivy, voltar pra vida que agora eu levava.
Dirigi bem desanimada, minha vontade era ter ficado na casa dos meus pais, na cidade da Rafaella, nos braços da segurança mais linda do mundo, da minha protetora.

Passei direto pra Universidade, ainda dava tempo de assistir as últimas aulas.
Assim que terminou fiquei esperando a Ivy no corredor, eu já havia avisado ela que esperaria por ela pra gente ir pra casa.
Olhando a morena se aproximar pude perceber que ela não fazia meu coração disparar como a Rafaella fazia, suspirei pesado, eu precisava dar um jeito de conversar com a Ivy, eu não podia viver enganando a mulher, meu corpo, minha boca, meu coração ansiava apenas por uma pessoa e não era Ivy.

Chegamos em casa e nem se quer um beijo eu havia ganhado da minha namorada, não que eu desejasse muito, mais poxa somos um casal, casais se beijam quando se encontram.

Ela acabou me contando que foi em uma festa com as amigas, como assim ela me conta só agora? Existe telefone pra que mesmo?
Aproveitei a deixa e chamei ela pra conversar sobre a gente

- A gente não funciona bem juntas aqui nessa cidade Ivy, faz um tempinho que não tá dando mais certo

- Isso porque você não aceita minhas amigas Gizelly

- Nada haver, olha o tanto que você mudou comigo, nem carinho mais não tem. O melhor é a gente terminar, antes que magoamos uma a outra

- Se é isso que você quer eu só peço alguns meses pra mudar daqui, vou procurar por um serviço

- Ivy, você pode ficar aqui, vou conversar com meus pais, tenho certeza que eles vão continuar pagando o aluguel. Eu vou só fechar esse semestre e vou voltar pra onde eu realmente quero estar, vou terminar meus estudos perto da minha família

Seu semblante era triste, mais no momento era o melhor a ser feito, peguei em sua mão onde deixei um beijo

- Eu vou te ajudar no que for preciso, sei que um futuro brilhante espera por você

Uma lágrima escorreu pelo seu rosto, ela se levantou e foi até o quarto, alguns minutos depois ela saiu de lá com algumas sacolas e foi até o quarto do lado, o bom é que ela não fez barraco, aceitou muito de boa, Ivy é uma pessoa bacana, mesmo não tendo mais nada com ela eu ainda quero sua amizade.

(Setembro 2022)

POV GIZELLY BICALHO

Mês que vem eu voltaria pra casa dos meus pais, estava ansiosa pra acabar logo o semestre na faculdade.
Nesses meses eu e a Ivy acabamos nos dando muito bem, ela estava de rolo com uma das meninas que até então eu pensei que era só amiga dela, se bobear ela já estava com essa garota enquanto estava comigo, mais nem procurei saber, a verdade era que eu não me importava, meu negócio é com a Rafaella, engatamos um tipo de relacionamento a distância, escondido dos meus pais, eu queria contar, porém somente na hora certa, quando eu ja estivesse de volta.

Eu estava preparando o café quando ouvi vozes vindo do quarto da Ivy, com certeza a mulher havia dormido aqui, estranhei o fato, pois nesses meses a Ivy não tinha trago a namoradinha ainda pra cá

Algum tempo depois as duas apareceu na cozinha

- Gi ontem ficou tarde e preferi que Gabi dormisse aqui, algum problema?

- Claro que não, podem ficar a vontade (Sorri levantando da cadeira pois já tinha terminado de tomar meu café)

Realmente não me incomodava, zero ciúmes, acho até bom ela ter alguém pra passar os dias, já que em breve eu deixaria esse apartamento.

Tomei um banho e me arrumei pra ir pra faculdade, antes de sair perguntei se as duas queriam carona, porém a Gabi agradeceu e disse que estava de carro.

Como eu fazia todos os dias liguei pra Rafaella no caminho da Universidade

- Bom dia meu amor (Eu disse assim que ela atendeu a ligação)

- Bom dia benzinho, sonhei com você essa noite Bicalho, puta que pariu, eu tô com muitaaaaa saudade

- Mês que vem tá aí meu amor, vamos matar essa saudade que também está me sufocando. Sonhou o que em?

- Não imagina? (Ela riu)

- Lá vem você com safadeza né Rafaella

- Uai bem, eu sonhei, foi tão bom (Ela suspirou) que vontade de você Gizelly, estou ficando louca

- Acalma esse seu tesão aí dona Rafaella, sabe que vai se aliviar é comigo né

- É óbvio, tô quase pedindo folga pro seu pai e indo aí te ver, te amar

- Sabe que eu ia adorar né? Se eu fosse você vinha hoje mesmo (Eu disse parando o carro no estacionamento da faculdade)

- Não brinca assim comigo Gizelly, olha que vou mesmo

- Tô te esperando Kalimann.
Amor cheguei aqui, mais tarde te ligo, beijos

- Seu pai precisa de mim agora cedo, vou me arrumar pra ir trabalhar. Boa aula pequena, se cuida, beijos

No intervalo comprei um salgado e sentei na cantina pra lanchar, um noticiário que passava na televisão que estava ali chamou a atenção de todos os alunos, ao ver a legenda da notícia eu fiquei sem reação.

"URGENTE, ACABARAM DE TENTAR MATAR O PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS"

Minhas pernas bambiaram, se eu já não estivesse sentada com certeza eu cairia no chão, senti mãos pelo meu ombro, era a Ivy dizendo algo, porém só prestei atenção no que a jornalista falava

*O que se sabe até o momento é que o senhor Jorge Bicalho está bem, ele não  foi atingido por nenhuma bala*

Respirei fundo agradecendo a Deus

*Mais dois dos seus seguranças foram baleados, morreram no local, já um terceiro segurança levou um tiro e foi encaminhado pro hospital*

Meu coração apertou, Rafaella me disse mais cedo que ia acompanhar meu pai hoje, ele sempre anda com apenas três seguranças, se dois estavam mortos e um baleado, a Rafaella era um dos três, senti meu corpo amolecer, e depois não vi mais nada.

Acordei em uma cama de hospital, olhei pro lado e vi a Ivy, sou feição era de preocupação, lembrei da notícia de mais cedo e dei um pulo da cama

- A Rafaella, eu preciso ir embora (Eu disse procurando meu celular no bolso)

- Gi calma (Ivy me segurou) Seu pai já ligou, ele está bem

- Calma? O amor da minha vida pode está morta, ou baleada em um hospital, eu preciso sair daqui agora Ivy (Eu disse alterada colocando algumas lágrimas pra fora)

Um enfermeiro entrou no local tentando me acalmar, o que foi em vão, tentei me soltar da Ivy, mais não consegui, senti uma picada no braço e fui ficando mais calma, Ivy me sentou na cama e devagarinho fui deitando novamente, senti a mão da Ivy alisando meus cabelos

- Então sempre foi a Rafaella né? (Ela sorriu) No fundo eu sabia, vocês duas são um calsazão da porra

Eu estava quase fechando os olhos novamente, eu não queria, mais parece que eles  teimavam em fechar, maldito calmante que aplicaram em mim...