Capítulo 18 - Em marte.

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Annabeth.

Um mês nunca tinha demorado tanto para passar, mas finalmente tinha chegado ao fim e eu já enxergava o enorme planeta vermelho pela janela da cabine. Ele era simplesmente maravilhoso, lembrava muito o planeta Terra, tirando o fato de não existir sequer um resquício de água por nenhuma parte.

– Consegui papai e mamãe... Eu trouxe vocês para Marte. Eu realizei nosso sonho – Digo em voz alta olhando para a nossa foto em família e depois a segurando com força contra meu peito, enquanto sentia uma lagrima escorrendo livremente por meu rosto antes de sair flutuando.

– Pousamos em meia hora, estejam preparados – Ordenou Emily.

Todos nos olhamos apreensivos e ansiosos. Sabíamos que a partir do momento que pousarmos naquele planeta tudo seria um grande mistério, uma grande duvida. Meu futuro dali para frente era incerto, ele sempre foi, mas agora era diferente... A única certeza que eu tinha, era de querer viver.

Com um turbulento trajeto conseguimos aterrissar em "terra" firme. Paramos os sete na frente da porta que esperava para ser aberta. Nos olhamos, com a respiração pesada graças ao capacete e com os corações pulando mais que escola de samba.

Austin abre a porta da nave. A luz do dia invade meus olhos e o calor do solo seco penetra em minha roupa pesada, na qual dizia ser impossivel. Fui a ultima a sair, sem ainda acreditar que no que estava acontecendo. Benjamin voltou e me ofereceu a mão, que eu segurei e depois o segui. Logo todos estavam pisando em solo desconhecido.

– Ali! A base 00 – Disse David apontando para uma grande construção a uns quinhentos metros dali. A poeira dificultava a visão e a locomoção, mas era possível ver um edifício aparentemente igual à base 69, só que umas três vezes menor. Andamos em sua direção. A gravidade não era tão forte como a da terra, era incrivelmente complicado andar ali.

Assim que chegamos e paramos na frente de uma enorme porta branca de aço, ouvimos uma voz sair do interfone localizado ali do lado esquerdo.

Se identifiquem falando seus nomes completos, depois coloquem o olho direito na câmera acima do interfone – Diz uma voz masculina chiada. Todos fizeram o que foi pedido, eu fui a ultima.

– Annabeth Villin – E depois aproximei o olho na frente da câmera. Um reconhecimento a laser atravessou o vidro do capacete, o que incomodou muito meu olho, mas consegui aguentar até acabar.

É ela... – Ouvi sair bem baixinho do interfone – Estão liberados. Iremos abrir a porta e pedimos que aguardem até nosso aviso para tirarem os capacetes e suas roupas – A porta branca se abriu e entramos em um espaço quadrado e pequeno onde mal cabíamos nós sete juntos. A porta se fecha em um baque – Podem tirar as roupas e deixar no banco ali do lado.

– Mal conseguimos nos mexer, querem que tiremos essas roupas pesadas aqui? Poderiam por favor, abrir a porta? –Pergunto para a voz.

Certo – Demorou alguns minutos, mas logo outra porta que dava para o lado de dentro da base se abriu. Era maior do que eu pensava, como se fosse uma mistura da base do subsolo do deserto com a base 69. Não tinha muitos cientistas como na terra. Alguns estavam sentados em mesas mexendo nos seus computadores e outros andavam apressados de um lado para o outro. Não sei se estava delirando, mas juro que enxerguei varios machucados em alguns, como de garras. Um homem que devia ter uns vinte três anos veio em nossa direção – Sejam bem vindos à base 00. Me chamo Mathias, prazer – Era a voz do interfone.

– O que está fazendo aqui? Parece ser muito novo – Pergunta Christian, indelicado como sempre.

– Olha quem está falando... – Ele ri e me ajuda a tirar o traje. Sem querer eu acabo corando e sentindo minhas bochechas quentes. Ele era muito bonito, sua pele era morena como a minha, seus olhos cor de mel e era apenas alguns centímetros mais alto que eu – Já fui como vocês, eu e meus companheiros de equipe – Ele aponta para pessoas atrás de si, que pareciam ter a mesma idade que ele, era possível ver apenas alguns astronautas que aparentavam ter mais que quarenta anos – Somos a primeira equipe de jovens superdotados selecionados e treinados pela NASA. Fomos mandados para cá sete anos atrás, quando o mundo estava um caos por causa da pandemia. O objetivo era estudar o planeta vermelho, para ver se poderia ser habitável caso viesse a acontecer o pior. E um ano depois foi formada outra equipe... Vocês.

– Que loucura, vocês estão aqui há sete anos... – Falo finalmente livre do uniforne. Agora o seguíamos para dentro da base, passando por outras pessoas e entrando por um corredor.

– No começo foi complicado sim, mas com o passar do tempo começamos a nos acostumar – Ele entra em uma sala que parecia mais um laboratório – E estava tudo bem até... Eles aparecerem – Ele abre uma cortina e mostra uma prisão de vidro enorme e o mais assustador é o que tinha dentro dela. Todos param de respirar e Jessy solta um grito, agarrando o braço de Christian.

– Isso é um... – Começa Jessy.

– Alien – Respondo. Eu reconhecia, era parecido com os que eu vi em meu sonho.

– Mas... Mas... Ele parece um humano, só que muito mais assustador, verde e com presas– Comentou Christian. Isso era um fato, era incrível a semelhança com um ser humano normal, tirando seus olhos amarelos ouro, suas orelhas pontudas, sua pele esverdeada e suas presas na boca.

Ele estava sentado de costas para nós, parecia desenhar algo no chão, quando notou nossa presença se virou. Sua expressão era de completa fúria, com as presas a mostra ameaçou avançar sobre o vidro, isso até pousar os olhos sobre os meus. Toda a fúria foi substituída por surpresa e alivio. Ele veio devagar até o vidro e me esboçou um sorriso, um sorriso com os dentes caninos pontudos e afiados, logo depois se ajoelhou fazendo uma reverência.

Minha princesa, é bom te ver de volta e bem – Ele sibila. Sua voz era grossa, porem suave, entrou pelos meus ouvidos e me causou um arrepio na espinha. Algo fez meu coração bater mais forte quando encarei o rosto daquele ser e quando o ouvi dizer aquelas palavras – Mas você está igual a eles... Muito humana – Ele rosna para Mathias.

– Eu sou humana, você... Você só pode estar me confundindo com alguém – Respondo para a criatura.

Nunca confundiria minha... Noiva – Minhas pernas bambeiam e meu coração para. Aquilo devia ser um pesadelo, só poderia ser. Mas seus olhos eram dengosos e sua voz suave e romântica, ele não estava mentindo.

– O que foi Anna? O que ele está dizendo?– Pergunta Benjamin me pegando pelos braços e me colocando de pé. O alien rosna para ele.

– Vocês... Vocês não ouviram? – Pergunto.

– Ouvimos, mas não entendemos sequer uma palavra – Responde Mathias – Dês que conseguimos captura-lo enquanto tentava invadir nossa base, o que nos fez perder dois grandes companheiros de equipe, não entendemos o que ele fala, apenas seus desenhos... Que sempre são... O seu rosto Annabeth – Aquilo era demais para digerir.

– Ele disse... Ele disse que... – Eu não conseguia repetir aquelas palavras, não poderia acreditar que fosse verdade – Ele me chamou de princesa.

– Meu Deus – Benjamin se afasta com as mãos na cabeça e começa a andar de um lado para o outro. Os outros estão completamente imóveis e assustados acompanhando a conversa.

– E disse que sou sua... – Olho do alien para Benjamin – Noiva. 

Meu Futuro está em MarteOnde histórias criam vida. Descubra agora