Uma rosa pelo Alfa

14. O Doce Sabor De Um Beta.

—Isso deve ser emociante. Você sabe, caçar. – comentou Taeyong. —Claro que não existe uma "regra" que impeça os ômegas de caçar, mas isso é quase que uma regra. As vezes parece que é como uma obrigação silenciosa dos ômegas, entende?

—Entendo sim, ruivinho. Mas é melhor assim. Vocês podem acabar se machucando ou coisa pior. Veja bem, não estou dizendo que ômegas são frágeis ou inválidos, apenas que somos preocupados com a segurança.

Taeyong e Doyoung estavam juntos desde o término do almoço mais cedo. O Alfa levou o de cabelos vermelhos para comer um doce em um bar especialmente para casais românticos e famílias. Um lugar bem frequentado, diga-se de passagem. Agora estavam de mãos dadas e juntinhos, caminhando pela alcateia juntos em um passeio de parte do cortejo.

—Isso é loucura, sabia? – suspirou e negou com a cabeça. —Enfim, eu acabo de lembrar que ia perguntar a você... Vai participar da caçada? Se for, já aviso, não é necessário.

Os jogos do solstício haviam sido adiados temporariamente por Jeno, que afirmou haver algumas complicações e ele seriam feitos uma outra hora. Alguns membros de alcateias que vieram para os jogos ainda estavam por lá, já que o tempo de solstício ainda não havia se acabado. Então, para encobrir os motivos do adiamento dos jogos, o Líder resolveu que o melhor a se fazer era mandar que começassem a se preparar para  "A Caçada".

A Caçada também se tratava de um evento que acontecia com uma vez por ano nas alcateias. Na caçada, jovens Alfas (e betas) poderiam mostrar aos seus ômegas e suas famílias que eles eram capazes de proteger os seus parceiros e lhes trazer alimento suficiente para o inverno, mesmo que nesse momento não fosse o adequado, já que o inverno estava em seu meio.

Doyoung riu-se, negando com a cabeça. A preocupação de Taeyong consigo era demasiada fofa, visto que ele sempre a demonstrava, mesmo quando sequer notava e o Alfa achava aquilo extremamente fofo.

—Por que tanta preocupação, Tae? Eu sou um Alfa, mesmo que as vezes não me pareça com um. –ouviu a risada soprada do Lee, sabendo que ele estava envergonhado.  —Acho admirável, se quer saber.

Sorriu de lado, não precisando olhar para saber que o menor estava corado e com certeza desviando o olhar para algum outro ponto. Doyoung estava se acostumando aos poucos com o ômega junto de si e descobrindo todos os seus jeitinhos e manias apaixonantes.

—Doyoung... – chamou baixo.

—Estou ouvindo. – respondeu o Alfa. Taeyong pareceu relutante, até que finalmente abriu os lábios, usando uma voz apreensiva.

—Me leva para a sua casa de novo? – seu tom de voz estava receoso e o menor emanava nervosismo. O Alfa sorriu minimamente, achando graça.

—Se você quiser, eu posso te levar. O que faremos lá, ômega? – questionou baixinho, sabendo que o rapaz iria se envergonhar. —O meu quarto você já conhece bem.

Recebeu um tapinha no braço, rindo de sua reação. Ele resmungo algum xingamento ao Alfa. Parou por alguns instante junto dele, escondendo o rosto em seu peitoral. Huang lhe acariciou os cabelos por um tempo, sentindo a maciez dos fios. O quase casal já estava se soltando mais um com o outro, o que dava espaço para essas brincadeiras entre ambos que jamais seria feita no início de quando se conheceram. O maior segredo de ambos eram suas escapadas para a casa do Alfa, que lhe proporcionava momentos de prazer muito bons, mesmo que sua honra de ser um ômega virgem ainda estivesse intacta.

—Idiota... – falou baixinho, com a voz abafada na roupa do maior. Doyoung o pegou pela cintura e ergueu do chão com facilidade. Afinal o ômega era leve e ele um Alfa forte. Sorriu ao ouvir um gritinho assustado do de cabelos vermelhos.