Meu Futuro está em Marte

Capítulo 24 - Cavalheiro Branco.

~Benjamin.

Fazia dois dias e uma noite que Annabeth tinha deixado à base. Tirando eu, David, Christian e Jessy, todos pareciam agir normalmente, como se o que aconteceu fosse à coisa mais normal do mundo. Agora estávamos reunidos na sala de reunião e Matias começava a falar:

– Assim que a senhorita Villin enviar a mensagem pelo robô confirmando que o rei aceitou o acordo, podemos avisar a base sobre o sucesso da missão e voltar para a terra.

– Sucesso? Isso é serio? Deixar uma parceira de equipe para trás se sacrificando por todos é "sucesso na missão" para vocês? Estão loucos se acham que vou voltar para a terra e deixar a Annabeth naquele lugar – Minha vontade era sair dali correndo para fora da base e ir procurar por ela, porque a cada minuto ela poderia estar correndo mais perigo. Só não fiz ainda porque David me pedia paciência.

– O que sugere que façamos Senhor Foster? O alien confirmou que ela é a princesa perdida, ou seja, não é humana, não tem nada que você ou qualquer um possa fazer.

– Humana ou não ela é nossa parceira e se não fosse por ela vocês nunca teriam conseguido qualquer informação. Para uma equipe treinada pela NASA é decepcionante – Todos se calam e o silêncio reina.

– Se não fosse por ela nada disso teria começa...

– Não ouse terminar a sua frase. Você não tem o direito de jogar a culpa nela até saber se isso é mesmo a verdade – Solto meu pulso das mãos de David e vou em direção à porta – Agora se vocês me dão licença, eu vou tentar fazer alguma coisa que seja relevante por aqui.

Bato a porta com força atrás de mim. Odiava agir daquele jeito, como um garoto mimado, mas eu não conseguia me controlar, a raiva crescia dentro de mim. Vou para minha cabine e sento em minha cama com as mãos cobrindo meu rosto, ficando sozinho com o silêncio e meus milhares de pensamentos e dores de cabeça.

– Eu não desisti de você princesa. Nunca vou desistir de te encontrar – Dizia em voz alta, tentando convencer a mim mesmo que ela estaria ouvindo – Me dê um sinal que está bem, qualquer um, por favor...

"Cavalheiro Branco" Assusto quando escuto a voz feminina.

– Quem está ai? É você Anna?

"Não sou a sua amada, mas é quase isso. Sua princesa corre sérios perigos, se quem me prendeu aqui encontra-la, poderá ser seu fim. Venha ao meu encontro, me solte e todos estarão a salvo". A voz vinha da minha cabeça, eu já tinha a ouvido antes.

– M-Mas... Quem é você? Como vou encontra-la?

"Eu já te mostrei o caminho cavalheiro, agora siga seu coração. Meu tempo está acabando, não tenho forças para vim conversar com você de novo. A vida de todos está em suas mãos..."

Minha vista escurece e me vejo de novo naquele corredor escuro cheio de portas trancadas. Meu corpo corre até a porta mais distante, a do fim do corredor cheia de cadeados e mais uma vez, antes que eu consiga abrir, a visão acaba e eu volto para a cabine.

– Não, não, não... Isso não é suficiente! Volte aqui, eu preciso de mais detalhes, eu não consigo sozinho – A única coisa que eu escuto é uma voz fraca falando "siga seu coração" e tudo fica em silêncio de novo. Mais perguntas surgiam em minha cabeça, o medo tomava conta do meu coração, mas quando eu fechava os olhos e via o rosto de Annabeth naquela manhã em cima de seu telhado, quando lhe fiz aquela promessa, a vontade de encontra-la grita mais alto – Estou a caminho.

***

~Annabeth

– I-Isso é impossível! Você está pre... Morta! Eu vi com meus próprios olhos a nave que você estava explodindo – Elion estava nervoso, havia mentira em cada palavra que saia de sua boca e o único que parecia não notar era o rei, completamente cego pela a amizade de seu braço direito e primo de segundo grau.

– Você tem certeza disso Elion? Não têm nada que queira confessar ao seu amado rei? – Rosna Mayen, ainda me escondendo com seu corpo. Odiava ficar na posição de bichinho assustado, mas não queria me meter em briga de alien.

– O que está querendo dizer Mayen? – Pergunta o Rei Esparta, agora com uma expressão tensa. Ele olhava de Elion para Mayen e depois para mim, que desviava o olhar.

– É M-a-y-e-n... O que está tentando insinuar? Por acaso está me chamando de mentiroso? – Vejo a tensão tomando conta de cada metro quadrado daquela sala. Aperto o braço de Mayen e sussurro "ainda não". Não era a hora certa para contar tudo ao rei, dava para perceber que ele ainda não acreditava que eu era a sua filha ( O que eu também não acreditava) e que acusar seu braço direito de traição sem prova alguma não era um bom plano.

– Quem está falando isso é o senhor, nenhuma dessas palavras saiu de minha boca – Ele fala e depois se vira para o rei e faz uma reverencia – Meu rei. Espero que possamos continuar nossa conversa logo, quando estivermos totalmente a sós. Agora se nos permitem, a princesa deve estar cansada do longo caminho que percorremos, irei leva-la aos seus aposentos.

– Só um minuto! Como podemos ter certeza que essa é à verdadeira princesa Dea? Onde você estava por todo esse tempo? Sua pele está escura demais, suas orelhas pequenas, onde estão suas presas? Ela está me parecendo uma... HUMANA! Olha! Ela trás consigo essa coisa de metal criada pelos humanos. Certeza que está planejando nos atacar se passando pela nossa amada princesa morta e eu aposto pela minha vida que foram os humanos que mataram Dea, planejando tudo dês do começo – O rei se assusta, mas não interfere, como se tivesse as mesmas duvidas do parceiro, mesmo ainda me olhando com um olhar fraternal e triste – GUARDAS! TIREM ESSA IMPOSTORA DAQUI! Majestade, precisamos planejar um ataque a Terra o mais rápido possível – Agora quem estava começando a ficar nervosa com aquela situação era eu.

– JÁ CHEGA! – O grito sai de minha garganta. Sinto uma força correndo por minhas veias e vejo pelo canto dos olhos minhas tranças flutuando, meus olhos deviam estar brilhando – Eu sou a princesa que estava perdida e agora estou retornando para a minha casa. Se alguém vai se retirar daqui está noite vai ser você, Elion, isso é uma ordem! – Minha voz saia forte e confiante, radiava poder. O rei abria um sorriso fraco, porem sincero, e depois confirma a ordem com a cabeça para o alien.

– Peço desculpas majestade – Disse Elion com seu arrependimento falso fazendo uma reverencia e me lançou um olhar furioso antes de se dirigir a porta da sala.

– Mais uma coisa – Ele para e se vira para mim. Pego a mão de Mayen e entrelaço seus dedos com os meus – Espero te ver no meu casamento com Mayen.