10. Jogos do solstício: O arco e a Flecha.

407 57 44
                                    

O dia seguinte decorrerá bem durante a manhã e com todos os preparativos dos jogos prontos, o primeiro dia dos jogos de solstício começariam oficialmente hoje. Nada incomodava Renjun nesse dia incrível que estava se passando. Estava levando um certo de roupas sujas para lavar no lago cristalino e quente não tão longe de sua cabana. Não havia perigo algum em ir lá durante a luz do dia, visto que era pelos portões de tras da Alcatéia, dos quais praticamente ninguém usava.

Deixou a cesta em uma pedra próxima as margens do lago, suspirando. Para um ômega, aquela cesta era pesada, mesmo que apenas com roupas. Havia avisado Jeno do que faria, lhe deixando calmo, dizendo para que não se preocupasse que o ômega voltaria bem e intacto. O almoço estava sendo feito por Hyeongjun que mais tarde iria para a casa Serim ficar lá até o fim do solstício para que não corresse riscos de uma descoberta de sua gravidez.

Observando as águas quentinhas que emanavam vapor. Não tinha ninguém próximo e mesmo que o frio fosse cortante, entrar ali não faria mal algum. Aos poucos tirou suas roupas, as deixando próximas das que estavam na cesta. Com um pulo experiente, deu um mergulho. Ao se erguer respirou fundo o ar gélido que lhe tocava o rosto. Precisava relaxar, com tanta coisa acontecendo em sua vida, ele se sentia pressionado a manter uma pose social e mental da qual ele não carregava e não estava bem para tal. Em sua mente, somente Jeno lhe rodeava, nublando completamente todo o resto. Jeno era seu Alfa, o homem da qual seu lobo desejava. Mas e ele? Será que ele desejava e amava tanto quanto seu ômega agitado lhe fazia acreditar?

—Por que não me deixa sentir por eu mesmo? Eu quero tomar o controle da minha vida. – sussurrou falando só, mais precisamente com seu lobo, do qual pode sentir agitado por dentro. Era como uma conversa interna da qual Renjun tentava compreender. —Ele traiu você. Traiu a nós dois. Por que insistir nisso?

O antes agito agora tornou-se um choro baixinho. Seu lobo sabia que havia sido traído por um outro que lhe devia fidelidade. E ele sentiu, talvez mais que o Huang. Passou as mãos pelos cabelos molhados, curtos. Queria poder ser alguém que tivesse a pureza tirada por alguém que amasse de todo o coração, alguém que o desejasse mais do que por ser um pedaço de carne do qual queriam enfiar algo. Queria poder trair com todo o sangue frio que Jeno teve. Mas ele não conseguia. Sentiu uma movimentação dentro da água, mas não deu muita atenção, perdido nos pensamentos.

—Um ômega pensativo se torna presa fácil. – uma voz desconhecida citou, fazendo o ômega virar rapidamente. Um rapaz de cabelos castanhos claros o observava, um tanto próximo. Dentro do lago ele estava molhado também e então o menor o reconheceu. Tratou de se afastar devidamente usando uma camisa para cobrir parte da nudez a colocando em frente ao corpo. Sua coloração avermelhada da face divertia o Alfa.

—O-o que faz aqui? Não é adequado que um ômega comprometido fique nu na frente de um Alfa solteiro assim. – O castanho sorriu, se aproximando alguns centímetros, notando o ômega se afastar, segurando aquela camisa na frente do corpo.

—Me desculpe, é que você estava tão concentrado que eu não quis te assustar. Mas se é comprometido, por que se incomodar com essa nudez? Afinal, eu não vim a este mundo de roupa. E imagino que você também não. – Renjun tentou ficar calmo para que sua preocupação não afetasse Jeno, que com certeza viria o procurar e arrumaria confusão. —Me perdoe minha indelicadeza. Me chamo Na Jaemin, da Alcatéia Sul. E você, como chama-se, belo ômega?

Estendeu a mão, como se fosse esperar que Renjun a segurasse. E como o ômega em gesto simples de educação, a segurou, fazendo um cumprimento.

—E-eu sou Huang Renjun. Lee, na verdade. – O Alfa se mostrou interessado, vendo Renjun começar a vestir-se mesmo embaixo d'água. Porém, uma coisa tomou sua atenção. Mergulhou por alguns instantes, de olhos abertos, enquanto o ômega dava um gritinho e cobria sua partes. Ao emergir, olhou confuso para o ômega.

Uma rosa pelo AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora