Capitulo 2 - Base 69.

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       Finalmente a grande tortura chamada aula tinha chegado ao fim e a melhor parte do meu dia estava começando. Sai da sala e fui em direção à porta de saída. Aquela escola parecia mais lotada que o normal, todo mundo se espremendo nos corredores. Michael Jackson tinha voltado dos mortos e eu não estava sabendo? Depois de minutos, que pareceram uma eternidade, enfrentando adolescentes suados e que parecia não saber o significado de um banho, consegui alcançar a saída. Foi quando me deparei com o que todo mundo estava olhando, era Josh e o time de futebol zoando com um garoto tímido do sétimo ano. Eles jogavam sua mochila um para o outro, fazendo o menino de bobo e fazendo todas as suas coisas caírem no chão.

– Todo mundo vai ficar só olhando? – Bufei.

– Você não está pensando no que eu estou pensando, né Annabeth? – Perguntou Malisa do meu lado. Era tarde demais, eu já estava indo em direção a eles, o que provavelmente me arrependeria depois, mas agora não tinha mais volta.

– Ei! – Peguei a mochila no ar antes que outro menino pudesse pegar. Ouvi lamentos atrás de mim, mas não me virei.

– Qual é docinho? Vai estragar o show? – Josh disse se aproximando com aquele sorriso malicioso que me irritava profundamente.

– Só se for show de circo, porque só vejo um bando de palhaço aqui – Ouvi risadas atrás de mim. Abaixei para pegar as coisas do chão, as juntei e devolvi para o dono junto com seu óculos – Pronto, agora vai embora garoto – Ele soltou um "obrigado" baixinho e saiu correndo. Voltei à atenção para os garotos na minha frente – Vocês marmanjos não tem vergonha de mexer com um menino menor que vocês não?

– Devíamos mexer com quem então? Com você? – Mais risadinhas.

– Pode ser – Virei para o garoto que tinha falado e o encarei. Antes que ele pudesse ter qualquer reação, agachei e passei uma rasteira nele o derrubando no chão. Segundos depois eu estava com um pé nas suas costas e com as mãos dele imobilizadas – Mais alguém? – Todos olhavam boquiabertos para mim, talvez surpresos demais por ver uma garota derrubando uma pessoa com o dobro do peso dela, as aulas de autodefesa pareciam funcionar afinal. Só consegui ouvir a voz da Malisa de fundo gritando "Essa é a minha melhor amiga caramba". Nenhum dos meninos falou nada, nem mesmo Josh abriu a boca. O soltei, limpei as calças que estavam com terra e caminhei em direção a Malisa que me esperava com um sorriso no rosto. O arrependimento bateu mais rápido do que eu gostaria, as aulas deviam ser para defesa e não para eu me exibir na frente do colégio. Droga Annabeth!

Pedi para sairmos do meio dos milhares de olhares que me secavam. Não podíamos ir muito longe porque se não Jhonas, um amigo da base que sempre vinha me buscar, não conseguiria me achar, então ficamos sentadas no ponto de ônibus do outro lado da rua.

– Você não vai mesmo assistir o jogo de hoje à noite? – Perguntou Lisa de repente para quebrar o clima constrangedor – Tinha ate feito pompons e faixas de por na cabeça escrito "Josh número 1".

Fiquei olhando para a cara dela por alguns segundos até que nos duas começamos a rir até doer nossas barrigas. Algumas lideres de torcida olharam na nossa direção e sussurraram algo que não devia ser um elogio, mas demos de ombro e continuamos a rir.

Alguns minutos já tinham se passado e nada, ninguém tinha aparecido para me buscar e eu e Lisa já estávamos cansadas de ficar sentadas ali. De repente um carro começou a buzinar muito alto e varias vezes, olhamos na direção que vinha o som.

Meu Futuro está em MarteOnde histórias criam vida. Descubra agora