Capítulo 22 - Ingênuo.

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Annabeth.

– Vai demorar muito para chegar? Meus pés não aguentam mais, minha garganta está seca – Parecia que estávamos caminhando a eternidade, o sol já começava a nascer.

– Calma meu doce! Por que acha que conseguimos nos esconder durante todo esse tempo? Temos o esconderijo perfeito – Ele deu uma piscadela e depois subiu uma rocha enorme me pedindo para esperar ali em baixo – Ali! Chegamos! – Suspiro aliviada. Bob se aproxima de mim e segura minha mão.

– Mal. Consigo ver um alto índice de ódio, muito ódio senhorita Annabeth – O meu amigo robô fala baixinho. Engulo em seco.

– E aparentemente as naves de patrulha também estão aqui, quer dizer que seu pai está no castelo... E o que esperamos – Mayen faz sinal para que eu o siga em silêncio.

Subo a rocha e em poucos minutos estava tendo a mesma visão que ele. Era absurda, nem em meus maiores sonhos imaginava um dia ver aquilo com meus próprios olhos, nem mesmo os roteiristas mais fantásticos imaginariam algo do tipo para colocar em seus filmes. Era uma civilização inteira. Varias construções de formatos e cores diferentes espalhadas por todo o lugar. Bem no centro tinha um castelo, pelo menos eu acreditava ser um, com varias torres e pintado em um vermelho vivo. O que pareciam ser automóveis, flutuavam pelas ruas, como se fossem os nossos tão sonhados carros voadores. E três naves do tamanho das nossas, mas com a aparência completamente diferente e medonha, estavam paradas no que parecia um grande estacionamento.

– Isso aqui é incrível! Bizarro, mas incrível! – Sem querer percebo que estou com um sorriso bobo no rosto e devo estar com os olhos brilhando como os de uma criança quando ganha um doce.

– Esse é o seu reino princesa, seu lar – E escorregando pela a pedra, Mayen me oferece a mão para me ajudar a descer. Um déjà-vu surge em minha cabeça, me fazendo ver Benjamin me oferecendo a mão para sair da nave. Afasto a memoria aceitando sua mão e logo em seguida ajudo Bob a descer – É mesmo necessário trazer essa coisa construída por humanos conosco?

– Sim, foi construído por meus... Sim, é necessário – Ele olha desconfiado, mas depois da de ombros e eu suspiro, o seguindo logo em seguida.

– Aqui, antes de entrar na cidade se cubra, é melhor que ninguém te veja por enquanto, principalmente tão... Humana – E tirando uma das roupas que estava vestindo (uma espécie de túnica com um enorme capuz) me entrega para que eu vestisse. Eu a coloco, e como imaginava fica enorme em meu corpo, principalmente o capuz que cobria todo o meu rosto. Perfeito.

A "cidade" era ainda mais incrível vista por dentro. O que devia ser as moradias tinham seus tetos pontiagudos, e lembravam tocas, só que construídas com o material das rochas de Marte, mas parecia ter outro material também, como se fosse um cimento vermelho, mas para fazer cimento precisava de... Água!

– Aquilo... Aquilo é água? Água de verdade? – Pergunto olhando para o que devia ser uma fonte que jorrava no meio de uma praça. Esfrego os meus olhos, posso estar tendo alucinações pela sede e pela falta de oxigênio.

– Claro! Como acha que sobrevivemos? Até nós precisamos de água – Ele responde enquanto desviamos de dois civis aliens da mesma estatura de Mayen, que olharam perplexos para ele, talvez pelo fato dele ter sumido por semanas e voltado do nada – Nós tivemos que esconder nossa água quando os humanos começaram a explorar nosso planeta, se eles descobrissem uma possibilidade de existência aqui, arrumariam um jeito de invadir e se instalar e o nosso povo estaria em perigo.

– É... Acho que não posso discordar com isso.

– Mayen! Mayen! É você mesmo? – Um "garoto" alien aparentemente novo (Se fosse da terra eu chutaria que tem a minha idade) se aproximava correndo em nossa direção. Suas roupas pareciam com as de Mayen, como se fossem uniformes de soldados, com medalhas e com a túnica preta. Mayen me manda cobrir meu rosto, não fazendo contato visual – Pensamos que você tinha sido capturado ou morto May! Fico feliz em te ver bem, amigo.

– É bom te ver também Quae Sum.

– Ingênuo – Era esse o significado daquela palavra em Latim. A palavra sai da minha boca antes que eu perceba o erro. O alien começa a se abaixar, tentando ver pelo meu capuz, mas eu me escondo atrás de Mayen, que me protege com o braço.

– Quem é essa criatura May?

– Ela disse que pode me ajudar a achar a princesa. Agora peço licença, irei leva-la para o rei – E me colocando em sua frente e me guiando pelo o caminho, vejo a sombra de Quae Sum ficar longe.

– Quem era aquele? – Pergunto.

– Quae Sum – Ele faz uma pausa – filho de Elion.

Meu Futuro está em MarteOnde histórias criam vida. Descubra agora